Inadimplência

Famílias estão mais endividadas em São Luís, aponta pesquisa da Fecomércio/MA

Segundo dados, aceleração do endividamento e da inadimplência das pessoas, em junho, são reflexos da pandemia da Covid-19 e as restrições de renda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Contratação de novas dívidas por famílias em São Luís cresceu 8,06% em junho, em relação a maio; inadimplência também aumentou
Contratação de novas dívidas por famílias em São Luís cresceu 8,06% em junho, em relação a maio; inadimplência também aumentou (Endividamento)

SÃO LUÍS - O nível de famílias em São Luís que possuem algum tipo de dívida alcançou em junho a maior marca para este mês desde o ano de 2011, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA). Com o índice de endividamento registrado em 79,1% das famílias ludovicenses, a pesquisa destaca que a contratação de novas dívidas cresceu +8,06% em relação ao mês de maio e +37,8% em relação ao mesmo período do ano passado, como reflexo da pandemia do novo coronavírus.

Para o presidente da Fecomércio, José Arteiro da Silva, os números mostram que as famílias estão tendo que buscar o crédito para financiar suas despesas correntes e seu nível de consumo. “Restrições na circulação da renda estão sendo observados nos resultados da pesquisa, uma vez que as famílias foram obrigadas a lançar mão de fontes de financiamento, como o cartão de crédito, para manter seu consumo essencial, tal como alimentos, medicamentos, materiais de limpeza, higiene pessoal, entre outros produtos considerados essenciais”, explica o presidente.

Inadimplência

Do total de famílias ludovicenses com dívidas, 31,5% afirmam que possuem pelos menos uma conta em atraso neste mês de junho, ou seja, estão em situação de inadimplência. Esse índice é o maior dos últimos 12 meses, apresentando elevação de +17,5% na comparação com o mês anterior e de +3,2% sobre o nível registrado no mesmo período de 2019.

Os principais tipos de dívidas apresentadas pelos consumidores ludovicenses neste mês estão concentradas no cartão de crédito (65,5%) e nos carnês de lojas (25,5%). O tempo médio de atraso dessas dívidas é de 48,6 dias.

Atualmente, a pesquisa da Fecomércio-MA estima que a média de parcelamento das dívidas é de seis meses e o percentual de comprometimento da renda do consumidor com essas dívidas é de 32%.

“A reabertura gradual do comércio, nas últimas semanas em São Luís, foi marcada por um fraco desempenho do volume de vendas. Ainda existe uma preocupação do consumidor quanto ao futuro da sua renda. O aumento da inadimplência e redução da renda dos ludovicenses são fatores que preocupam o comércio nesta retomada das atividades”, finaliza o empresário José Arteiro da Silva.

No país

O número de brasileiros com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro atingiu o percentual mais alto da história em junho, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A proporção de famílias endividadas no país, medida pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), chegou a 67,1%, renovando o maior patamar da série – iniciada em janeiro de 2010 –, registrado, até então, em abril deste ano (66,6%). O índice apresentou aumento mensal de 0,6 ponto percentual e anual de 3,1 pontos percentuais.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a nova alta do endividamento indica que as famílias estão demandando mais crédito do sistema bancário, seja para pagar dívidas e despesas correntes ou mesmo manter algum nível de consumo.

“Apesar do contexto negativo em relação ao mercado de trabalho e à renda, a inflação controlada e a queda da taxa Selic são fatores que podem favorecer o poder de compra dos consumidores. Além disso, as transferências emergenciais do coronavoucher também impactam positivamente a renda e o consumo, especialmente dos itens considerados essenciais”, avalia Tadros, reforçando a importância da ampliação do acesso ao crédito a custos mais baixos e do alongamento dos prazos de pagamento das dívidas, “neste momento de incertezas sobre a recuperação da economia no pós-crise”.

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