Liturgia

Missas com presença de fiéis serão retomadas a partir de 1º de julho

Ainda está em vigor o rito da Missa Celebrada Sem Povo, conforme Missal Romano; novo decreto determina várias orientações sanitárias

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

[e-s001]São Luís - Desde o dia 20 de março, as paróquias localizadas na circunscrição da Arquidiocese Metropolitana de São Luís estão vivenciando uma mudança de rotina nas celebrações litúrgicas e outros procedimentos internos, devido à pandemia da Covid-19. Uma das modificações foram as missas sem público, medida que tem como objetivo evitar que pessoas se aglomerem nas igrejas. No entanto, a partir de 1º de julho, as missas terão presença dos fiéis, segundo novo decreto assinado pelo arcebispo de São Luís, dom José Belisário da Silva.

O decreto foi publicado na manhã desta segunda-feira (15), determinado por dom Belisário, arcebispo de São Luís, pelo bispo auxiliar da Arquidiocese, dom Esmeraldo Barreto de Farias, e pelo coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Jadson Borba e Silva. O documento discorre sobre normas para o funcionamento das paróquias, comunidades, pastorais e movimentos e outros serviços, e normatiza, sobretudo, a reabertura das igrejas para a celebração da missa com a presença de fiéis.

As novas normas foram estabelecidas após a Arquidiocese ter consultado padres, diáconos e representantes de cristãos/leigos. “O documento é claro que ainda não se trata da liberação geral das dependências, muito menos o abandono das práticas sanitárias adotadas, mesmo quando fechadas. Ao contrário, permite, porém, regula a quantidade (em porcentagem) de pessoas, reforça os cuidados e propõe uma retomada gradual da vida eclesial”, frisou a Arquidiocese Metropolitana de São Luís.

Novas normas
Segundo o decreto, a higienização do espaço celebrativo deverá ser rigorosa, obedecendo-se às orientações das autoridades sanitárias. Esse local deve ser aberto e ventilado, evitando-se o uso de ar condicionado. A ocupação máxima não poderá ultrapassar 50% da sua capacidade. Os responsáveis pelas igrejas deverão informar, por meio de cartazes, sobre o número máximo de pessoas que poderão ocupar o ambiente. Na entrada, deverão oferecer álcool em gel 70%, para desinfecção das mãos de quem adentrar para acompanhar as missas.

Os locais onde os fiéis ficarão precisam ser assinalados, e deve haver demarcação no chão dos corredores do espaço celebrativo, da distância mínima exigida de 2 metros.

Participação dos fiéis
O decreto estabelece que todos os que pertencem ao grupo de risco, categorizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), devem permanecer em casa, mesmo sendo ministros. Essa lista inclui idosos, hipertensos, diabéticos, portadores de doenças crônicas e gestantes, assim como quem esteja com sintomas gripais. Todas as pessoas deverão usar máscara de proteção, com exceção de quem presidirá a missa. Não será permitida a promoção de quaisquer ações de contato, tais como saudação e abraço da paz.

“Pessoas encarregadas e devidamente preparadas passarão, no momento oportuno, para recolher as ofertas em dinheiro. A comunhão, sempre em uma única espécie, deverá ser entregue na mão de cada comungante. Não entregar aos participantes folhas de canto ou qualquer outro objeto”, diz o decreto.

Equipe e celebrações
De acordo com o documento, a equipe celebrativa deverá ser composta do menor número possível de pessoas, incluindo os coroinhas. Além disso, será necessário fazer sempre a higienização das mãos antes do início de cada missa. Instrumentos ou objetos utilizados na liturgia, como microfones, não poderão ser compartilhados. Os cuidados com o missal e o lecionário deverão ser respeitados. No momento do ofertório até a comunhão, a âmbula deverá permanecer coberta.

A Arquidiocese determina que as celebrações deverão continuar sendo transmitidas pelas redes sociais, apesar do retorno gradual do público nos locais. As celebrações eucarísticas serão realizadas nos espaços que permitam o distanciamento físico. Após cada missa, os ambientes deverão ser higienizados. “Sempre que possível e obedecendo às recomendações das autoridades sanitárias, os ministros – padres, diáconos ou ministros da esperança que não façam parte do grupo de risco – podem celebrar as exéquias dos fiéis falecidos, a pedido dos familiares ou de outros interessados”, pontua o documento.

O decreto salienta que batizados e casamentos só deverão ser realizados em casos de urgência. Já as confissões poderão ser celebradas em pequenos grupos, observando-se o que está estabelecido para as demais celebrações. E que não será permitido que façam procissões e outros atos devocionais que possam aglomerar pessoas. Por fim o documento observa que caberá às paróquias oferecer as orientações para o funcionamento da secretaria paroquial. As determinações terão validade enquanto não forem publicadas outras orientações diferentes dessas.

Decreto anterior
Pelo decreto anterior da Arquidiocese de São Luís, também assinado pelo arcebispo de São Luís, foram suspensas as celebrações penitenciais, mutirões de confissão, celebrações da Palavra, procissões, Via-Sacra, encontros de oração e recitação do terço, além de outros atos devocionais em grupo. Foram canceladas, ainda, as exéquias, que acontecem, frequentemente, em três lugares: mo velório municipal, onde os parentes recebem os amigos do falecido; no cemitério, onde se sepulta o corpo do falecido; e na igreja, onde se celebra a Missa do Sétimo Dia.

Com relação ao sacramento do matrimônio, os párocos foram orientados a conversarem com os noivos sobre a viabilidade da cerimônia. Em caso de realização, os critérios para a celebração devem ser discutidos. Foram suspensos, também, palestras, grupos de reflexão, encontros de grupos e movimentos, novenas e festas de padroeiros e atividades culturais que aglomerem pessoas. E as celebrações comunitárias da Semana Santa, quando os cristãos são convidados a viver um momento de comunhão com o sacrifício de Jesus na cruz.

Além disso, a Arquidiocese de São Luís destacou que todos os fiéis ficam dispensados da obrigação cristã católica de participar das missas dominicais e de preceito e que os sacerdotes continuem celebrando a Santa Eucaristia na intenção do Povo de Deus. Nesse sentido, recomendou-se o uso do rito da Missa Celebrada sem povo, conforme Missal Romano. Algumas dessas celebrações devem ser transmitidas pelos meios de comunicação, como a televisão.

No decreto, o arcebispo recomenda que as igrejas permaneçam abertas para visitação e orações pessoais, sempre evitando aglomerações. Em caso de morte de um/a paroquiano/a, o fato deve ser comunicado ao pároco, para que este possa rezar a missa (sem povo), para consolo da família. Convém destacar que a Arquidiocese de São Luís é composta por 15 municípios. Destes, quatro são da região metropolitana, e outros 11 são do interior.

No total, são 58 paróquias e 10 foranias, que é um grupo determinado de paróquias dentro de um vicariato (instância de hierarquia inferior às dioceses).

Festejo católico

“Alcançai-me também, meu excelso protetor, singular devoção à Virgem Maria Santíssima, que por amor de vós foi com pressa à casa de vossa mãe Isabel, para serdes livre do pecado original e cheio dos dons do Espírito Santo”. Esse trecho, retirado da Oração a São João Batista, parece ser, também, um pedido de muitos fiéis, que estão animados com o festejo em homenagem ao “Padroeiro da Amizade”. A comemoração começou nesta segunda-feira, 15, com uma vasta programação em São Luís.

Tradicionalmente, o festejo inclui uma programação ampla, com grande concentração de pessoas na Paróquia de São João Batista, localizada no Centro Histórico da capital maranhense. No entanto, devido à pandemia da Covid-19, as celebrações serão transmitidas ao vivo pelas redes sociais. O procedimento evita a possibilidade de aglomerações no local e fora dele. Como isso favorece o contágio do novo coronavírus, a Igreja Católica está seguindo as recomendações da Arquidiocese Metropolitana de São Luís.

Uma novidade para o festejo deste ano serão as lives beneficentes, que ocorrerão em prol da comunidade. A abertura aconteceu ontem, às 17h, com uma missa da Bv. Albertina Berkenbrock, uma vez que o dia 15 de junho é marcado pela comemoração concernente à jovem catarinense, que foi beatificada em 20 de outubro de 2007. A tradicional festa será encerrada no dia 24 de junho, data da Natividade de São João Batista, filho do sacerdote Zacarias com Isabel, uma das primas de Maria, mãe de Jesus.

Importante destacar que o termo Batista se refere aos inúmeros batizados que o profeta realizou com os judeus. Jesus, inclusive, foi batizado por João, nas águas do Rio Jordão. Conforme os evangelhos, quando o Messias saiu da água, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba. Então, uma voz do céu disse “tu és o meu Filho amado; em ti me agrado”.

[e-s001]Oração a São João Batista

Ó, glorioso São João Batista, príncipe dos profetas, precursor do divino redentor, primogênito da graça de Jesus e da intercessão de sua santíssima mãe, que fostes grande diante do Senhor, pelos estupendos dons da graça de que fostes maravilhosamente enriquecido desde o ceio materno, e por vossas admiráveis virtudes, alcançai-me de Jesus, ardentemente vos suplico, que me dê a graça de o amar e servir com extremado afeto e dedicação até a morte. Alcançai-me também, meu excelso protetor, singular devoção a Virgem Maria Santíssima, que por amor de vós foi com pressa à casa de vossa mãe Isabel, para serdes livre do pecado original e cheio dos dons do Espírito Santo. Se me conseguirdes estas duas graças, como muito espero de vossa grande bondade e poderoso valimento, estou certa de que, amando até a morte a Jesus e a Maria, salvarei minha alma e no céu convosco e com todos os anjos e santos amarei e louvarei a Jesus e a Maria entre gozos e delícias eternas. Amém".

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