Pandemia

Mais hospitais de campanha devem ser abertos no interior

Sugestão é da Associação dos Médicos do Socorrão I e II, que aponta as novas unidades para desafogar os hospitais da Ilha; segundo a SES, até o dia 15, havia 1.005 infectados internados na rede pública no MA

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Hospital Real, que estava alugado pelo Estado, foi fechado com queda do número de infectados da  Covid-19
Hospital Real, que estava alugado pelo Estado, foi fechado com queda do número de infectados da Covid-19 (Hospital Real)

São Luís - A Associação dos Médicos do Socorrão I e II sugere que o Governo do Estado abra mais hospitais de campanha no interior do estado para desafogar as unidades de saúde da Grande Ilha. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que, até a noite do último dia 15, havia 1.005 infectados da Covid-19, novo coronavírus, internados nos hospitais públicos no Maranhão e, nas últimas 24 horas foram confirmados 742 novos casos da doença, 661 deles constatados no interior do estado.

O médico Érico Cantanhede, que é ex-presidente e fundador da Associação dos Médicos do Socorrão I e II, disse que as duas unidades do Socorrão, localizadas na Grande Ilha, apresentam um quadro de superlotação. No momento é possível até mesmo encontrar pacientes com coronavírus pelos corredores desses hospitais. “Na manhã de hoje [ontem] havia uma nova demanda crescente de pacientes de diversos tipos de patologias. Inclusive, as ambulâncias não param de chegar”, disse Érico Cantanhede.

Ele ainda declarou que com o fechamento do Hospital Real, no Centro, e da Clínica São José, na Madre Deus, pela redução do número de infectados pelo vírus na capital, não seria conveniente, uma vez que há verba do Governo Federal. Neste momento o ideal seria abrir hospitais de campanha, com leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e de enfermaria, em municípios estratégicos, para evitar a superlotação dos hospitais da Grande Ilha, principalmente, as unidades do Socorrão.

Érico Cantanhede também informou que, com essa medida, até mesmo os hospitais macrorregionais de Santa Inês, Pinheiro, Caxias, Peritoró, Presidente Dutra e Chapadinha deixariam de atender de forma exclusiva os infectados da Covid-19 e poderia, inclusive, utilizar a experiência e a mão de obra dos profissionais da área de saúde. “Com a construção dos hospitais de campanha no interior do estado, os macrorregionais voltariam ao seu atendimento normal de urgência e emergência e até mesmo ambulatorial e consequentemente ajudava a desafogar os Socorrões da Ilha”, frisou o médico.

Um dos pacientes que veio do interior do estado para o Hospital de Campanha de São Luís foi Francisco Almeida da Silva, de 57 anos. Ele é morador da Região Tocantina e, no dia 28 de maio, deu entrada com quadro de sintomas do coronavírus na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bernardo Sayão, em Imperatriz, mas, teve que ser transferido por meio do serviço de UTI aérea do governo para o hospital, em São Luís, onde ficou internado por mais de duas semanas.

De acordo com a Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), o hospital de campanha foi inaugurado no dia 18 de maio e até o último dia 31 já tinha recebido 95 pacientes, sendo 35 mulheres e 60 homens. A maioria dos pacientes que chegaram à unidade foi encaminhada da UPA Itaqui-Bacanga, um total de 24; da UPA Cidade Operária, 15; e da Clínica São José, 12 pacientes.

Leitos
O Governo do Estado, por meio de nota, afirmou ontem que reitera a informação contida no boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), que informa 72 leitos de UTI e 563 leitos clínicos livres na rede pública. Em face do aumento dos leitos disponíveis, há a previsão de concentração do atendimento na rede pública, com a consequente devolução de unidades privadas alugadas ou requisitadas. O processo será gradativo.

Ainda afirmou que, no momento, há hospitais de campanha servindo à rede estadual em São Luís, Açailândia, Santa Inês e Pedreiras. Nas próximas semanas, serão abertos hospitais em Viana, Santa Luzia do Paruá e Paço do Lumiar. Além disso, todos os dias ocorre a expansão de leitos nos hospitais regionais e macrorregionais, de acordo com as necessidades objetivas. Tudo se encontra registrado no boletim diário da SES.

Pandemia
O vírus da Covid-19 tem se espalhado pelo interior do estado. De acordo com a SES, no último dia 15, somente em Imperatriz, foram 33 novos casos dessa doença, enquanto, nas outras cidades do interior, um total de 628 casos. No decorrer dos dias 14 e 15 deste mês, 1.524 pessoas foram infectadas. Na Grande Ilha, apenas, no último dia 15, houve o registro de 81 novos casos.

Em relação aos leitos no interior do estado, a SES informa que há 987 e até a noite do último de segunda-feira, 15, havia apenas 139 livres. Somente em Imperatriz, dos 54 leitos de UTI havia apenas oito livres, enquanto, os leitos clínicos tinham 60 ocupados e 21 livres. Nas demais cidades do interior, a ocupação dos leitos de UTI era 81,11% e dos leitos clínicos 83,90%, com pacientes do novo coronavírus.

SAIBA MAIS

Ocupação dos leitos

Leitos da UTI da Ilha: 70%
Leitos clínicos da Ilha: 25,13%
Leitos da UTI de Imperatriz: 85,19%
Leitos clínicos de Imperatriz: 74,07%
Leitos da UTI demais interiores: 81,11%
Leitos clínicos demais interiores: 83,90%

Fonte: SES e baseados até a noite do último dia 15

HOSPITAL

No último dia 15, o governo, em parceria com a empresa Eneva, entregou o Hospital de Campanha Dr. Kleber Carvalho Branco, na cidade de Pedreiras, para atender casos da Covid-19 que necessitem de internação hospitalar. São 40 leitos, sendo 35 clínicos e 5 de UTI.

NÚMERO

1.005 infectados pela Covid-19 estavam internados nos hospitais públicos no Maranhão até a noite do dia 15

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