Expectativa

Transporte escolar: motoristas aguardam retorno das aulas

Profissionais ficaram todo período de quarentena sem trabalhar, sem o auxílio do poder público

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
A partir de agosto, o transporte escolar deve retornar às atividades
A partir de agosto, o transporte escolar deve retornar às atividades (transporte escolar)

São Luís – O setor da educação foi, sem dúvidas, um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Desde o início da quarentena, em março, escolas e universidades não estão funcionando. Além dos alunos, outra classe foi duramente atingida por essa paralisação, os motoristas de transporte escolar. Sem nenhum auxílio do governo, esses profissionais tiveram que se reinventar nesse período. No momento, a volta às aulas em agosto é um sinal de esperança.

O Estado conversou com Jaime Leite, proprietário de uma empresa de transporte-escolar juntamente com sua esposa, na área da Cidade Operária. O negócio é pequeno, mas é a fonte de renda do casal, que possui duas vans, uma delas ainda está sendo financiada. Antes da pandemia, cerca de 45 crianças utilizavam suas vans todos os dias. “No começo foi aquela incerteza de quanto tempo iria durar, como iria ficar? Nós fomos os primeiros a parar, e agora seremos um dos últimos a voltar ao trabalho”, contou.

Ele frisou que ficou esses quatro meses praticamente parado, sem ter nenhum tipo de benefício por parte do governo ou prefeitura. “A gente tem contrato assinado com os pais, mas eles também são proprietários de outros negócios, então também pararam. Não poderíamos cobrar de quem também não tinha como pagar. Apenas alguns funcionários públicos – que tinham como arcar – continuaram pagando uma pequena taxa de manutenção”, explicou Jaime Leite.

Alternativas
Durante o tempo de paralisação o casal – assim como muitos maranhenses – precisaram se reinventar para contornar a crise econômica causada pela Covid-19 e sobreviver durante esse tempo. “Revendemos ovos, minha esposa está fazendo bolos para revenda”, ele lembrou.

As vans desse tipo de serviço não podem ser utilizadas para outras finalidades, nem alugadas, já que existe um cadastro na Prefeitura para a finalidade, sendo assim, os profissionais dessa categoria ficaram desamparados durante todo período de isolamento social.

Falta de Auxílio
Em outros estados, como Pernambuco, os motoristas de transporte escolar fizeram protestos para reivindicar seus direitos e pedir por auxílio emergencial. Em Brasília, por exemplo, um auxílio de R$ 1.200,00, foi aprovado para a classe. “Fizeram medidas para atender os motoristas, mas aqui em São Luís nós não tivemos esse amparo”, frisa o empresário.

Uma das vans de Jaime Leite ainda está sendo financiada, e ele relata que durante esses quatro meses precisou deixar de pagar as prestações – que custam em média de R$ 2 mil –, mas agora vai precisar retornar aos pagamentos.

Medidas Sanitárias
Com o retorno das aulas, protocolos de segurança estão sendo feitos pelas instituições de ensino, sejam privadas ou públicas. Jaime Leite trabalha apenas com alunos de escolas privadas, então, já tem uma data determinada para o retorno das atividades, no entanto, ele ressaltou que nenhum protocolo de segurança foi expedido para esse tipo de transporte. “Individualmente, cada proprietário de van, vai tentar ao máximo fazer o isolamento e higienização. Por enquanto, vamos seguir modelos de outros estados, porque aqui ainda não foi lançado”, expôs.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), informou que está em diálogo com a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação no Maranhão (Undime-MA) e órgãos fiscalizadores, para elaboração de protocolos de prevenção e segurança no transporte dos alunos.

Expectativa
“A expectativa é a maior possível, já estamos entrando em contato com os pais, para a volta às aulas. Aqui na nossa área – Cidade Operária – a previsão é que volte a partir do dia 10”, afirmoi Jaime Leite, com entusiasmo.

Remy Rodrigues Silva, mais conhecido como “Tio Remy”, trabalha no ramo de transporte há 27 anos e também é proprietário de uma van, ele contou que está ansioso para o retorno. “Um novo recomeço, com mudanças. Pais e alunos estão na expectativa", disse.

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