Covid-19

Sem tempo de dizer adeus: pandemia muda cerimônia de luto

Especialista emocional Leandro Cunha orienta sobre como viver o luto neste período de quarentena

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
A maioria das famílias estão impossibilitadas de realizarem cerimônias de luto
A maioria das famílias estão impossibilitadas de realizarem cerimônias de luto (luto na pandemia)

São Paulo - Os efeitos da pandemia de Covid-19 seguem a transformar os hábitos das famílias, as organizações de trabalho e infelizmente, até mesmo em uma das tradições mais tristes do país: a cerimônia de luto. Com o número de mortes ultrapassando a casa dos 30 mil, o cenário segue instável para todos os brasileiros, principalmente para aqueles que sofreram perdas recentes de seus parentes e amigos, ou seja, além da imprevisibilidade de tudo ainda precisam lidar com o sentimento de dor.

Segundo o especialista emocional e presidente da Associação Brasileira de Inteligência Emocional, Leandro Cunha, a dor do luto é uma das mais intensas experiências que um ser humano pode enfrentar. "Todos nós vamos passar pela experiência de perder alguém que amamos, e essa experiência cria feridas que em muitas pessoas podem durar toda uma vida. Dentro das emoções básicas humanas, o medo pelo desconhecido que estamos vivenciando em relação ao covid-19, associado ao conhecido que é a perda, faz com que muitos entrem em processo de tristeza profundo e até depressão", afirma o especialista.

Além da dor inerente ao momento de perda, no Brasil, a maioria das famílias estão impossibilitadas de realizarem cerimônias de luto, celebrações religiosas ou qualquer serviço tradicional funerário, o que também contribui para a complicação do emocional e psicológico de muitas pessoas.

"No país, temos a tradição de ficar juntos, chorar e nos despedir de quem morreu, e isso, de forma geral, não está ocorrendo. As modificações dos rituais funerários, têm impacto significativo nas famílias. Importante entender que estamos vivendo uma tragédia sem precedente e, no caminho de uma experiência de perda, as famílias vão encontrar uma encruzilhada. O luto e o trauma vão caminhar juntos, se encontrarão o tempo todo, é inevitável e desafiador", destaca.

O profissional ainda fala sobre a importância de procurar ajuda profissional de um terapeuta, psicólogo ou psiquiatra caso as pessoas que perderam familiares ou amigos próximos não estiverem conseguindo lidar com a dor do luto sozinhos ou somente com apoio de amigos.

"Sobreviventes de acidentes ou pessoas que perderam alguém nessa situação podem sofrer efeitos ainda mais intensos, já que é comum reviver as emoções do ocorrido, as sensações de medo, impotência e impossibilidade de fazer algo. Nesses casos, nem sempre só o apoio de amigos e familiares é suficiente, e, em qualquer sinal de depressão, não hesite, procure acompanhamento profissional, não fuja do problema, enfrentar e buscar a cura é o melhor a ser feito, sempre", finaliza o especialista emocional dos famosos, Leandro Cunha.

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