Editorial

R$ 2 bi para produzir vacina

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

A cada dia mais definições estão sendo tomadas pelas empresas farmacêuticas sobre prazos para a colocação da vacina contra o novo coronavírus no mercado. No Brasil, a Fiocruz estima produzir até fevereiro do próximo ano 30 milhões de doses do imunizante, que está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido.

Apesar da expectativa, o processo ainda precisa ter eficácia comprovada e autorização da Anvisa antes da distribuição. A previsão é que os insumos, que serão enviados pela farmacêutica britânica AstraZeneca, cheguem ao país em dezembro. Um detalhe: 60,6% dos voluntários já receberam as doses da vacina da Oxford e não apresentaram efeitos colaterais graves.

Ainda é cedo para prever datas para a vacinação em massa, mas após haver a confirmação da eficácia, o Governo Federal deverá levar doses aos municípios mais afastados em 15 a 20 dias. E para impulsionar a produção de vacina contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro assina uma Medida Provisória que prevê a liberação de quase R$ 2 bilhões para a produção de 100 milhões de doses. Entretanto, o governo não descarta o interesse em adquirir outras vacinas que estão sendo testadas no combate ao novo coronavírus, desde que essas vacinas tenham a eficácia comprovada.

Com base em dados do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil está muito perto de atingir, possivelmente ainda nesta semana, a triste marca de 100 mil mortes pela Covid. E a descoberta de uma vacina eficiente é de fundamental importância, ainda que especialistas afirmem que a pandemia no país atingiu o platô - isto é, a estabilização - embora o número de vítimas diárias segue em um patamar elevado, em torno dos mil óbitos. Diante desse cenário, autoridades sanitárias, instituições e pesquisadores tentam propor soluções para que a curva de contágio e mortes seja arrefecida.

Dados oficiais do Governo Federal apontam que a pandemia apresentou sinais de desaceleração em três regiões brasileiras na última semana epidemiológica. Segundo, na região Norte, houve redução de 16% nos diagnósticos e 39% nos óbitos. No período de uma semana, a média diária de casos na região caiu de 4.822 para 4.029.

Nesta semana, 13 entidades científicas da saúde e bioética e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) - integrantes do movimento Frente pela Vida - entregaram ao Ministério da Saúde um Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19. A iniciativa, com a participação de estados e municípios, traz uma série de propostas e recomendações de pesquisadores e profissionais da saúde para que o país “supere a grave crise sanitária. A inexistência desse plano faz com que o país fique totalmente para trás dos outros que conseguiram enfrentar essa grave pandemia”. As ideias se estendem desde o campo sanitário e vão até o econômico.

Um levantamento do Ministério da Saúde revela que dos 5.547 casos registrados de pacientes e profissionais de saúde que contraíram o coronavírus dentro de hospitais ou unidades médicas, 2.426 morreram. Os dados são do Sistema de Vigilância Epidemiológica e correspondem a 43% dos casos avaliados. A taxa de mortalidade dos pacientes que contraíram a doença fora das unidades médicas e precisaram ser internados é de 30%. No total, a letalidade do coronavírus no Brasil (percentagem de óbitos entre todos os casos registrados) é de 3%.

Um registro lamentável, realizado pela Comissão Nacional dos Presbíteros, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, mostra que 436 padres diocesanos foram infectados pelo novo coronavírus, sendo que, deste total, 21 morreram por causa da doença. A maioria já se recuperou e alguns ainda estão internados em estado grave. Os dados, contabilizados até o dia 31 de julho, apontam um aumento de 11% em relação ao último balanço divulgado dois dias antes quando o registro era de 368 padres testados positivos para a Covid-19. Os números podem ainda ser maiores, já que algumas dioceses ainda estão atualizando seus registros.



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