SÃO LUÍS – Devido a pandemia e a paralisação das atividades presenciais, as celebrações do Boi da Maioba foram suspensas e tiveram de se reinventar para garantir, não só a comemoração do festejo, mas a renda da comunidade que depende do boi. Para isso, o grupo realizou live beneficente, no dia 20 de junho, por meio das plataformas do Imirante. O dinheiro arrecadado durante a live foi revertido em cestas básicas e distribuídos no último domingo (2) para a comunidade boeira, aqueles que tem o sustento a partir dos eventos do boi.

“A gente quis ajudar aquelas pessoas que vivem do Bumba-meu-boi. A índia, caboclo de pena, aquele autônomo que cata latinha, aquele ambulante que vende bebida e comida. Foi para esse pessoal que destinamos as cestas, àqueles que vivem o Bumba-meu-boi com a gente”, explicou Cecilene Ferreira, integrante do boi.

Com a doação de mais 200 cestas pela madrinha do boi, Thaynara OG, no total foram distribuídas 300 cestas básicas para, aproximadamente, 250 famílias.

“Foi um momento bem gratificante, saí com o coração leve. O pessoal da Maioba, desde quando me chamou para ser madrinha, sabe que pode contar comigo. Me sinto parte da comunidade. Sempre me abraçaram, me trataram e me receberam com muito carinho. Então, todos os projetos deles, principalmente esse, que visa ajudar o próximo, quem mais precisa, eles sabem que podem contar comigo”, comentou a influenciadora.

“Eu fiz questão de estar presente e fazer a minha contribuição pessoal a mais de cestas básicas. Foi um momento bem bacana, e temos fé de que no próximo ano as coisas se resolverão e teremos um São João bem lindo”, concluiu.

Além da entrega das cestas, o presidente do Boi da Maioba, José Inaldo Ferreira, e a influenciadora Thaynara OG, realizaram o sorteio de uma televisão de 50 polegadas Smart TV. O valor arrecadado pela rifa foi usado para contribuir com a realização da live da morte do boi, realizado dia 26 de julho. A morte do boi é uma tradição do Bumba Boi.

Cuidados
Para evitar aglomerações e a propagação da Covid-19, a distribuição das cestas foi feita para líderes de cada grupo e depois destinadas a cada pessoa. “Para não aglomerar, nós selecionamos lideranças, tanto de pessoas que moram no Paço do Lumiar e Ribamar, quanto em São Luís. Por exemplo, uma pessoa representando as índias, os caboclos de fita, etc., foi até o local, recebeu um número x de cestas e destinou às famílias”, explicou Cecilene Ferreira.

Live
Com o objetivo de diminuir os impactos negativos da pandemia, a Live solidária “Vai tocar, vai vibrar, vai tremer” foi realizada no dia 20 de junho e teve 300 mil visualizações. O evento, transmitido pelo canal do portal Imirante, no Youtube, contou com a participação de diversos artistas, como os cantores maranhenses César Nascimento e Zeca Baleiro, a influenciadora Thaynara OG, o Boi de Axixá e a brincante Leila Axixá.

Já a live da morte do boi, realizada no dia 26 de julho, recebeu 10 mil acessos e também foi transmitida pela página do Imirante. As duas lives estão disponíveis no YouTube.

SAIBA MAIS

Bumba-Meu-Boi

Patrimônio Cultural do Brasil, a manifestação cultural que une em seus rituais o lúdico e o religioso, é uma das principais manifestações populares praticadas no país. O evento também representa um importante símbolo da cultura do Maranhão, estando intimamente ligado à identidade de seu povo, mas pode ser encontrado em diversas partes do país.

A brincadeira do Boi conta, por meio de danças, músicas e vestimentas, a história de Pai Francisco e sua mulher, Mãe Catirina. Na lenda encenada pelos participantes, Pai Francisco, trabalhador de uma fazenda, rouba a língua do boi para satisfazer os desejos de sua mulher Catirina, que estava grávida. O dono da fazenda encontra o boi doente e pede ajuda aos pajés para curar o animal. Depois de ver seu boi curado, o fazendeiro perdoa Pai Francisco e celebra a saúde do boi com uma grande festa.

O Bumba-Meu-Boi encontrado no Maranhão pode ser de Zabumba (o mais antigo), de Orquestra (originado do encontro do Boi de Zabumba com uma procissão, mescla tambores com instrumentos de sopro), da Ilha (criado em São Luís), da Baixada, de Cururupu ou de Costa de Mão. A divisão é feita por “sotaques”, que são os ritmos tocados no Bumba Meu Boi.

Boi da Maioba

Criado em um dos bairros mais culturais da Grande Ilha, o Boi da Maioba, com 121 anos, representa um dos maiores Bumba Boi do estado do Maranhão.

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