Tributo

Mourão defende nova CPMF para desonerar as folhas

Vice-presidente disse ainda, em entrevista à Rádio Gaúcha, que imposto poderia ajudar a financiar programa de transferência de renda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
(Hamilton Mourão)

BRASÍLIA - O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na última sexta-feira (17), em entrevista à rádio Gaúcha, considerar “justo” um novo imposto sobre transações eletrônicas para que haja condições de desonerar a folha de pagamento.

A possibilidade de taxar o comércio eletrônico foi citada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Na quinta-feira (16), ele disse que o governo pretende incluir na reforma tributária, que será enviada ao Congresso Nacional, a criação de um imposto de 0,2% sobre transações eletrônicas.

Segundo Guedes, o imposto também poderia ajudar a financiar o programa Renda Brasil, que deverá substituir o Bolsa Família. De acordo com o ministro, a intenção é ampliar a base de cobrança, ou seja, a variedade de locais onde os impostos incidem. Com isso, disse Guedes, seria possível reduzir a cobrança que recai sobre outras bases, como a folha de pagamentos.

Questionado sobre o tema, Mourão disse que, com a desoneração da folha de pagamento, “haveria uma oportunidade muito maior da criação de empregos formais”. Ele ressaltou que a discussão e a decisão cabem ao Congresso Nacional.

Para o vice-presidente, a possível criação do tributo, nos moldes da antiga CPMF, precisa ter uma compensação clara.

"Eu acho que tem que ficar muito claro e não simplesmente criar um imposto por criar um imposto. Vejo que hoje a discussão está centrada em cima da desoneração. Então, eu acho justo”, disse.

“Não abrangeria todo tipo de transações. Hoje nós temos uma série de transações eletrônicas que são feitas e que não pagam tributo. Então nós temos que arrumar um jeito de tributar isso daí. Vamos lembrar que o nosso sistema tributário atual tem uma evasão, sonegação, de mais de R$ 400 bilhões. Isso é muito dinheiro", acrescentou o vice-presidente.

Pouco depois da entrevista, na saída do gabinete, ele voltou a falar sobre o assunto.

"Um imposto dessa natureza, para ser criado, tem que ser para compensar outros que serão abolidos. Se discute bastante a questão da desoneração da folha, que, em tese, gera emprego formal, que é o que a gente precisa, mas tem que compensar arrecadação na outra ponta", disse a jornalistas.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.