Reabertura

Retorno das aulas presenciais na rede privada causa receio

Governo estadual publicou decreto que autoriza retorno das aulas presenciais no dia 3 de agosto

Bárbara Lauria / Equipe O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Com a pandemia, aulas presenciais foram substituídas por ensino a distância
Com a pandemia, aulas presenciais foram substituídas por ensino a distância (EAD)

São Luís – Na última terça-feira (30) o governo estadual publicou o decreto de n° 35.897, em que permite a retomada das aulas presenciais no estado a partir do dia 3 de agosto. Até o momento, as aulas presenciais estão suspensas devido a pandemia da covid-19 como uma forma de conter a doença e evitar a contaminação de pessoas.

De acordo com o decreto as aulas poderão ser retomadas a partir do dia 3 de agosto, de acordo com a decisão dos órgãos responsáveis por cada instituição, contanto que seja seguido o protocolo de segurança.

“A partir do dia 3 de agosto, todas as demais instituições de ensino estão autorizadas a retomarem suas atividades educacionais presenciais. A definição da data para o retorno e o estabelecimento dos protocolos pedagógicos caberão ao respectivo órgão responsável por cada instituição, sendo Secretaria de Estado da Educação (Seduc) para as escolas da rede pública estadual; aos colegiados superiores das universidades e demais instituições de ensino superior; e às prefeituras para as escolas ligadas às redes municipais. Para as escolas da rede privada, a data para retorno e o estabelecimento dos protocolos pedagógicos deverão ser definidos em conjunto entre pais e/ou responsáveis e instituição de ensino”, diz o texto.

Inseguros
Contudo, apesar do decreto, pais e responsáveis de alunos da rede particular ainda se sentem inseguros em deixar seus filhos voltarem a participar das aulas presenciais. Mesmo com os protocolos pedagógicos das escolas privadas sendo realizados em acordo entre os pais e a instituição, muitos responsáveis temem pela segurança dos filhos.

Ivana Maria Pereira, supervisora de condomínio, contou que sua filha Bianca Cristine Pereira Soares, está desde o início da quarentena em casa, tendo aulas por EAD (Ensino a Distância) e teme que o retorno às aulas presenciais possa a expor a situação de contaminação. “ Estou bem preocupada, até mesmo porque desde que começou a pandemia ela não sai de casa. Em casa é uma coisa, na escola eles querem estar se abraçando, vão ter muito contato”, explicou a mãe da menina, que está no 8º ano do ensino fundamental II.

De acordo com a mãe, o colégio em que sua filha estuda já está adotando medidas de acordo com o protocolo de saúde, como a redução de alunos em sala de aula para garantir o distanciamento social, porém ela acredita que a continuidadedas aulas a distância seja o ideal para a segurança de sua filha e outros alunos. “Acho que deveria voltar apenas quando descobrisse uma vacina. Seria bom ter essa opção [aula EAD], até mesmo porque tem muitas mães que não querem mandar seus filhos ainda”, explicou a supervisora. Ela também não deve deixar sua filha retornar às aulas presenciais por enquanto.

A dona de casa Rose Pantoge Oliveira também está preocupada com o retorno de sua filha, Roberta Oliveira, que está no 2º ano do ensino médio, às aulas presenciais, mas acredita que é necessário a adaptação a essa nova realidade, gerada pela doença. “Eu acho que nenhuma mãe está se sentindo segura, mas é a realidade. Já está tudo reabrindo e nós vamos ter que voltar com a vida normal”, explicou Rose.

Apesar das aulas a distância estarem dando resultado, Roberta Oliveira também está ansiosa a voltar ao colégio. Segundo Rose Pantoge, as aulas da filha retornam no dia três de agosto e a escola vem informando as medidas de prevenção que estão sendo tomadas tanto para os pais, quanto para os alunos. “Os alunos vão entrar com os procedimentos de distanciamento, vai ser disponibilizado o uso de álcool em gel e máscaras, por exemplo”, informou rose a respeito do colégio em que sua filha estuda.

O Estado entrou em contato com o sindicato de estabelecimentos de ensino particular (Sinepma) para saber seu posicionamento em relação ao retorno das aulas e as medidas que estão sendo tomadas, porém não houve resposta até o fechamento desta edição.

SAIBA MAIS

Protocolo sanitário

De acordo com o decreto, para retornar as aulas presenciais as instituições precisarão seguir um protocolo sanitário para evitar que haja contaminação entre estudantes e funcionários das instituições. Para isso, o decreto destaca que é necessário que cada instituição crie uma Comissão de Saúde que deverá contar com a participação da comunidade educacional para realizar os seguintes objetivos:

I – Sugerir estratégias de prevenção contra a Covid-19 no ambiente escolar

II – Avaliar as estratégias de prevenção adotadas

III – Auxiliar na resolução de problemas relativos às estratégias de contenção do coronavírus

IV – Monitorar a implantação e execução das estratégias

O decreto ainda informa que a Comissão de Saúde de cada estabelecimento terá que se reunir quinzenalmente, ou sempre que necessário.

Aulas práticas, cursos e pré-vestibulares

De acordo com o decreto, de maneira excepcional, poderão ser realizadas a partir desse mês (julho de 2020), aulas práticas do último período dos cursos de instituições de ensino superior, especialmente da área da saúde. O decreto também liberou, neste período, a realização de aulas presenciais nos cursos pré-vestibulares e cursos de idiomas, desde que cumpridas as medidas de distanciamento social e com rotina semanal máxima de três dias de atividade.

Rede estadual

No caso das escolas da rede estadual do Maranhão, só poderão retornar às aulas presenciais aquelas que seguirem os pré-requisitos necessários e fazer a distribuição dos seguintes materiais:

  • Máscaras de proteção confeccionadas com tecidos
  • Álcool 70%
  • Copo de uso individual ou descartável

Número de crianças e adolescentes contaminados no Maranhão

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretária de Estado da Saúde do Maranhão no dia 30 de junho:

5.334 jovens, de 0 a 19 anos, já foram contaminados pela Covid-19 no estado. Isso equivale a 6,7% dos casos totais do Maranhão.

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