Coronavírus

Covid-19: já são quatro médicos mortos neste mês, em Imperatriz

De acordo com dados da SES, já foram confirmados 1.784 casos positivos da Covid-19 entre os profissionais de saúde no Maranhão

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
José Amauri de Sousa Macedo, 53, era médico da Família e ficou internado vários dias antes de falecer
José Amauri de Sousa Macedo, 53, era médico da Família e ficou internado vários dias antes de falecer (médico imperatriz)

São Luís - Na “linha de frente” contra a pandemia da Covid-19, os profissionais de saúde continuam dedicando suas vidas para o enfrentamento da doença, apesar dos riscos imediatos e ou em maior espaço de tempo. No Maranhão, o número de casos confirmados do novo coronavírus em pessoa que trabalham em unidades de saúde já passou de 1.700, com 33 óbitos registrados, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Em Imperatriz, no sudoeste maranhense, quatro médicos morreram, somente neste mês, em decorrências de complicações da doença, em um intervalo de 16 dias.

Como atuam nas unidades de saúde para o tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus, essas pessoas ficam vulneráveis, com a probabilidade alta de um contágio. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela SES na noite de domingo, 21, já são 1.784 casos positivos envolvendo a Covid-19 entre os profissionais de saúde no Maranhão. Deste total, no entanto, 1.629 já se recuperaram após internação, quando o quadro clínico é grave, ou isolamento domiciliar, quando a situação requer alguns cuidados em casa para a “cura”.

Essas recomendações são o repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso. Quando apresentam sintomas da Covid-19, esses profissionais são afastados, para cumprirem o protocolo da quarentena, até que termine o período de incubação do vírus. Por este motivo, todas as medidas de segurança devem ser tomadas, para que o risco de contaminação seja reduzido.

Mortes em Imperatriz
No município de Imperatriz, o novo coronavírus já tirou a vida de quatro médicos, em um período de 16 dias. Primeiramente, faleceu Júlio César Bonifácio Vieira, no dia 5 deste mês. No dia 9, não resistiu o pediatra Edilson Dias Lobão, de 55 anos. Já no dia 15, foi a vez de José Amauri de Sousa Macedo, 53, que era médico da Família. Este último ficou internado durante vários dias em um hospital da região. Isso ocorreu depois que ele apresentou complicações decorrentes da Covid-19.

Além deles, faleceu a pediatra Maria de Lurdes Porciano de Sena, 68, que era conhecida, carinhosamente, como doutora Lurdinha. De acordo com informações de amigos, ela estava internada desde o início deste mês em na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, em Imperatriz. A médica era muito querida na Região Tocantina.

Mortes de profissionais
Além dos médicos que faleceram na cidade de Imperatriz em decorrência de complicações do novo coronavírus, outros profissionais de saúde já perderam a vida por causa da Covid-19. Um desses que não resistiu era técnico em radiologia, que trabalhava no Hospital Municipal Doutor Clementino Moura (Socorrão 2), localizado em São Luís, na Cidade Operária. Sérgio Henrique Saraiva Costa, de 40 anos, teve o óbito confirmado no dia 14 de abril.

Na data do óbito, o Conselho Regional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia, situado em São Paulo, emitiu uma Nota de Pesar, lamentando a perda de mais um “lutador da área da saúde na linha de frente no combate à pandemia”. Segundo a SES, Sérgio Henrique não tinha comorbidades, tendo sido diagnosticado com a Covid-19 quatro dias antes de sua morte. Ele trabalhou durante 11 anos como técnico em radiologia no Socorrão 2. Também pelo novo coronavírus, faleceu a auxiliar de enfermagem Maria Madalena Barboza Sousa, 61, no dia 12 de abril.

Segundo informações do Conselho Regional de Enfermagem no Maranhão (Coren/MA), ela deu entrada no Hospital Carlos Macieira, após o agravamento do seu quadro de saúde. Ela precisou ser entubada e acabou não resistindo à doença. A paciente tinha um quadro de comorbidades. Maria Madalena trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vinhais e no Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão 1), em São Luís.

Ela estava afastada desde o dia 20 de março do trabalho após apresentar sintomas da Covid-19. A auxiliar chegou ser levada para a UPA do Vinhais e para o Hospital de Cuidados Intensivos (UCI), que estão recebendo pacientes com novo coronavírus, mas não resistiu.

SAIBA MAIS

Denúncia de médicos

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), os médicos que atuam em unidades de saúde que prestam assistência a casos confirmados e suspeitos da Covid-19 denunciaram à entidade sobre quase 17 mil inconformidades na infraestrutura de trabalho oferecida pelos gestores, públicos e privados, em todo o Brasil. Dentre as principais reclamações, estão a falta de máscaras de proteção N95 e outros Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), e a insuficiência ou ausência de kits de álcool em gel 70%.

Além disso, os médicos também denunciaram a carência de exames para detectar a Covid-19 e de equipes de enfermagem. “Outro ponto preocupante para os médicos é a dificuldade no acesso a leitos de UTI e de internação. Os dados fazem parte do primeiro levantamento feito pelo CFM após o lançamento de plataforma online exclusiva aos médicos com inscrição nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). Desde o lançamento da ferramenta, entre 30 de março e 6 de maio, um total de 1.563 profissionais acessaram a base”, pontua a entidade.

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