Feminicídio

Polícia tem 30 dias para apurar a morte de duas mulheres em São Luís

Os corpos de mãe e filha foram encontrados, no bairro Quintas do Calhau, amarrados e amordaçados dentro de um veículo na casa das vítimas

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Graça Maria Pereira, de 58 anos; e Talita de Oliveira Frizero, de 27 anos, foram assassinadas em casa
Graça Maria Pereira, de 58 anos; e Talita de Oliveira Frizero, de 27 anos, foram assassinadas em casa (MULHERES ASSASSINADAS )

SÃO LUÍS - O Departamento de Feminicídio, órgão da Superintendência de Homicídio e Proteção a Pessoas (SHPP), tem 30 dias para investigar o duplo feminicídio que teve como vítima Graça Maria Pereira, de 58 anos; e Talita de Oliveira Frizero, de 27 anos, mãe e filha respectivamente, e encaminhar o inquérito para o Poder Judiciário. Segundo a polícia, as vítimas foram torturadas e os corpos encontrados amarrados, no último dia 7, dentro de um veículo na residência delas, no bairro Quintas do Calhau. Somente neste ano, já ocorreram 27 casos desse tipo de crime no Maranhão.
A delegada Viviane Fontenelle, chefe do Departamento de Feminicídio, declarou que já foram ouvidas algumas testemunhas e a polícia está no aguardo do resultado de exames periciais feitos no local do crime.

A delegada ainda informou que, por meio de uma análise preliminar, ficou constatado que uma das vítimas chegou a travar uma lutar corporal com o suspeito e sofreu constrição das vias respiratórias. “Elas foram amarradas, amordaçadas e tinham lesões em várias partes do corpo. Isto é sinal de tortura”, contou.

Barbárie

A polícia informou que os familiares e amigos começaram a sentir falta das vítimas ainda no último dia 5, quando ambas deixaram de responder as mensagens e atender os telefonemas. Os policiais acreditam que na noite desse dia, pelo menos, uma pessoa teve acesso ao imóvel das vítimas, possivelmente com o consentimento de uma delas.

Ainda de acordo com a polícia, Graça Maria foi atacada no banheiro de seu quarto. Ela sofreu várias escoriações pelo corpo e foi assassinada por asfixia. A outra vítima foi abordada quando dormia e chegou a travar uma luta corporal. Durante a briga, Talita de Oliveira perdeu três unhas de uma das mãos. As duas vítimas foram amarradas e amordaçadas.

A delegada Viviane Fontenelle contou que a residência das vítimas estava bagunçada, mas não foi levado nenhum objeto de valor ou dinheiro. “A hipótese de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, já foi descartada, pois estamos trabalhando como sendo feminicídio”, explicou a delegada.
Há informações que o principal envolvido nesse crime é o ex-esposo de Graça Maria, identificado como Geraldo. Eles tiveram um relacionamento de 15 anos e estavam há cinco separados. Graça Maria era proprietária de uma empresa de contêineres e dona de imóveis. Ela, segundo os parentes, tinha ganho na justiça o direito de metade dos bens. Esses detalhes serão apurados pela Polícia Civil. Os corpos das vítimas foram sepultados ontem em um cemitério em São José de Ribamar.

Continua foragido

A polícia informou que até ontem não havia conseguido prender outro acusado de feminicídio. O homem é acusado de ter matado por estrangulamento Joana Maria Diniz, de 66 anos. A vítima era vizinha do acusado e residia sozinha no Residencial Recanto dos Signos, na área da Cidade Operária.

Na manhã do último dia 26, o suspeito discutiu com a irmã, nome não revelado, em seguida, pulou para o quintal da idosa onde realizou o ato criminoso. O corpo da idosa foi achado somente no período da noite pelos vizinhos e havia um pano no pescoço dela. O caso está sendo investigado pela equipe do Departamento de Feminicídio.

Na cadeia

O delegado Carlos Alessandro de Assis informou que, nesta segunda-feira (8), foi preso na Ilha um homem, de 43 anos, acusado de ameaçar de morte a ex-companheira como ainda descumprir medidas protetivas de urgência. O detido foi encaminhado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas após prisão em fragrante.

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