Crise

"Bolsonaro não tem um Flávio Dino com", diz Lula em live

Mesmo com o elogio, ex-presidente não se excluiu do cenário político em 2022 e deixou nas entrelinhas a possibilidade de se lançar candidato; encontro tratou do futuro do país

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
(Lula Dino live)

O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em live promovida nas redes sociais na manhã de ontem (29) que falta ao atual chefe do Executivo Federal, Jair Bolsonaro (sem partido), uma pessoa da competência do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) com ele na gestão do país. A live foi conduzida pelo próprio comunista por aplicativo de videoconferência.

Apesar do elogio a Dino, Lula evitou colocá-lo na entrevista como uma das opções para o país na corrida ao Planalto em 2022. Para o petista, o atual presidente precisa de um bom aliado, como o governador maranhense, ao lado dele para a implantação de políticas sociais. “Seria extremamente positivo para o país se o atual presidente [Bolsonaro] tivesse ao seu lado pessoas tão sérias como o Flávio [Dino]”, disse.

Este não foi o único elogio proferido por Lula à Dino ao longo da conversa, com duração de uma hora e transmitida pelo YouTube. O ex-presidente disse que está acompanhando à distância a atuação de Flávio Dino para o controle do coronavírus no estado. “Tenho orgulho de vocês, governadores do Nordeste. Aproveito a ocasião para parabenizar o teu trabalho, Dino. É uma crise que sem dúvida demorará a passar ainda e somente se resolverá com a vacina”, afirmou Lula.

Dino, ao responder aos comentários de Lula, se esquivou de maiores críticas à Bolsonaro. O governador do Maranhão aproveitou o encontro para referendar apoio dado a agendas defendidas por ele, como a autorização para a emissão de moeda pelo Tesouro Nacional e a assistência direta às micro e pequenas empresas.

Neste trecho da live, ambos enfatizaram as dificuldades – segundo eles – para o envio de assistência financeira aos Estados. Lula criticou a ausência de uma frente em harmonia com governadores e prefeitos pela União. “Bolsonaro não tem que gostar de Flávio Dino para governar. E sim, ele precisa ser o condutor, o líder no processo de retirada da crise. E precisa também saber que ele tem que contar com a ajuda de governadores e prefeitos, que sabem mais do que ele onde estão os problemas da população”, afirmou.

Dino lembrou da tentativa de construção de uma coordenação única para o contorno da crise pandêmica. Segundo o comunista, a ideia jamais foi abraçada por Bolsonaro. “Quando o Supremo [Tribunal Federal] deu a autonomia para que os governadores tomassem suas decisões, em nenhum momento ele falou que a presidência estaria excluída deste processo”, disse.

Relembre - Se o momento é de elogios de Lula a Dino, no início do ano – antes da crise da Covid-19 – a relação entre ambos começou a dar sinais de estremecimento. Em janeiro deste ano, Lula negou que tenha convidado Dino para se filiar ao PT. O petista chegou a dizer, nas redes sociais, que jamais “convidaria um membro do PCdoB para se filiar ao PT”.

A declaração foi vista nos bastidores como “uma pá de cal” no projeto político de Dino visando a corrida ao Planalto.

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