São Luís - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) intensificou nos últimos dias críticas a militares após o Ministério da Defesa ter anunciado pedido de uma ação na Procuradoria-Geral da República contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Ontem, por exemplo, em seu perfil em rede social, Dino afirmou que os militares atuam com corporativismo. Ele também avaliou como curiosa a reação contra Mendes. “Recentemente tivemos um comandante do Exército que se dedicava a comentar julgamentos do Supremo com notas públicas. Isso torna mais curiosa essa reação corporativista dos militares sobre a crítica do ministro Gilmar Mendes a um serviço público civil”, escreveu.
No domingo, Dino já havia insinuado atuação política nas forças armadas, após a imprensa nacional ter abordado a crise entre os militares e o ministro do Supremo.
“A cúpula das Forças Armadas deve entender que uma instituição de Estado - que exerce monopólio de uso da força em nome da nação - não pode estar atrelada ou subordinada a um lado da política brasileira. Pior quando se cuida de uma facção extremista e passageira”, disse, na oportunidade em que também atacou o governo Jair Bolsonaro.
Crise
A manifestação de Dino é na verdade uma demonstração de apoio a Gilmar Mendes. Somente no período da quarentena em decorrência da pandemia do Covid-19, Dino e Mendes participaram juntos de duas “lives” sobre o acreditam a respeito da democracia.
No fim de semana, em uma live promovida pela revista IstoÉ da qual o ministro participou como convidado, Mendes atacou as Forças Armadas e o Governo Federal.
Ele disse que o Exército “está se associando a um genocídio” durante a pandemia do Covid-19 no Brasil. Foi uma referência à participação de militares em postos estratégicos do Governo Jair Bolsonaro.
Após a manifestação do ministro, que ganhou forte repercussão, o Ministério da Defesa repudiou as declarações de Mendes em nota e pediu providências por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A nota de repúdio às declarações de Mendes foi assinada pelo ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva e pelos comandantes da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, do Exército, general Edson Leal, e da Aeronáutica, o tenente brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez.
Tivemos um comandante do Exército que se dedicava a comentar julgamentos do Supremo com notas públicas. Isso torna mais curiosa essa reação corporativista dos militaresFlávio Dino, governador do MAPazuello cancela agenda no MA após fala do governador
O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, cancelou a sua agenda no Maranhão, que havia sido solicitada pelo Governo do Estado, após os seguidos ataques do governador Flávio Dino contra os militares e o Governo Federal.
O auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viria ao Maranhão ontem para uma reunião com secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula – que é também presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) -, e Dino aproveitaria para reunir-se com ele.
O cancelamento da agenda ocorreu horas depois de ir ao ar uma entrevista de Flávio Dino à CNN na qual o comunista criticou a presença de militares no governo.
“O ministro Gilmar apontou um problema grave que temos, que é a alta ocupação de cargos do serviço público civil por militares. Isso é constitucionalmente perigoso. Do ponto de vista jurídico não há razão para essas reações corporativistas. Os militares não aceitam críticas e se acham intocáveis. No momento que eles exercem funções políticas, serão criticados”, disse.
A assessoria do ministro informou que a visita foi cancelada por “questões de agenda”.
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