Editorial

Não dá para comemorar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

O Maranhão não pode cantar vitória com a queda no número de casos e mortes da Covid-19 agora que o país pode alcançar ainda nesta semana 100 mil mortes causadas pela doença. O Estado ainda continua em situação de alerta sobre a pandemia do novo coronavírus e não está em condições de relaxar as medidas de combate à doença, embora a cada dia mais pessoas não cumpram o isolamento social e as máscaras já não são usadas com disciplina. Não custa lembrar: é importante diminuir o número de casos.

No Maranhão, e em particular São Luís, mesmo com essa aparente situação de que o pior já passou, pesquisadores insistem em afirmar que os brasileiros ainda verão uma segunda onda da Covid-19 e terão que conviver com o vírus por pelo menos 12 meses, sem uma vacina disponível para a maior parte da população. O que é extremamente lamentável e torcemos para que essa previsão não se concretize, embora especialistas em saúde dizem que haverá um longo período de convivência com o vírus e que é preciso ampliar a testagem no Brasil, inclusive em pessoas sem sintomas que tiveram contato com quem contraiu a doença, para poder controlar efetivamente o vírus. Na realidade, o país tem feito poucos testes. Nos países que controlaram efetivamente a doença, um de cada 20 testes dá positivo. No Brasil, essa proporção é de um em cada dois.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Eduardo de Oliveira Lula, acredita que, em quatro ou cinco meses, pode vir uma nova onda da doença no Norte e Nordeste. Para ele, os esforços no combate à Covid-19 terão um legado positivo. Segundo ele, cerca de 11 mil novos leitos de UTI foram habilitados, dos quais metade continuarão disponibilizados mesmo depois da pandemia.

Com a liberação para funcionamento de bares e restaurantes e outras atividades de lazer no país, triplicou em cinco meses a quantidade de jovens entre os contaminados pelo novo coronavírus, segundo levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em meio à pandemia da Covid-19. O percentual de pacientes entre 15 e 24 anos passou de 4,5% para 15% de 24 de fevereiro a 12 de julho. Nesse período, seis milhões de pessoas tiveram o teste positivo para a Covid-19 no mundo. Muitas novas infecções ocorreram entre jovens por conta de eles frequentarem festas e baladas.

Não restam dúvidas que as pessoas mais jovens tendem a ser menos vigilantes quanto ao uso de máscaras e ao distanciamento social, fato comprovado em diversos locais da Região Metropolitana de São Luís, principalmente nas praias. Com essa realidade, as chances de pegar e transmitir a Covid-19 continua preocupando, muito embora muitas pessoas preferem, atualmente, ignorar as recomendações sanitárias, como evitar aglomerações. Não custa lembrar que pessoas assintomáticas também transmitem o novo coronavírus.

Dados das secretarias estaduais de saúde, em levantamento da revista Veja, apontam que a maioria das capitais brasileiras - 16 de 27 - está com a taxa de ocupação de leitos de UTI em até 70%. O percentual é considerado o limite para que seja possível adotar a flexibilização da quarentena. Acima disso, há risco de colapso do sistema de saúde. Capitais como Porto Alegre (90%), Brasília (86%), Curitiba (86%) e Belo Horizonte (84%) estão nessa situação delicada. Por outro lado, Manaus (AM), que já sofreu com a falta de leitos, hoje é a penúltima no ranking, com 33%, seguida por São Luís (MA), que tem 22%. São Paulo, com 62% de ocupação, tem um cenário estável.

É lamentável que São Luís esteja em último lugar no nível de transparência para compras emergenciais no combate à Covid-19, em um ranking criado pela Transparência Internacional - Brasil. O ranking tem escala de 0 a 100 e traz informações sobre contratações emergenciais de forma fácil e ágil. Com 50,6 pontos, a capital maranhense é a única em situação 'regular', enquanto as demais capitais estão avaliadas como 'ótimo' ou 'bom'.



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