Descaso

Faltam segurança e iluminação em trecho da Litorânea

Comerciante da região faz denúncia sobre situação do local; ciclistas e corredores ressaltam perigo

Kethlen Mata/ O Estado MA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Com postes sem luzes, somente lâmpadas da lanchonete iluminam avenida
Com postes sem luzes, somente lâmpadas da lanchonete iluminam avenida (sem luz litorânea)

São Luís – Um trecho da Avenida Litorânea, na praia de São Marcos está com dois postes de iluminação pública apagados, o que prejudica comerciantes que trabalham na região. Se não fosse o bastante, a falta de iluminação também gera insegurança, tornando o local propício para assaltos. Alguns ciclistas e corredores mudaram de trajeto ou de horário, por medo de serem vítimas de algum crime na área.

José Cicero Quintanilha Moreira tem um trailer em frente aos postes sem iluminação e conta que o problema já perdura desde antes da pandemia de Covid-19. O comerciante trabalha na Avenida Litorânea há 24 anos, mas está no ponto sem iluminação há aproximadamente quatro meses. “Eu não aluguei – esse ponto aqui é meu – estava alugado, mas com a pandemia, me entregaram o ponto”, relata.

Ele ressalta ainda, que não é a primeira vez que passa por problemas na área. “Arrombamento, principalmente, queda de energia é direto, já perdi muita polpa de frutas. Então, é bem complicado esse lado aqui da Litorânea, mas o pior são os arrombamentos, porque aqui está muito escuro”, frisa o comerciante.

Em nota, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), informou que deslocará uma equipe para verificar a situação citada, a fim de tomar as providências necessárias para solucionar os problemas constatados. “A Semosp reforça que, qualquer problema identificado pela população, pode ser comunicado por meio da Central de Iluminação Pública, pelo número 0800 2848082”, disse a secretaria.

Sobre a segurança na Avenida Litorânea, o Governo do Estado enviou nota informando que, nas conformidades do artigo 144, §5° da Carta Magna de 1988, deve ser realizada pela Polícia Militar do Maranhão, prezando pela ostensividade e pela preservação da ordem pública. Nesses termos, por ser área de grande interesse turístico, está designado o Batalhão de Polícia Militar de Turismo – BPTur, a cobertura de tal área, o qual designa efetivo policial diuturnamente para manter a segurança do local. O efetivo utilizado na região é designado em modalidades diferenciadas de policiamento prevendo maior efetividade na manutenção da ordem e da segurança pública. As modalidades utilizadas pelo BPTur na área são: policiamento a pé, ciclopatrulhamento, motopatrulhamento e policiamento em viatura.

“Quanto à prática delituosa, pode-se dizer que houve um decréscimo considerável durante a pandemia, haja vista os efeitos do Lockdown e da quarentena estabelecida em toda a Ilha de Upaon-Açu”, diz ainda a nota, ressaltando que os registros do BPTur apontam 67 ocorrências na área da Avenida Litorânea desde o início do ano, sendo que apenas 31 foram registradas do período de março à atualidade, período de eclosão da pandemia em território maranhense. Outro dado a ser considerado é que das 31 ocorrências registradas no período indicado, somente 15 foram de roubos e furtos, sendo as demais, em sua maioria, de acidentes e infrações de trânsito.

Comparado ao mesmo período do ano passado (de março a junho de 2019), os registros apontam decréscimo de 42,3% no número de eventos dessas modalidades delituosas (roubos e furtos).

Prejuízo
Além do prejuízo nos negócios, já que que a escuridão acaba afastando muitos possíveis clientes do trailer, José Cícero tem de lidar com outros tipos de prejuízo. Como ele citou, arrombamentos são comuns no seu local de trabalho. “Quando não tem a iluminação é esse caos, um breu. Se apagar a luz do trailer, ninguém nem vê ele”, comenta. O comerciante relata que as janelas laterais do veículo sofreram tentativas de arrombamento. “ Por que fizeram isso? Porque é escuro demais, eu tive que colocar lâmpada em tudo quanto é lugar do trailer, para não ser arrombado de novo”, afirma.

O personal trainer, Lucas Silva, não fica próximo ao trailer do José Cícero, mas tem sofrido prejuízos devido à insegurança na região. “Sobre a iluminação, não tenho nada a falar, só que a segurança é muito ausente. Fazem ronda, mas continua inseguro. Eu acredito que tendo um posto policial seria bem mais seguro. Seria interessante os policias estarem parados, em vez de pedalando, me parece algo mais efetivo”, relata. Por causa do medo de assaltos, Lucas Silva resolveu voltar para a academia, dessa forma, perdendo clientes.

Insegurança
A estudante, Kamila Paiva, precisou mudar o local das suas caminhadas matutinas, e às vezes noturnas. “Se torna uma armadilha a falta de iluminação. Nesses locais, sempre passo para o outro lado da via”, diz. Quando o Parque do Rangedor reabriu, após o lockdown, a estudante fez desse o seu novo local de caminhada. “Me sinto mais segura lá. Tanto em estrutura, como em segurança”, afirma. E quando questionada sobre uma possível insegurança na área da Avenida Litorânea, Kamila Paiva, responde que já presenciou até assaltos na região.

Outro relato é da gastrônoma, Juliana Coutinho. “Sempre corria de madrugada, treinando para maratonas – devido aos treinos serem mais longos – no entanto, dada a pouca iluminação e falta de viaturas para que pudéssemos ter segurança, mudei meu horário e vou em horário de sol quente. São muitos os casos de assalto a corredores e ciclistas, e também motoristas em alta velocidade ou embriagados, que não concordam em dividir o espaço com os atletas”, lamenta.

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