Corrupção

José Serra é acusado por MPF de integrar sofisticada quadrilha de corrupção

Senador teria recebido quase R$ 200 milhões em propina (valores atualizados)

José Linhares Jr

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Serra usou influência política para promover atos de corrupção
Serra usou influência política para promover atos de corrupção (José Serra)

Uma nova fase da Operação Lava-Jato deflagrada nesta sexta-feira (3) cumpriu oito mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entre os alvos estava a casa de José Serra. SEfundo o Ministério Público Federal, a denúncia oferecida pela força-tarefa Lava Jato de São Paulo diz que José Serra, entre 2006 e 2007, valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul.

“Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle”, informa a nota.

Ele foi denunciado, junto com a sua filha Verônica Allende Serra, pelo Ministério Público Federal por suspeita de lavagem de dinheiro transnacional.

De acordo com a denúncia, a Odebrecht pagou a Serra cerca de R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007, supostamente para usar nas suas campanhas ao governo do estado e cerca de R$ 23 milhões (atualizados em R$ 191,5 milhões), entre 2009 e 2010, para a liberação de créditos com a Dersa, estatal paulista que foi extinta no ano passado.

A nota do MPF aponta que as investigações, conduzidas em desdobramento de outras frentes de trabalho da Lava Jato de SP, demonstraram que José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e por meio delas, receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo.

Nesse contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o fim de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça.

“Até agora, a força-tarefa já detectou que, no esquema envolvendo Odebrecht e José Serra, podem ter sido lavados dezenas de milhões de reais ao longo dos últimos anos. Com as provas coletadas até o momento, o MPF obteve autorização na Justiça Federal para o bloqueio de cerca de R$ 40 milhões em uma conta na Suíça”, afirma.

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