Editorial

Correndo contra o tempo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

Na luta contra a Covid-19, uma notícia deixa milhões de pessoas em todo o mundo esperançosas com a possibilidade concreta de estar sendo criada a primeira vacina contra o novo coronavírus com resultados altamente promissores. A vacina provisória que está sendo desenvolvida pela empresa de biotecnologia Moderna conseguiu gerar anticorpos em todas as pessoas que participaram dos testes e agora entra na fase final dos testes, nos Estados Unidos.

Os testes provocaram respostas imunes em todos os 45 voluntários saudáveis e não houve efeitos colaterais graves, embora mais da metade das pessoas testadas tenha relatado reações leves ou moderadas, como fadiga, dor de cabeça e dores musculares. Em outra frente, o CEO da Pfizer afirmou que negocia com o governo brasileiro para trazer a vacina que está sendo desenvolvida pela empresa ao país. Se tudo der certo, a farmacêutica espera produzir 100 milhões de doses até o final do ano.

Uma outra notícia também traz esperanças na batalha mundial contra a Covid-19. A vacina da universidade Oxford, no Reino Unido, que é apoiada pelo laboratório AstraZeneca, mostrou resultados positivos em ensaios clínicos iniciais (fase 1) com a geração de anticorpos contra a doença. Os resultados oficiais dos testes com a vacina devem ser divulgados nesta quinta-feira, 16.

A universidade conseguiu reduzir de 18 para 12 meses o período de testes da Fase 3, última etapa dos estudos, por ser uma vacina emergencial. Neste estágio, parte dos voluntários recebe a vacina e parte recebe placebo, sem que saibam em que grupo estão inseridos, o que é conhecido como "duplo-cego". Os voluntários serão acompanhados por um ano. Segundo especialistas, a vacina de Oxford é uma candidata bastante forte e está bem avançada, mas é preciso respeitar o tempo do estudo. E é preciso ter os resultados, pelo menos, dos 6 primeiros meses, para se saber qual o conjunto dos resultados.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, há 163 vacinas sendo testadas contra o coronavírus, sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos. Os números são do balanço da organização com dados até 14 de julho. O fato positivo é que a cada dia aumentam as esperanças em todo o mundo de que seja encontrada a vacina de combate a esse mal, que causou consequências desastrosas a milhões de pessoas, de diversas maneiras em todo o mundo. Os impactos ainda estão sendo contabilizados, obrigando indivíduos a ficar em casa, mantendo o isolamento social.

Portanto, não há dúvidas de que essas medidas são cruciais para limitar a propagação do vírus, porém, podem trazem grandes repercussões na rotina diária. Muitas pessoas também estão sofrendo com perdas pessoais, ou ainda interromperam o acompanhamento de doenças crônicas. Sendo assim, a preservação da saúde entre aqueles não diagnosticados com a Covid-19 também é uma questão prioritária.

Nesta quinta-feira, 16, a Agência Nacional de Saúde Suplementar deve decidir se o teste para detecção de Covid-19 continua no rol de procedimentos obrigatórios dos planos de saúde. Os exames foram incluídos no dia 29 de junho, por causa de uma decisão judicial. A liminar, no entanto, foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), a pedido da própria ANS. A agência informou que entrou com o recurso porque há risco para os beneficiários quando se incorporam novas tecnologias sem uma devida análise criteriosa.

A ANS argumenta que estudos e análises de diversas sociedades médicas e de medicina diagnóstica mostram controvérsias técnicas em relação aos resultados desse tipo de exame e a possibilidade de ocorrência de alto percentual de falso-negativo. Suscitam dúvidas também quanto ao uso desses exames para o controle epidemiológico da Covid-19. A decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, portanto, visa a proteger os indivíduos e promover a saúde pública num cenário ainda incerto em relação à pandemia.



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