Novas Medidas

Leitos redirecionados: 70% estão recuperados da Covid-19 no MA

Em entrevista à imprensa realizada ontem (18), secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, anunciou que hospitais e policlínica voltarão aos atendimentos normais, mas não descarta segunda onda da Covid-19

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

[e-s001]São Luís – Com a redução de casos da Covid-19, na Grande Ilha, e a flexibilização do isolamento social nas últimas semanas, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, anunciou em entrevista à imprensa o redirecionamento de leitos da capital. Segundo ele, com a baixa ocupação de leitos de enfermaria e a ocupação abaixo de 70% das UTIs da capital, já é possível que os hospitais, alugados pelo estado para tratamento exclusivo da Covid-19, retornem as atividades normais.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) serão retomados os atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas, mas com medidas de segurança para que não ocorra aglomerações ou contaminação de outras pessoas. “É uma premissa nossa. Temos outras doenças médicas que também precisam de tratamentos. Então, são serviços essenciais que precisam ser realizados com segurança”, destacou Rodrigo Lopes, médico e assessor especial da SES.

Os atendimentos ambulatoriais vão começar com 40% de sua capacidade total e atendendo apenas os que já estavam agendados. Como medida de prevenção, os horários de atendimento das policlínicas serão mais espaçados e o número de pacientes, por horário, vai ser delimitado de acordo com os serviços disponíveis pelas policlínicas, sua posição geográfica, seu tamanho e a população que é atendida. Em locais onde a uma grande demanda, mas uma área menor, haverá mais espaço entre o horário dos atendimentos.

Eletivas
Em relação as cirurgias eletivas, todos os pacientes serão submetidos a questionários para identificar se houve sintomas, e também será obrigatória a realização de teste para Covid-19 nos exames pré-operatórios. Essa é uma forma de, não só evitar que ocorra a contaminação de outros pacientes e dos profissionais de saúde, mas evitar complicações no pós-operatório.

Caso seja confirmada infecção por Covid-19, a cirurgia desse paciente será adiada. Também foi destacado que pacientes que já tinham suas cirurgias marcadas antes da pandemia terão de realizar novamente os exames, incluindo o da Covid-19.

Alguns dos hospitais e leitos que retomarão o funcionamento normal são: o Hospital de Câncer, o Hospital de Traumatismo ortopédico, Nina Rodrigues e o terceiro andar do Hospital Dr. Carlos Macieira, reduzindo, assim, o número de leitos exclusivos para pacientes com coronavírus na Grande Ilha.

O secretário enfatizou que os hospitais de campanha permanecerão abertos e sendo exclusivos para os casos da Covid-19. Segundo os dados divulgados pelo boletim oficial da SES na última quarta-feira (17), na Grande Ilha há uma ocupação de 68,33% dos leitos de UTI e 25% das enfermarias.

Segunda onda
Carlos Lula não descartou a possibilidade de uma segunda onda de Covid-19 e enfatizou que, com a flexibilização e o descaso da população com a adesão do isolamento social, é possível que os números voltem a aumentar, contudo, isso ainda não é visível nos dados coletados pela SES. Desde o último domingo (14) até a última quarta-feira (17), de acordo com os boletins epidemiológicos da SES, foram confirmados mais 460 novos casos da doença na Grande Ilha.

Outro fator que pode acarretar no aumento de casos é a baixa adesão ao isolamento social. Segundo o secretário, nos últimos dias, o Maranhão inteiro teve queda nessa adesão, principalmente em São Luís. Em maio, de acordo com pesquisa coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o Maranhão era o segundo pior estado do Brasil em distanciamento social, com taxa de 42,2%.

Rodrigo Lopes frisou que em caso de uma segunda onda da doença, todos os leitos que voltaram para suas atividades normais retornariam ao uso exclusivo para pacientes da Covid-19. “Se, por ventura, tiver uma segunda onda e a gente precisar voltar com os serviços, vamos fazer isso. Temos como voltar a essa estrutura rapidamente, não vamos deixar a população da capital desamparado”, enfatizou.

Interior
Na entrevista, também foi informado que, devido ao aumento de casos em uma grande taxa populacional, a prioridade agora é o interior do estado. De acordo com o secretário Carlos Lula, a área de principal risco no momento é a região central-leste, até o baixo Mearim (Timon, Caxias, até chegar em Pedreiras e Bacabal).

Nesses municípios estão sendo construídos novos leitos e hospitais macrorregionais que poderão, inclusive, atender a comunidade indígena e quilombola, como o hospital macrorregional de Grajaú.

“A gente pode cortar vários maranhões para várias etapas diferentes da doença”, explicou Carlos Lula a respeito das diferentes medidas no estado.

[e-s001]Um pedido à população
O secretário de Saúde enfatizou que nenhuma medida será realizada de forma plena e fez um pedido para que a sociedade colabore nas medidas protetivas. “ Faço um pedido para população não baixar a guarda. A gente ainda não venceu a doença. Temos uma longa caminhada pela frente”, disse ao lembrar da importância da adesão ao isolamento social, ao uso de máscaras e a higienização adequada.

“Teria sido muito mais fácil se todos tivessem entendido que o inimigo é um só e ele é um vírus. Posso dizer que, de março até aqui, nossa forma de combater a Covid-19 de modo geral em todo país foi uma tragédia. É preciso uma articulação e uma estabilidade institucional”, concluiu o secretário.

SAIBA MAIS

De acordo com o Boletim oficial divulgado pela SES na última quarta-feira:

  • 70%, em média, dos pacientes com Covid-19 se recuperaram no MA
  • 2,5% dos pacientes vieram a óbito
  • 36,7% dos pacientes ainda estão ativos
  • 2,5% são profissionais da área da saúde
  • 19%(pelo menos) dos casos de Covi-19 são da Grande Ilha
  • 95% dos casos ativos estão em tratamento domiciliar
  • 3%, em média, dos pacientes estão nas enfermarias
  • 1,6% dos pacientes estão nas UTIs
  • 92% dos profissionais de saúde contaminados se recuperaram
  • 2% (pelo menos) dos profissionais de saúde contaminados vieram a óbito

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