São Luís - Uma das vítimas da Covid-19, o novo coronavírus, foi o padre José Bráulio Sousa Ayres, de 66 anos, como quase 900 outras pessoas em São Luís. O religioso faleceu no dia 18 do mês passado e estava internado em um hospital particular, no bairro Bequimão. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), somente, na capital maranhense, de março a junho deste ano, houve o registro de 825 óbitos por coronavírus, e apenas no último dia 30 de junho, ocorreram 12 mortes. Dados do Ministério da Saúde, divulgados na GloboNews, no último dia 30, apontaram São Luís entre as sete capitais brasileiras que possuem a maior taxa de letalidade dessa doença.

A capital maranhense ocupa a sexta colocação, apresentando taxa de letalidade de 6,3, maior que a nacional, que é de 4,2. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, Rio de Janeiro é a cidade brasileira que apresentou a maior taxa de letalidade de Covid-19, um registro de 11,5. Em segundo no levantamento, a capital paraense, Belém, apresenta 9,8; seguida de Fortaleza, 9,3; Recife, 8,8; e Manaus, com 6,5. Essa taxa é o resultado do número de óbitos de coronavírus confirmados em residentes, dividido pela quantidade total de casos e multiplicado por 100.

No boletim da SES, divulgado no último dia 30, informou que 13.050 pessoas já foram infectadas pelo vírus somente na capital maranhense. Apenas na última segunda-feira, houve o registro de mais 116 casos e 12 pessoas faleceram.

Primeiros óbitos
Os quatro primeiros óbitos, que ocorreram no Maranhão em decorrência do novo coronavírus, tiveram como vítimas, moradores da capital. A primeira morte foi confirmada pela SES dia 29 de março. O paciente tinha 49 anos, apresentava um histórico médico de hipertensão e estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária.

O segundo caso foi de uma idosa, de 89 anos. Ela estava internada em um hospital de São Luís e era cardiopata, hipertensa e apresentava diagnóstico de câncer de mama. O terceiro paciente que morreu devido à infecção pelo novo coronavírus foi um idoso de 70 anos.

Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Carlos Macieira, localizado no Calhau, era hipertenso, obeso e diabético. A quarta morte pela doença foi de uma idosa, de 74 anos. Ela estava estava internada desde o dia 29 de março, no Hospital São Luís, e morreu no dia 6 de abril.

Pico
Em relação ao estado, de acordo com os dados da SES, o dia 28 do mês de junho registrou a maior quantidade até o momento de mortes pelo novo coronavírus em 24h, desde o mês de março, quando se iniciou a pandemia, um total de 39 óbitos. Entre estes casos,15 mortes ocorreram na capital maranhense, naquele dia.

Ainda segundo a SES, até o último dia 30, havia 80.451 casos confirmados da Covid-19 no Maranhão e um total de 2.048 óbitos. Ainda houve o registro de 1.482 novos casos confirmados e, apenas, em Imperatriz, foram 56 novos infectados.

Enfermidade
A médica infectologista, Maria dos Remédios, declarou que o novo coronavírus é classificado como um betacoronavírus da linhagem 2B e os sintomas são variados O infectado pode sentir febre (87,9%), tosse seca (67,7%), fadiga (38,1%), produção de escarro (33,4%), falta de ar (18,6%), dor de garganta (13,9%), calafrios (11,4%), náuseas ou vômitos (5,0%), congestão nasal (4,8%) e diarreia (3,7%).

Ela também informou que o tempo médio do início dos sintomas até a recuperação clínica, em casos leves, é de duas semanas. Enquanto, nos casos graves ou críticos, é de três a seis semanas. Com relação ao tratamento, a médica disse que os casos graves ou críticos requerem ventilação mecânica (25%) e somente suplementação de oxigênio (75%). Já a taxa de letalidade pela Covid-19 pode ser semelhante a da gripe espanhola e muito mais elevada do que a da epidemia pela influenza A H1N1 ou da gripe sazonal.

A SES informou, em nota, que, dentro da sua responsabilidade e competência, desenvolve políticas públicas para enfrentamento ao novo coronavírus no âmbito estadual. As ações promovidas pelo Governo do Maranhão, publicação de decretos e portarias, aberturas de novos serviços de saúde e ampliação de leitos para assistência aos pacientes da Covid-19, compras e distribuição de testes e EPIs, fiscalização dos órgãos estaduais garantiram ao Maranhão índice de letalidade de 2,54. A competência para respostas ao enfrentamento ao novo coronavírus e letalidade em cada cidade maranhense deve ser checada com as gestões municipais.

ENTENDA

Letalidade

A taxa de letalidade é um parâmetro usado para medir a gravidade. Ela é representada pelo percentual de pacientes com a doença que evoluem para óbito em decorrência dela. Em outras palavras, a letalidade mede a chance de uma pessoa morrer em consequência de uma intercorrência, neste caso pelo novo coronavírus. É a proporção entre o número de mortes por uma doença e o número total de doentes que sofrem dessa doença, ao longo de um determinado período de tempo. É geralmente expressa em percentagem.

Mortalidade

A mortalidade refere-se à morte de indivíduos numa população e pode ser expressa como o número de indivíduos num determinado período de tempo ou como uma taxa específica, em percentagem da população total ou qualquer parte dela. A taxa de mortalidade é equivalente à "taxa de morte" da demografia humana.

Maior letalidade da Covid-19 entre as capitais

Rio de Janeiro: 11,5
Belém: 9,8
Fortaleza: 9,3
Recife: 8,8
Manaus: 6,5
São Luís: 6,3
São Paulo: 5,6

Fonte: Ministério da Saúde

Números

825 Óbitos por coronavírus em São Luís, de março a junho
6,3 taxa de letalidade da capital maranhense de Covid-19, a sexta entre sete capitais
13.050 pessoas já foram infectadas pelo vírus somente na capital maranhense
116 casos de Covid-19 confirmados no dia 30 de junho
80.451 pessoas casos confirmados da Covid-19 no Maranhão, até o dia 30, conforme a SES
2.048 óbitos decorrentes da Covid-19, em todo o Maranhão, até o dia 30, conforme a SES

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