Questionário

Estudo avalia impacto da pandemia nas urgências odontológicas

Pesquisa foi idealizada por um grupo do mestrado em Odontologia do Ceuma

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Uma das pesquisadores é a doutora Cláudia de Castro Rizzi Maia
Uma das pesquisadores é a doutora Cláudia de Castro Rizzi Maia (Cláudia Rizzi)

São Luís - No contexto do novo coronavírus, a população está muito preocupada em não contrair a doença, que tem sintomas variáveis, dependendo do metabolismo de cada um. Nesse sentido, a prevenção é considerada o melhor remédio. Mas, para além do álcool em gel e da máscara de proteção, é importante que os cuidados com a saúde bucal não sejam negligenciados. Por este motivo, foi idealizada a pesquisa “Resolutividade da dor de dente durante a pandemia da Covid-19 no Brasil”, por um grupo do mestrado em Odontologia da Universidade Ceuma, em São Luís.

De acordo com o dentista Etevaldo Matos Maia Filho, o projeto começou na semana passada, tendo sido idealizado para analisar não apenas a condição bucal das pessoas durante a pandemia da Covid-19, como, também, para saber como os pacientes que sentiram dor de dente nesse período como atendidos, ou seja, como agiram no sentido de solucionar o incômodo na saúde. Segundo o odontólogo explicou, a pesquisa consiste em um questionário digital, que pode ser acessado por meio do celular.

O link para ter acesso ao questionário é o seguinte: @dor.covid19, que está disponível no Instagram. Lá, existem várias perguntas para serem respondidas pelos internautas. O objetivo desse estudo é analisar o impacto da pandemia do novo coronavírus no atendimento das urgências odontológicas. A pesquisa é considerada importante porque vai determinar as dificuldades encontradas para realizar esses procedimentos no atual contexto, o que vai auxiliar na elaboração de soluções para os problemas detectados.

“Após a análise dos dados, os resultados serão publicados. As autoridades poderão usar esse conhecimento para realizar uma abordagem mais eficiente e planejar um atendimento melhor diante do que estamos passando ou em panoramas semelhantes”, explicou Etevaldo Matos, que também é professor da Universidade Ceuma. A participação no questionário é voluntária, não sendo necessária a identificação. Ao final, caso a pessoa se interesse, poderá informar o e-mail para uma nova rodada. Nessa situação, os dados serão tratados de forma anônima e confidencial, isto é, as respostas serão mantidas em sigilo.

Os resultados serão divulgados por meio da publicação em artigos científicos e postagens nas redes sociais. A pesquisa está sendo conduzida pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Ceuma, no Renascença, na capital maranhense. Um dos pesquisadores responsáveis é a professora doutora Cláudia de Castro Rizzi Maia. Etevaldo Matos é um dos coordenadores do estudo.

Recomendações na Odontologia

O Conselho Federal de Odontologia (CFO) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) lançaram, neste mês, a terceira atualização de recomendações para intensificar a luta contra a Covid-19 no atendimento odontológico. É um manual publicado pelas entidades para auxiliar os cirurgiões-dentistas e agentes públicos e privados que atendem pacientes com suspeita ou confirmados com o novo coronavírus a tomarem decisões clínicas que possam minimizar a propagação da pandemia.

Conforme o manual, o paciente com suspeita de Covid-19 deve ser orientado a fazer isolamento domiciliar imediato e entrar em contato o mais rápido possível com o serviço de saúde, durante a triagem, por telefone ou presencialmente. Neste último caso, o odontólogo deve aferir a temperatura corporal do paciente e acompanhante, monitorar a temperatura da equipe de saúde bucal e evitar aglomeração na sala de espera, devendo manter distância de pelo menos 1 metro entre as pessoas. A febre, nessas situações, será definida para os pacientes que apresentarem a temperatura acima de 37,8º.

Em relação ao paciente sem suspeita para Covid-19 e tratamento de urgência/emergência, o tratamento odontológico deve ser realizado com precaução padrão e adicionais para toda a equipe. “Se forem necessárias suturas realizá-las com material absorvível. Fazer a limpeza concorrente do consultório odontológico ao fim de cada atendimento, podendo ser limpeza imediata e/ou terminal. Descartar EPI’s e materiais infectantes no lixo apropriado. Lavar as mãos. Realizar o suporte necessário após o atendimento de urgência/emergência via telefone, de forma evitar contato com o paciente”, destaca o manual.

Urgências odontológicas

As entidades frisam no documento que, de acordo com a American Dental Association (ADA), as urgências odontológicas são condições que incluem sangramento descontrolado; celulite ou infecção bacteriana difusa dos tecidos moles com edema intrabucal ou extrabucal que comprometa potencialmente as vias aéreas do paciente; ou trauma envolvendo ossos faciais que potencialmente comprometa as vias aéreas do paciente. Para minimizar, prevenir ou reduzir estes riscos, é necessária a adoção de medidas, como imunização, higiene das mãos e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

O profissional em Odontologia deve proteger membranas mucosas de olhos, nariz e boca durante os procedimentos. O equipamento a ser utilizado deve ser selecionado de acordo com o tipo de atendimento. Luvas de procedimentos não cirúrgicos devem ser usadas quando houver contato das mãos do profissional com pessoas que forem suspeitas de estarem contagiadas pela Covid-19 ou confirmadas, principalmente se houver risco de contato com sangue, fluidos corporais, secreções, mucosas e pele não íntegra, bem como artigos ou equipamentos contaminados.

Outras recomendações são citadas no manual, como a seguinte: dispositivos protéticos removidos de pacientes com suspeita e/ou confirmação de Covid-19 não devem ser armazenados no hospital. Convém ressaltar que as orientações do CFO e AMIB podem ser atualizadas em poucos dias, à medida que a pandemia aumente e que novos conhecimentos científicos sejam publicados sobre a doença.

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