Pandemia

Crise deixa campeões olímpicos pela seleção brasileira de vôlei sem time

Jogadores acreditam ter mais oportunidades no exterior

Com informações do Estadão Conteúdo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
(Vôlei )

São Paulo - Com a crise no esporte provocada pela pandemia do novo coronavírus que já passavam por momentos de incerteza após a queda de investimento depois dos Jogos Olímpicos do Rio, o vôlei teve a Superliga interrompida antes do fim e muitos atletas ficaram sem contrato após o fim do vínculo com os clubes.

O problema atinge, inclusive, campeões olímpicos de 2016, que apesar de terem um ouro no currículo, vivem um momento de grande insegurança. Muitos times nem sequer sabem quando poderão retomar as atividades. Até por isso, esses profissionais estão de olho em clubes de fora do País e investem em outras áreas na expectativa de a situação econômica melhorar.

Evandro, campeão com a seleção brasileira nos Jogos do Rio, se despediu do Sada Cruzeiro em maio, após quatro temporadas. Aguardando novas propostas, ele lançou uma marca de roupas em conjunto com a namorada, Bruna Lecardeli, e aposta nos estudos durante a quarentena.

"O mercado do vôlei não está igual aos outros anos. Ele está bem complicado. Alguns jogadores já fecharam novos contratos, mas grande parte segue sem clube. É difícil estar sem time até agora Fico preocupado, sem saber o que fazer. Em compensação, estou tentando investir em outras áreas", contou em entrevista ao Estadão..

No mesmo cenário está o técnico Rubinho, que comandava o Sesi-SP e foi auxiliar de Bernardinho na conquista olímpica de 2016. O clube não renovou os contratos do elenco profissional e ele acabou ficando sem um time para comandar e agora, também busca uma nova oportunidade no mercado. Até lá, o treinador está aproveitando o tempo livre para realizar encontros online com colegas de profissão, lives e também ministrar o curso nacional de treinadores junto à Federação Mineira de Voleibol.

Para ele, "existe um pouco mais de perspectiva fora do País". "Para quem está buscando uma nova oportunidade na carreira, o melhor cenário está fora do Brasil. Lá as coisas estão um pouco mais avançadas, já que eles tiveram a pandemia um pouco antes da gente", frisou.

O campeão olímpico Éder também percebeu que as melhores oportunidades para os atletas brasileiros estão surgindo em times estrangeiros. O central também se despediu do Sesi, mas assinou contrato com uma equipe alemã.

"O vôlei foi amplamente afetado pela pandemia. Hoje as pessoas estão pensando no seu bem-estar e o esporte acaba sendo voltado mais para a área do lazer das pessoas. Então, acaba não sendo uma prioridade e é o correto. Só que por outro lado, o vôlei já vinha com bastante dificuldade aqui no Brasil em função da crise Tivemos bons campeonatos nos últimos anos, mas a Superliga não tinha mais o equilíbrio de bons times", diz o jogador.

Apesar de acreditar que o vôlei terá de enfrentar mudanças após a crise, o levantador William, companheiro de Éder no Sesi, espera continuar no Brasil com o objetivo de fortalecer a modalidade no País. "Essa é a minha intenção", afirma o atleta, que está próximo de anunciar o seu novo clube.

"Ainda não fechei com nenhum time. Os clubes estão voltando aos poucos e os atletas dependem dessa reabertura para poder avançar numa negociação. Por esse motivo eu ainda não tenho nada concreto, apenas conversas prévias, até porque essas conversas já existiam, mas com todo esse cenário novo por causa da pandemia as coisas pararam e estão sendo retomadas aos poucos", explica.

Questionado sobre a possibilidade de não conseguir uma equipe e precisar sair do Brasil, William revela não ter receio. "Isso não passou pela minha cabeça. Talvez o Brasil esteja sofrendo um pouco mais e opções fora do País existem e são concretas, mas a minha ideia ainda é permanecer aqui", conta.

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