Época dos ventos

Incidentes com kitesurf são frequentes neste período do ano

No fim de semana, três kitesurfistas precisaram ser resgatados na Praia de São Marcos; Corpo de Bombeiros informou que sete casos aconteceram nos últimos 30 dias

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Resgate aconteceu na orla de São Luís, no período da noite; três velejadores de kitesurf ficaram à deriva
Resgate aconteceu na orla de São Luís, no período da noite; três velejadores de kitesurf ficaram à deriva (resgate kitesurf)

São Luís - Incidentes envolvendo praticantes de kitesurf têm ocorrido com frequência na orla da Ilha. No último domingo, três foram resgatados no fim da tarde, na praia de São Marcos. De acordo com o Centro Tático Aéreo (CTA), duas pessoas foram localizadas logo após o incidente e a terceira foi resgatada, posteriormente, por um helicóptero. O resgate atraiu dezenas de curiosos, que acompanharam a ação.

Segundo informações prestadas pelo comandante do Batalhão de Bombeiros Marítimos, major José Lisboa, nos últimos 30 dias, a corporação realizou sete resgates desta natureza, mas nenhum deles com afogamento ou óbito. “São ocorrências de rotina. Nós sempre procuramos conversar com os praticantes, embora eles saibam que tudo acontece devido à intensidade do vento. Quanto mais fraco, maior a probabilidade de ocorrerem incidentes. Entre outras coisas, recomendamos não praticarem à noite, pois dificulta inclusive os resgates”, disse o major José Lisboa.

Conforme o major, em algumas praias da capital, há postos chamados de “guarderias”, comandados por empresas que guardam, alugam ou vendem equipamentos para velejadores de kitesurf. “São pontos que também nos ajudam a repassar as informações a eles. No entanto, há velejadores independentes, que nem são daqui de São Luís”, contou.

Sazonalidade
O velejador Júlio César Henriques, ligado à Associação de Velejadores do Maranhão e que pratica o esporte, única com representatividade no estado, o kitesurf é um esporte sazonal e sua alta temporada começa em agosto e termina em dezembro no Maranhão, devido à intensidade dos ventos. Ele informou que o estado se sobressai nesse esporte e conta com atletas de alto nível, a exemplo de Bruno Lobo, campeão pan-americano da modalidade, e Socorrinha, campeã brasileira.

“Muitos dos nossos velejadores são competidores e participam de competições em todo o mundo. No entanto, esses incidentes sempre podem acontecer com qualquer um que pratique o esporte, por causa da diminuição da força do vento. O ideal seria que cada velejador ou equipe tivesse o seu sistema de segurança, para que não precisasse do apoio do poder público nesses resgates, como acontece nos Estados Unidos e em Portugal. Nós temos um bote na Associação, mas a logística para operá-la não é tão fácil assim”, explicou.

Em janeiro deste ano, seis praticantes de kitesurf passaram horas à deriva no mar nas praias do Olho d’Água e Calhau. Todos foram resgatados com vida, por equipes do Corpo de Bombeiros do Maranhão e do Grupo Tático Aéreo. Três deles teriam partido da Praia do Olho d’Água e os outros três da Praia do Calhau. Por causa das fortes chuvas e ventos, eles foram levados para longe da margem.

SAIBA MAIS

Kitesurf, kiteboarding ou flysurf é um desporto aquático que utiliza uma pipa e uma prancha com ou sem alças. A pessoa, com a pipa presa à cintura por meio de um dispositivo chamado trapézio, coloca-se em cima da prancha, comanda o kite com a barra, e sobre a água, é impulsionada pelo vento que atinge a pipa.

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