Orla da Ilha

Balneabilidade de praias vai voltar a ser analisada e divulgada

Trabalho de monitoramento obedece aos padrões do Conama e define se água da praia está própria ou imprópria para banho; análise já foi feita e boletim deve ser divulgado na próxima semana

Ismael Araújo /O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Mesmo sem o monitoramento, placas das últimas análises ainda estão na orla apontando situação da água
Mesmo sem o monitoramento, placas das últimas análises ainda estão na orla apontando situação da água (imprópria)

São Luís - A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) vai voltar a divulgar a partir da primeira semana do próximo mês os dados atualizados da situação de balneabilidade das praias da Grande Ilha e tinha sido suspenso desde o mês de março deste ano quando se iniciou o período de pandemia da Covid-19. O monitoramento obedece aos padrões fixados na Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 274/00, que considera se a água da praia está própria ou imprópria para o banho.

A Sema informou ontem, por meio de nota, que as coletas para os laudos de balneabilidade já foram retomadas. O laudo tem divulgação prevista para a primeira semana do mês de agosto. Em relação a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Vinhais, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) esclareceu que o funcionamento segue normalmente desde 2016, com capacidade para tratar até 1.340 litros de esgoto por segundo.

A ETE do Vinhais foi inaugurada em agosto de 2016 e sendo responsável de tratar o esgoto produzido por cerca de 350 mil moradores. Dentre os bairros atendidos, estão Cohab, Aurora, Cohatrac (I, II, III, IV, V), Anil, Angelim, Bequimão, Ipase, Cohajap, Vinhais, Cohafuma, Turu, Olho d’Água, Planalto Vinhais, dentre outros. Anteriormente a essa obra, uma boa parte do esgoto dessas localidades caia no mar e no manguezal sem o devido tratamento.

Placas na orla
Ainda é possível observar seis placas com dizeres de imprópria para o banho de mar entre a praia da Ponta d’Areia e Avenida Litorânea. A funcionária pública, Ana Cláudia Silva, de 54 anos, disse que muitas pessoas olham a placa de advertência, mas acabam tomando banho de mar, mesmo assim.

O auxiliar administrativo, Marcos Antônio Almeida, de 38 anos, contou que há mais de cinco anos não toma banho no mar, na Ponta d’Areia, por ter adquirido micose. “Tive o contato com a água e a areia desta praia e acabei adquirindo uma doença. Peguei uma micose no pé e nas costas”, disse Marcos Antônio.

Monitoramento
O monitoramento obedece aos padrões do Conama nº 274/00, segundo a qual, a água das praias é considerada própria quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras, obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, e colhidas no mesmo local, houver no máximo 100 Enterococos/100 mL (NMP – Número Mais Provável) ou 800 Escherichia coli/100mL.

A água das praias é considerada imprópria quando não atender aos critérios anteriores, ou quando o valor obtido na última amostragem for superior a 400 Enterococos/100 mL (NMP) ou a 800 E. Coli/100mL.

A Sema ainda usa o indicador microbiológico enterococos com maior frequência por ser o mais restritivo. Recentemente começou a usar E. coli para evitar vencimento de validade do reagente Colilert 18. A secretaria monitora os 21 pontos P1 ao P11 às quartas-feiras, aos sábados e domingos desde 2015, objetivando assegurar as condições de balneabilidade das praias em estudo.

SAIBA MAIS

Água imprópria para o banho

  • Valor da amostragem for superior a 2500 coliformes fecais (termotolerantes) ou 2000 Escherichia coli ou 400 enterococos por 100 mililitros. Os coliformes fecais indicam a presença de outros organismos causadores de problemas para a saúde; enquanto a Escherichia coli e os enterococos podem causar infecções no corpo humano.
  • Incidência elevada ou anormal de enfermidades transmissíveis por via hídrica, indicada pelas autoridades sanitárias.
  • Presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários.
  • Óleos, graxas e outras substâncias, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação.
  • PH menor que 6,0 ou maior que 9,0 (águas doces), à exceção das condições naturais
  • Floração de algas ou outros organismos

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