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Deputado enxerga desprezo de Bolsonaro pela Educação do país

Gastão Vieira fez uma análise do atual cenário do país e da crise institucional criada no Governo Federal com a sequência de saída de ministros da Educação

Ronaldo Rocha/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Gastão Vieira diz que Brasil acumula prejuízos por substituições traumáticas no Ministério da Educação
Gastão Vieira diz que Brasil acumula prejuízos por substituições traumáticas no Ministério da Educação (Gastão Vieira)

São Luís - Em entrevista exclusiva a O Estado, o deputado federal Gastão Vieira fez uma espécie de análise sobre as seguidas trocas de ministros do Governo Federal, comentou a situação de milhões de estudantes de todo o país - que estão há meses com as suas aulas suspensas -, e apontou as possíveis saídas para a crise institucional.

Para Gastão, o Brasil acumula prejuízos com as recentes substituições traumáticas de ministros da Educação.

“O prejuízo não é apenas pela forma como deixaram a pasta [ex-ministros da Educação] é, sobretudo, porque nada fizeram, não conversaram, ficaram presos a combater seus inimigos ideológicos, ‘educação de esquerda, universidades cheias de comunistas, viciados em drogas’, enfim, as universidades gastavam todo o orçamento do MEC e não faziam nada… Outro problema é que mesmo o que o ministro propunha, Weintraub, o ‘Future-se’ não andou, ficou só na luta ideológica. Ou seja, o que já não era bom antes da pandemia ficou muito pior”, disse.

Ele apontou desprezo de Bolsonaro para com o setor de educacional da nação.

“Foi um vexame um ministro pedir para sair antes de entrar, logo um ministro batizado de ‘técnico’ que chegou falando em diálogo, pronto para inaugurar a nova fase ‘Jair paz e amor’. Não saber, quase uma semana depois, quem será o novo ministro, um nome, mostra o despreparo, o desprezo do Jair Bolsonaro pela educação. Quem se elege com 58 milhões de votos não tem o direito de agir assim”, disse.

O nome do empresário Renato Ferder já era citado na imprensa nacional como provável novo ministro na ocasião da entrevista, mas não havia sido confirmado oficialmente até o fechamento desta edição.

Ruim

O deputado federal maranhense mostrou preocupação com a formação de jovens que estão fora da sala de aula, e com a falta de solução para o problema, diante da pandemia do Covid-19.

“Como o próprio Jair Bolsonaro reconheceu, a situação é muito ruim, com ações prioritárias (Enem, Reforma do Ensino Médio, Currículo Nacional Comum, Alfabetização de Crianças), tudo parado no atual Governo. Com a pandemia um agravamento novo se apresenta, a interrupção do ano letivo e, consequentemente, sua reabertura”, disse.

Vieira também acredita que o ano letivo já está perdido no país, sobretudo nas escolas públicas de ensino.

“Acho que é melhor considerarmos esse ano perdido. A questão sanitária coloca os pais com os pés atrás, com medo, com receio do vírus, mesmo com o reinício previsto para setembro. Não temos estudos que nos indiquem como lidar com essa situação sem qualquer coordenação do Governo Federal, sem dinheiro federal. Na questão pedagógica, cada aluno, individualmente, merece toda a atenção. Como esse aluno ficou seu aulas, sem a presença da professora, dos colegas, da convivência diária? O que priorizar, qual conteúdo, reforço ou novos conhecimentos, como manejar o sistema híbrido, presencial e a distância, os professores estão suficientemente preparados para usar as novas tecnologias? Acho que não”, completou.

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