Hospitais ainda não sentem efeitos de reaceleração de casos de Covid-19
Em análise dos últimos boletins, nota-se redução no total de pacientes internados; professor alerta para aumento de 400 para 700 casos semanais; segunda onda ainda não é sentida, mas pode chegar
São Luís – Conforme veiculado por O Estado, nesta terça-feira (7), a capital São Luís, deve passar por um processo de reaceleração na taxa de transmissão da Covid-19, a chamada segunda onda, de acordo com o professor Antônio Augusto de Moura da Silva, do Departamento de Saúde Pública da UFMA. Porém, a taxa de ocupação de leitos ainda é decrescente, tanto na rede pública quanto na privada, nesta última, a redução na ocupação de leitos clínicos e de UTI é bastante expressiva.
No hospital privado São Domingos, quatro mortes por Covid-19 foram registadas até o fechamento desta edição - do dia 1° de julho, até segunda-feira (6). “O Hospital São Domingos vem registrando, gradativamente, redução no número de pacientes com suspeita e confirmados; assim como aumento no número de altas e de pacientes recuperados”, ressaltou o hospital, em nota.
No total, 860 pessoas já receberam alta nas unidades, entre casos suspeitos e confirmados da doença. Enquanto o número de internações segue caindo, no dia 1°, 21 leitos de UTI estavam ocupados, já no dia 6, o número caiu para 19, uma taxa de ocupação de 57%.
“Passamos de 400 para 700 casos semanais. Esse aumento ainda é pequeno se comparado ao pico de 2 mil casos semanais que já tivemos", explica o professor Antônio Augusto de Moura da Silva, em nova entrevista a O Estado. Ainda, segundo o pesquisador, alguns relatos já demonstram que começou a aumentar o atendimento nas tendas das unidades de saúde. “Como ainda estamos na fase inicial de uma possível segunda onda, isso ainda não se refletiu no aumento das internações, mas é provável que nas próximas semana esse efeito seja sentido nos hospitais", alerta.
Rede Pública
O número de internações segue decrescente na rede pública, a taxa de ocupação de leitos de UTI e de leitos clínicos na região metropolitana de São Luís. A partir do boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES), do dia 1° de julho até o boletim do dia 5, o número de leitos ocupados caiu todos os dias. Uma diminuição de 82, 92% (146 ocupados e 30 livres) de lotação de leitos de UTI, no dia 1° a 77,84% (137 ocupados e 39 livres) de taxa de ocupação.
Nova Onda
O Hospital São Domingos, foi questionado sobre uma possível segunda onda da doença na região metropolitana de São Luís, em nota, a unidade de saúde ressaltou que, desde o início da pandemia, se prepara, oferecendo à população, a estrutura e equipe de profissionais necessários para a assistência, com o mesmo padrão de excelência que sempre ofereceu aos pacientes. “Continuamos prontos, caso haja necessidade de mais atendimentos”, ressaltou em nota. O hospital também pontuou que está tomando medidas para o controle do contágio no ambiente hospitalar em suas unidades.
A SES, afirmou que adota medidas de controle da transmissão comunitária como a expansão de serviços especializados, restrição de atividades ou flexibilização dos serviços sempre alinhados ao comportamento epidemiológico.
Disse ainda, que desde o início da reabertura gradual das atividades no setor de bares e restaurantes, no dia 27 de junho, já foram realizadas 40 inspeções, que resultaram em 10 notificações a estabelecimentos ou serviços.
SAIBA MAIS
Subnotificação
Em nota, a SES afirmou que, todas as medidas são tomadas para evitar a subnotificação no Maranhão, dentre os quais: a distribuição de kits de testagens para que os municípios possam identificar e, por conseguinte, notificar novos casos positivos e/ou descartados, além, da aquisição de mais de 100 mil testes entre rápidos e RT-PCR, e da compra recente de 20 mil testes sorológicos.
Informou ainda, sobre o estudo sorológico que será realizado em breve. “A SES dará início ao estudo científico em parceria com a UFMA. A pesquisa terá início nas próximas semanas e será realizada em domicílios nas 19 Regiões de Saúde do Estado”, frisou a secretaria.
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