Editorial

O impacto da pandemia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

Julho chegou renovando esperanças passados mais de 100 dias desde o início do isolamento social no país. As consequências da pandemia são visíveis em muitos setores, principalmente na economia com a destruição massiva de postos de trabalho. Matéria do jornal O Estado, edição de ontem, revela que no Maranhão, no período de março a maio deste ano, ocorreu a perda de 8.174 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O mês de maior impacto foi abril, quando 5.983 vagas foram fechadas.

Esta situação demonstra, evidentemente, que a pandemia do novo coronavírus causou graves estragos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE. São 87,7 milhões de pessoas no país em idade de trabalhar sem ocupação e 85,9 milhões formalmente trabalhando - menor número da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

Para economistas, o Brasil vive o pior momento em termos de pessoas fora do mercado de trabalho. As demissões no trimestre foram recorde em oito dos dez grupos de atividades econômicas pesquisadas. Em apenas um trimestre, cerca de 2 milhões de vagas com carteira assinada foram extintas. Entre os trabalhadores informais, os mais afetados, quase 5,8 milhões ficaram sem ocupação. No trimestre em que a crise sanitária se agravou no país, de março a maio, 7,8 milhões de pessoas perderam o emprego. Pela primeira vez, mais da metade da população brasileira em idade de trabalhar não tem nenhuma ocupação.

Por conta dessa onda de desemprego no país, o Governo Federal prorrogou por mais dois meses o pagamento de R$ 600 do auxílio emergencial. O decreto que estabelece a medida foi publicado na edição de ontem do Diário Oficial da União. Quem já pediu o auxílio e está recebendo não precisa fazer nada para receber as duas parcelas adicionais. O benefício foi criado em abril para ajudar trabalhadores sem carteira assinada, autônomos, MEIs (microempreendedores individuais), e desempregados durante a crise gerada pela pandemia do coronavírus. O prazo para solicitação do benefício termina hoje, 2.

O presidente Jair Bolsonaro deve ter ficado surpreso com o resultado da pesquisa Datafolha divulgada ontem. É elevada a reprovação do seu desempenho na crise do novo coronavírus, mesmo entre os brasileiros que recebem o auxílio emergencial. Aponta o instituto que a atuação de Bolsonaro é rejeitada por quase metade dos entrevistados, independentemente de terem recebido o benefício ou nem terem solicitado o pagamento. Ou seja: para a população que não fez o pedido do benefício, a atuação é considerada ruim ou péssima por 51%. No grupo que recebeu o auxílio, 26% avaliam o desempenho como ótimo ou bom, e 24%, como regular. Cenário similar foi verificado entre os que nem sequer pediram o benefício: 27% classificaram como ótimo ou bom, e 22%, como regular.

E o Brasil decidiu dar o troco para a União Europeia, que barrou o acesso de brasileiros aos países membros do bloco por conta da Covid-19. Ontem, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) o governo federal proibiu a entrada de estrangeiros no país por 30 dias. Com isso, o veto fica valendo por quase todo o mês de julho. A medida leva em consideração a declaração de emergência em saúde pública da Organização Mundial da Saúde, de 30 de janeiro de 2020, em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

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