Cuidados

Bombeiros listam recomendações em casos de ventania

Moradores devem evitar locais abertos e não se abrigar debaixo de árvores, durante os ventos

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Após ventania, moradores do Coroadinho foram contabilizar prejuízos e consertar estragos
Após ventania, moradores do Coroadinho foram contabilizar prejuízos e consertar estragos (ventania)

São Luís - Durante a tarde de segunda-feira (6), uma chuva breve, porém acompanhada por uma ventania, atingiu São Luís, e provocou alguns estragos atípicos. O fenômeno deixou diversas casas destelhadas no polo Coroadinho, incluindo a Vila dos Frades e Alto do São Francisco. Em momentos como esse, quando os ventos atingem uma velocidade excessiva, o recomendável é que os moradores evitem locais abertos e não se abriguem debaixo de árvores, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA).

Como explicou o Corpo de Bombeiros, durante os ventos fortes, a população deve evitar a prática de esportes ou circular pelas ruas, ou, ainda, se expor em locais abertos em momentos de qualquer lazer. E, caso seja necessário, o recomendável é evitar passar sob cabos elétricos, outdoors, andaimes, escadas e estruturas que não transmitem segurança, quando estiver transitando em avenidas ou outras vias públicas. Outra advertência é que as pessoas não estacionem próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.

Nesse caso, isso deve ser evitado porque essas torres e placas estarão sob influência dos ventos fortes. “Em caso de tornado de grandes proporções, a melhor forma de proteção é ficar deitado no corredor interno, próximo ao chão (no piso mais inferior) e colocar-se debaixo de uma peça do mobiliário resistente ou de um colchão”, observou o CBMMA.

Outras dicas
Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, os moradores não podem, em hipótese alguma, se abrigar debaixo de árvores ou em frágeis coberturas metálicas, quando estiver ocorrendo a ventania. Além disso, devem evitar ficar perto de precipícios, encostas ou lugares altos sem proteção, em virtude do risco de serem arrastados para esses abismos. As pessoas também devem revisar a resistência de suas casas, principalmente o madeiramento de apoio do telhado e a amarração das telhas no madeiramento, caso exista.

Também é importante, prosseguiu o órgão estadual, fechar bem as janelas, basculantes, portas de armários, evitando canalizações de ventos no interior das residências. “O mesmo para persianas, cortinas, blecautes para que, no caso da quebra de algum vidro de janela, os estilhaços não sejam lançados e espalhados pelo cômodo, podendo atingir alguém. É necessário, ainda, que os aparelhos elétricos sejam desligados e o registro do gás de cozinha fechado, evitando agravamentos no caso de queda de árvore. Também acomodar, sobre o piso todos os objetos que possam cair”, complementou o CBMMA.

E, caso a pessoa esteja fora de sua residência e for surpreendida pelos ventos fortes, o recomendável é que se deite em uma vala ou depressão do terreno fora da estrada, afastado de árvores, postes ou muros, segundo o Corpo de Bombeiros.

A ventania
De acordo com informações dos moradores do Coroadinho, a ventania começou por volta das 14h30, enquanto chovia pouco. O fenômeno deixou estragos nas ruas Colônia e Rua Manoel Alves Abreu. Mas também ocorreu no Alto do São Francisco e em trechos da Vila dos Frades. “Eu estava no quintal e só ouvi um estouro, algo rodando. Botei a mão na cabeça e entrei no quarto. Meu filho estava dormindo. Eu vi aqui e vi telhas voando para tudo quanto é lado”, narrou uma mulher que reside no local.

Ela, que mora na região há mais de 35 anos, comentou que a sensação era de surpresa. E que algo parecido já havia acontecido no Alto do São Francisco, mas não com essa dimensão. A moradora declarou que observou vários galhos de árvores girando no ar. Outra informou que foi assustador. Segundo disse, a ventania também levou tampas de caixas d’água e outros objetos. Depois que a velocidade do vento diminuiu, as pessoas começaram a sair de casa para observar os transtornos.

Muitos moradores subiram nas residências para calcular o prejuízo. Alguns tentaram “salvar” algumas telhas do chão.

Causas e consequências
O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão informou que, após o episódio dos ventos fortes, entrou em contato com a comunidade atingida e ainda fez várias rondas na região. Como resultado dessas incursões, foram constatados apenas danos materiais, sem registro de pessoas feridas. “Comunica que foi um evento atípico e pontual e esclarece que em ocorrências dessa natureza, cabe atuação, em primeira resposta, da Defesa Civil Municipal, órgãos assistenciais e de infraestrutura municipal para intervir e realizar limpeza e recuperação da área, desobstrução das ruas e outras vias, além de fornecer auxílio na remoção das famílias a local seguro, se for o caso”, esclareceu o órgão.

Segundo o meteorologista Hallan Cerqueira, do Laboratório de Meteorologia (Labmet), do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a ventania que causou estragos no Polo Coroadinho foi provocada pelas nuvens conhecidas como cumulonimbus, que causam, também, tempestades com raios. Ele explicou que esse fenômeno, apesar de ter impressionado, não é raro no atual período de transição entre as estações chuvosa e seca, como é o mês de julho.

Conforme o meteorologista, nesse período de transição, a atmosfera fica mais quente devido ao encerramento da estação chuvosa, resultando na convecção, que é o processo no qual o calor é transferido por meio de movimentos verticais do ar.

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