Covid-19

Na pandemia: a criatividade e os negócios que se reinventaram

Revisão de contratos com fornecedores e, principalmente, novas formas de apresentação dos produtos e maneiras de lidar com o consumidor, durante esse período de isolamento social, foram algumas das medidas tomadas

Thiago Bastos / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

[e-s001]São Luís - Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontam que os negócios de menor porte desempenhavam, antes dos impactos da pandemia no país, um papel estratégico na econômica nacional. De acordo com a entidade, até o primeiro quadrimestre deste ano, esta modalidade de empreendimento era responsável por 30% do valor adicionado ao Produto Interno Bruto (PIB) no país.

Com a crise causada pela restrição nas atividades comerciais, em obediência às normas sanitárias necessárias para o controle do coronavírus, houve uma recessão neste crescimento. Entidades como o próprio Sebrae e pastas ligadas ao tema, como o Ministério da Economia, ainda calculam os prejuízos.

Cientes da necessidade de readaptação aos “novos tempos”, que ainda exigem medidas de distanciamento social e mínima interatividade física, negócios precisaram ser reinventados à base de criatividade e, por que não dizer, perseverança dos empreendedores. O Estado se dedica esta semana não a mostrar negócios de forma aleatória, mas dar exemplos de que, sim, é possível estancar os efeitos da crise e, de “brinde”, reconfigurar metas e lucros.

Para isso, além de admitir o fato de que o modelo então existente de negócio precisaria passar por intervenções, o (a) empresário (a) necessita ouvir diversas fontes e, principalmente, ter coragem.

Exemplos citados a seguir por O Estado caminharam por estas e outras medidas necessárias para a sobrevivência do empreendimento. Entender as estratégias seguidas é fundamental para que outros micro e pequenos empreendedores em situação semelhante possam reverter seus débitos e, por consequência, passar pelo “furacão” com o mínimo de sequelas.

Remodelagem e criatividade
Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que, nas últimas três décadas, é registrado periodicamente um crescimento na importância dos pequenos e médios negócios, em especial, na geração de empregos e arrecadação de impostos. No fim da década de 1980, a participação destes empreendimentos no PIB era de aproximadamente 20%.

Nos últimos anos, esse percentual aumentou e, em meio à crise, técnicos do setor econômico apontam que somente “os fortes” literalmente sobreviverão. Negócios com reserva financeira e ações criativas de seus donos saem na frente na busca por estabilidade durante a maior crise sanitária dos últimos 100 anos.

[e-s001]Adaptação
No mercado há seis anos, o “Cozinha sem Leite” oferece produtos sem ingredientes alergênicos para um público cada vez mais emergente no país, ou seja, as pessoas com algum tipo de restrição alimentar. Com produção domiciliar, o negócio precisou de adaptações. As entregas somente são feitas via delivery, com facilitações nos pagamentos e gratuidade no serviço, dependendo do valor da compra.

Outra alteração foi quanto às embalagens. Antes de incluir o produto ou o alimento no recipiente, o acessório é higienizado para evitar quaisquer riscos de infecção. Além disso, o cardápio foi incrementado com novos produtos e adaptações.

Uma delas foi a inclusão de um novo serviço: a entrega de cestas de café da manhã para pessoas com restrição alimentar. A ideia é aproveitar as próximas datas festivas, como o Dia dos Namorados, comemorado no próximo dia 12 deste mês. “É uma forma de não perdemos espaço no mercado e de mantermos a fidelidade com nosso cliente que nos acompanha desde antes da pandemia”, disse Letícia Almeida, responsável pelo “Cozinha sem Leite”.

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Ela, que ingressou no ramo a partir de motivação familiar, já que o filho dela possui limitações quanto ao consumo alimentar, angariou clientes e, atualmente, diz não sentir na pele os efeitos da pandemia. “Consegui reajustar as contas e, apesar das restrições no acesso aos clientes, como se trata de uma demanda de grande importância para as pessoas, ou seja, o consumo alimentar, nossa estratégia foi simples. Manter a boa qualidade dos nossos produtos, o bom atendimento e ainda ofertar serviços mais cômodos, como a entrega gratuita em vários casos”, afirmou.

Além do Dia dos Namorados, a marca também estará atenta às demandas durante as festas juninas que, este ano, serão reservadas a eventos caseiros. “Estamos com a produção de mingau de milho com ingredientes mais selecionados, com o objetivo de manter a excelência na oferta dos nossos produtos”, afirmou.

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