Violência

Campanha de prevenção a relacionamentos abusivos

Ação se propõe a destacar a importância do respeito entre as pessoas; identificar mais cedo o relacionamento abusivo; disseminar informações sobre Medida Protetiva de Urgência para mulheres

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Em 2019, apontam que 43% das vítimas são solteiras
Em 2019, apontam que 43% das vítimas são solteiras (violência)

São Luís - Com o tema “O Respeito sim, deveria ser um vírus e contaminar todo mundo”, a 2ª Vara da Mulher de São Luís lança, nesta quarta-feira(10), uma campanha de prevenção a relacionamentos abusivos e conscientização de jovens, nas redes sociais e imprensa, por ocasião da passagem do Dia dos Namorados (12 de junho).

A campanha se propõe a destacar a importância do respeito entre as pessoas; identificar mais cedo o relacionamento abusivo; disseminar informações sobre Medida Protetiva de Urgência para mulheres jovens; divulgar os canais de atendimento da rede de enfrentamento à violência contra a mulher e arrecadar doações para as mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

As ações da campanha serão realizadas de quarta a sexta-feira, com palestras ao vivo (lives) pelo instagram. A live de abertura será feita na quarta-feira, 10, às 16h, com o tema “Viver relacionamentos com sentido”, com a juíza da 2ª Vara da Mulher, Lúcia Barros Heluy (@luciaheluy) e a psicóloga Rogener Almeida Costa. Na quinta-feira, 11, a partir das 18h, será realizado webinário com três painéis de discussão sobre os temas “Relacionamentos Abusivos: o que é e como lidar com essa situação”; “No namoro, você em primeiro lugar” e “O amor é (ou deve ser) contagioso”.

No Dia dos Namorados, 12, às 16h, haverá a live-debate de encerramento das atividades, sobre o tema principal: “Relacionamento abusivo, como detectar?”, com a juíza e a promotora de Justiça especializada em violência doméstica, Selma Regina, no instagram MPMA_OFICIAL, seguida de live-show solidária, às 20h.

Ao longo da semana, serão divulgadas mensagens virtuais com alertas que levam a pessoa a refletir sobre o relacionamento amoroso e se prevenir sobre possíveis abusos, tais como “Atitudes mostram quem a pessoa é de verdade”, “Críticas devem ser construtivas e isoladas”, “Quem gosta aceita, apoia, incentiva e respeita”; “Se o namoro te fizer mal, caia fora!”, “Namorada ideal exige respeito e igualdade”, “Namorar não te obriga a nada!”, “Namoro é escolha, não é prisão!” e “No namoro, isolamento é sempre perigoso”.

A ação da vara tem o apoio institucional do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (CEMULHER e ESMAM); Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Maranhão; Ministério Público estadual; Polícia Militar (Patrulha Maria da Penha); Casa da Mulher Brasileira (Poder Executivo; Instituto Estadual e Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão; Núcleo de Gênero da Universidade Estadual do Maranhão e Associação dos Magistrados do Maranhão.

ISOLAMENTO - Documento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) elaborado para verificar a variação nos níveis de violência doméstica nos primeiros dias das medidas de isolamento social no Brasil, demonstra que, embora os registros administrativos aparentemente indiquem redução da violência de gênero, os números de feminicídios e homicídios femininos apresentam crescimento, indicando que a violência doméstica e familiar está em ascensão.

Está entre as causas apontadas para o aumento da violência durante a pandemia o agravamento dos fatores de risco para a ocorrência dos crimes dessa natureza, como o desemprego, o abuso de álcool e drogas e rompimento da rede comunitária de apoio à mulher, por conta da quarentena.

Dados da 2ª Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Luís, em pesquisa divulgada em 2019, apontam que 43% das vítimas de algum tipo de agressão são mulheres solteiras, e desse total, mais da metade tem entre 18 a 34 anos, sendo consideradas jovens e jovens-adultas.

“Dessa forma, partindo da premissa de que viver sem violência é direito de toda mulher, assim como a aproximação do dia dos namorados, tem-se a necessidade de refletir sobre relacionamentos abusivos enfrentados pelos jovens, que às vezes se mostram em atos de ciúmes, decorrente de um machismo estrutural”, justifica a juíza, no projeto da campanha.

O Brasil se encontra entre os dez países com maior taxa de violência contra a mulher, ocupando a quinta posição no ranking mundial de feminicídio. Os casos de violência contra a mulher podem ser denunciados pelo 180 (Direitos Humanos) e 190 (Polícia Militar).

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