Transtornos

Correios: cresce reclamação de demora na entrega de pedidos

Muitas pessoas fizeram compras há mais de um mês; orientação é que acompanhem, na página do rastreamento de objetos dos Correios, a situação das encomendas

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Fila de pessoas aguardando encomendas na frente de Centro de Distribuição dos Correios
Fila de pessoas aguardando encomendas na frente de Centro de Distribuição dos Correios (Correios)

São Luís - Os problemas oriundos da pandemia da Covid-19 continuam surgindo ou sendo reforçados. Vários setores estão sendo afetados, o que provoca reclamações da população. Com relação aos Correios, as pessoas estão relatando muita dificuldade para receberem seus produtos e também cartas. Em São Luís e nos demais municípios da Grande Ilha, isso está ocorrendo com mais insistência. Filas foram registradas na entrada do Centro de Distribuição, localizado no bairro Vila Ivar Saldanha, onde a procura está sendo grande pelas encomendas.

As reclamações referentes a essa demora na entrega dos pedidos são muitas durante a pandemia, em São Luís. O professor de Matemática Evandro Martins, que trabalha na docência há mais de 20 anos, disse que fez duas compras no início do mês passado, mas, até agora, as mercadorias não chegaram ao seu endereço, na capital maranhense. Ele explicou que está aguardando dois livros, que foram adquiridos pela internet, e que não imaginava que passaria tanto tempo assim.

“Eu nem sei mais o que fazer. Só falta recorrer ao STF. São livros que preciso para me aperfeiçoar na minha área de formação. Aqui, eu não encontro essas obras. Então, tenho que comprar fora. O único jeito que conheço é pela internet. No site que acompanho, diz que as mercadorias já chegaram aqui em São Luís. A questão é quando vão chegar aqui em casa”, desabafou o professor. Conforme o docente, ele já entrou em contato com os Correios por todos os meios, mas ainda não obteve sucesso.

O montador de móveis Orlando Amorim também está aguardando a chegada de um pedido há pouco mais de um mês, mas seu problema ainda não foi solucionado. Como contou, comprou um Smart Speakers (caixa de som “inteligente”) pela internet. No entanto, a única solução foi procurar o Centro de Distribuição. Lá, teve de enfrentar uma fila para ser atendido. Na chegada ao local, ficou impressionado com a quantidade de pessoas que estavam passando pela mesma situação.

“Eu pensava que era só eu que estava passando por isso. Que nada! Tinha muita gente esperando. Eu acho que é uma situação que deve durar durante toda essa pandemia. Enquanto não resolverem isso, vamos sofrer”, exclamou ele.

Nota dos Correios

Em nota, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos informou que, desde o início da pandemia da Covid-19, está seguindo a determinação do Decreto nº 10.282/2020, da Presidência da República, que define os serviços postais como essenciais. E que está atenta à proteção dos empregados e clientes, com protocolos operacionais e profiláticos já disseminados. Dentre as várias medidas já adotadas, está o afastamento temporário de trabalhadores que se enquadram no grupo de risco e aqueles residentes com pessoas classificadas nesse mesmo grupo, o que demandou adequações na operação. “Com isso, foi ampliado o prazo de entrega para alguns dos serviços, mas sem afetar a qualidade. Para apurarmos os supostos relatos de atraso na entrega, é necessário termos informações sobre o código do objeto postal ou endereço completo do destinatário para que empresa possa tomar as providências pontuais, se couber”, enfatizou a ECT.

Retirada de encomendas
Sobre a retirada de encomendas, a empresa disse que a orientação aos clientes é que acompanhem, na página do rastreamento de objetos dos Correios, a situação do pedido, e se deslocar às unidades somente após o sistema informar que o produto está disponível para esse procedimento. Essa medida, como frisou, além de evitar aglomerações, deslocamentos desnecessários e superlotação dos centros de distribuição, permite que o setor esteja concentrado no serviço de distribuição domiciliária, garantindo, dessa forma, as entregas.

Conforme a empresa, a equipe está trabalhando no intuito de reforçar o atendimento para minimizar os impactos da crise gerada pelo novo coronavírus. “Os Correios lamentam eventuais transtornos à população neste momento de adversidade e adaptação de todos os setores da sociedade. A empresa reitera que está trabalhando para viabilizar, com segurança, a continuidade de suas atividades, essenciais para atender a população nesse momento em que mais precisa, e segue à disposição pelos telefones 3003-0100 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 725 7282 (demais localidades), ou pelo Fale Conosco, no site www.correios.com.br”, ressaltou.

SAIBA MAIS

Denúncia do sindicato

No mês passado, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios e Telégrafos do Maranhão (Sintect/MA) denunciou que a empresa não estava seguindo as orientações do Ministério da Saúde com relação à prevenção da Covid-19, como distanciamento social, etiqueta respiratória, higienização das mãos, uso de máscaras, ventilação e desinfecção dos ambientes, para preservar a saúde dos trabalhadores. Como informou a entidade, a distribuição de materiais de higiene e equipamentos de segurança demorou, e, quando chegou, foi em quantidade insuficiente.

Em seu site, o sindicato diz que outras medidas fundamentais para preservar a saúde dos profissionais só foram implementadas após liminares na Justiça, conquistadas pela entidade, como o caso da testagem e afastamento dos trabalhadores, e o fechamento de setores com casos confirmados do novo coronavírus. “A direção da ECT despreza e brinca com a vida dos trabalhadores. Em nome de manter um serviço essencial para a população, coloca seus empregados em risco, sem os devidos cuidados e a assistência que ela tem obrigação de oferecer. Com isso soma mais uma mazela à superexploração que pratica com a categoria ecetista”, pontuou.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.