Covid-19

Cresce ritmo de contágio da Covid-19 no interior do MA

Pandemia está se manifestando com desaceleração nos casos de contaminação na capital e aceleração no interior maranhense

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Comércio de Chapadinha foi reaberto
Comércio de Chapadinha foi reaberto (Chapadinha)

São Luís - No Brasil, de acordo com o consórcio dos veículos de imprensa - parceria inédita entre G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL – já aconteceram 44.148 mortes por coronavírus confirmadas. Isso mostra o crescimento da doença no país, que teve seu primeiro óbito decorrente da Covid-19 em 16 de março, ou seja, há três meses. Os casos no Maranhão igualmente continuam crescendo. Porém, o número de contaminados está aumentando no interior, que contabilizou quase oito vezes mais novos infectados em relação à quantidade ocorrida na Grande Ilha.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do seu boletim epidemiológico, o Maranhão já tem 60.592 casos confirmados, com registro de 1.499 mortes. Desse total, 23.627 são ativos. Com relação à quantidade de infectados, 22.477 estão em isolamento domiciliar, estratégia de segurança para que um morador com suspeita ou diagnóstico da doença fique em casa, tomando os cuidados necessários, para evitar o contato. Outros 731 estão internados em Enfermaria e 419 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A SES informou que foram notificados 81 novos casos da Covid-19 na Grande Ilha – São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Ademais, ocorreram 33 em Imperatriz (sudoeste maranhense) e 628 nas demais regiões do estado. Isso significa que o ritmo de contágio do novo coronavírus no interior já é quase 8 vezes maior do que o da região metropolitana.

Outros dados
O boletim da SES mostra que a faixa etária mais afetada pelo novo coronavírus, em termos de contaminação, é aquele dos 30 aos 39 anos, com 11.962 casos. A que menos sofre com a doença são as crianças de 0 até 9 anos, com apenas 755 casos. O levantamento também aponta que a infecção dos profissionais de saúde que atuam no Maranhão já alcançou 1.612 pessoas. Destes, 1.469 estão recuperados, após internação ou isolamento domiciliar. Por outro lado, foram registrados 31 óbitos nessa categoria.

No que tange às mortes, a Covid-19 tirou a vida de 924 pessoas do sexo masculino e 575 do sexo feminino. Isso representa, respectivamente, 62% e 38%. Os idosos com mais de 70 anos são os mais atingidos fatalmente, com 789 casos. Conforme o boletim epidemiológico, 88% das vítimas possuíam comorbidades, enquanto 12% não tinham outras doenças.

Movimentação nas ruas
Enquanto a pandemia do novo coronavírus está sofrendo essa desaceleração do ritmo de contágio na capital e aceleração no interior, a flexibilização das atividades está ocorrendo gradativamente. Primeiramente, houve a reabertura progressiva do comércio, que teve início logo após o período conhecido como lockdown ou bloqueio total, que vigorou no mês passado. Mas não foi permitido o funcionamento de todos os estabelecimentos. De qualquer forma, a movimentação de pessoas nas ruas aumentou.

Com a reabertura dos shoppings center, as aglomerações se tornaram mais frequentes na região metropolitana de São Luís. O trânsito ficou mais lento, devido à presença de mais veículos nas avenidas. Nas paradas de ônibus, já ocorre a concentração de passageiros, assim como dentro dos coletivos.

SAIBA MAIS

Manutenção da suspensão
Em algumas cidades do interior maranhense, houve a flexibilização com relação ao funcionamento de determinadas atividades. Em outras, foram mantidas as suspensões. Em Grajaú, segundo o decreto publicado no dia 24 de maio, continuaram fechados o comércio e prestação de serviços, com exceções, tais como supermercados, postos de combustíveis e conveniências, pontos de vendas de água e gás, farmácias, clínicas veterinárias, padarias, açougues e peixarias. Além de assistência à saúde (médicos e hospitalares), hotelaria, serviços funerários, lojas de material de construção e imprensa. Com relação aos serviços de hotelaria, foi vedado o funcionamento das áreas comuns. Todas as refeições devem ser servidas exclusivamente nos quartos. Conforme o decreto, os estabelecimentos que estiverem abertos deverão obedecer às normas sanitárias, como a distância de segurança entre as pessoas, uso de Equipamentos de Proteção Individual, higienização das superfícies, disponibilidade de álcool em gel e outras medidas de assepsia cientificamente ou empiricamente comprovadas como eficazes contra a proliferação do novo coronavírus.

Atividades religiosas retomadas

Na cidade de Timon, na divisa com o estado do Piauí, as atividades religiosas foram retomadas nesta terça-feira, 16, mas de forma gradativa. Isso foi permitido pelo decreto municipal de

nº 0150. A determinação leva em consideração a Portaria nº 38, da Casa Civil do Governo do Estado. O ato administrativo flexibilizou o funcionamento de organizações religiosas, em todo o território maranhense.

Segundo a Prefeitura de Timon, as igrejas e templos devem se adequar ao cumprimento das medidas sanitárias estabelecidas pelo município. Dentre as adaptações, estão incluídos o uso de máscaras de proteção; e definição de horário para funcionamento das instituições religiosas, com duas celebrações semanais, cada uma com no máximo 1h30 de duração e intervalo mínimo de 1h entre os eventos, para evitar aglomerações. Além disso, as igrejas que só poderão ocupar 30% da capacidade física do ambiente também precisam disponibilizar para o público banheiros, água, sabão e álcool em gel.

Esses itens serão utilizados para higienização das mãos na entrada e saída das celebrações. O decreto determina que o ambiente precisa estar arejado. O uso de bebedouros não será permitido. Caso ocorra o descumprimento das medidas sanitárias, a multa aplicada será de R$ 5 mil a R$ 50 mil reais, havendo ainda suspensão do alvará e interdição cautelar.

Proibição de bebida

No Sul do Maranhão, a Prefeitura de Balsas determinou a proibição de venda de bebida alcoólica a partir das 21h até as 6h do dia seguinte. O Decreto nº 038, do dia 20 de maio, frisa que essas atividades estão suspensas, inclusive, pelo sistema de delivery. Em caso de descumprimento das medidas estabelecidas, as autoridades competentes devem apurar a prática das infrações administrativas, conforme cada caso, no Artigo 10, da Lei Federal 6.437, de 20 de agosto de 1977, bem como do ilícito previsto no Artigo 268 do Código Penal Brasileiro.

O descumprimento às regras enseja a aplicação das sanções administrativas elencadas na Lei Federal 6.437, como advertência, multa e interdição parcial/total do estabelecimento. A interdição cautelar perdurará até que sejam sanadas as irregularidades da ação fiscalizadora.

Primeira morte

No dia 29 de março, aconteceu a primeira morte pelo novo coronavírus no Maranhão, como foi amplamente divulgado pelo Jornal O Estado. A notícia pegou muita gente de surpresa. A vítima tinha histórico de hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, que se enquadra no denominado grupo de risco, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O óbito ocorreu nove dias após a comprovação do primeiro caso da Covid-19 no estado, fato registrado em 20 de março.

A primeira morte teve como vítima um homem, que tinha 49 anos, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Ele chegou com graves sinais de insuficiência respiratória na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária, em São Luís. Como o quadro clínico dele estava crítico, as equipes médicas nada puderam fazer para aliviar os sintomas. Então, o paciente morreu lá mesmo.

No dia 4 de abril, houve a segunda morte no estado. A vítima era uma idosa de 89 anos, que já estava internada em hospital particular. Ela sofria de problemas de saúde, como cardiopatia e câncer de mama. Naquele dia, o Maranhão registrava 96 casos positivos da Covid-19. O terceiro óbito aconteceu dois dias depois. Era um homem de 70 anos, que estava internado há três dias na UTI do Hospital Doutor Carlos Macieira, em São Luís. Ele era hipertenso, obeso e diabético.

Passados três meses

No Brasil, a primeira morte aconteceu no dia 16 de março, como divulgou o Ministério da Saúde (MS). O paciente era um homem de 62 anos, que estava internado no Hospital Sancta Maggiore, da Rede Prevent Sênior, no Paraíso, Zona Sul de São Paulo. A vítima tinha histórico de diabetes e Hipertensão Arterial (pressão alta), além de uma doença de nome hiperplasia prostática, caracterizada pelo crescimento nodular da próstata em virtude da ação do hormônio testosterona. O idoso morava na cidade paulista.

O idoso sentiu os primeiros sintomas no dia 10 de março. Ele foi internado quatro dias depois e faleceu em 16 de março, às 16h03.

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