Audiovisual

Faroeste existencial em fase de pré-produção

Série "O Baldio Som de Deus", de Frederico Machado, será ambientado na década de 1970 e terá elenco com nomes nacionais e maranhenses

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Buda Lira em cena de "Lamparina da Aurora"; ator está confirmado na série
Buda Lira em cena de "Lamparina da Aurora"; ator está confirmado na série (buda lira)

SÃO LUÍS-O cineasta Frederico Machado dará início a mais um projeto audiovisual. Ele prepara a série “O Baldio Som de Deus” e, em paralelo, o filme “A Vigésima Jaula”. Os trabalhos estão em fase de pré-produção.

A série “O Baldio Som de Deus”, uma produção original da Lume Filmes, terá oito episódios e será exibida na TV em 2022 pelo canal Box Brazil Prime. Esta será a segunda série dirigida por Frederico Machado, que gravou “Punga”, em fase de finalização e com estreia marcada para o ano que vem, no Cine Brasil TV.

Frederico Machado explica que a produção será um faroeste existencial, contará a história de vingança de um homem que, quando criança, viu seus.pais serem assassinados pelos poderosos da cidade devido à ocupação de terra. Quando adulto, retorna à cidade para se vingar. “O filme tem traços característicos do faroeste tradicional. Entretanto faremos algo próximo do cinema russo e polonês, introspectivo como.meu cinema, misturado ao alegórico do cinema de Glauber Rocha e de Jodorowsky. E com muitas influências da cultura local, maranhense”, pontua Frederico Machado.

A série terá traços sociais e políticos, misturado ao drama dos personagens. A história se passa na década de 1970 e remete ao período da ditadura militar e dos movimentos populares de posse de terra. “Maranhão nessa década viveu bem isso. E temos poucos registros. Então, o filme terá temas que sempre estão impregnados meu cinema: a questão da família destroçada, personagens solitários em busca de consolo e alguma resposta para a vida, a política como manipulação do povo, os poderosos que sempre pisoteiam nos mais frágeis...E num formato mais acessível ao grande público”, atesta Frederico Machado.

A filmagem da série será toda realizada em uma cidade do interior do Maranhão, ainda a ser escolhida para ser a locação oficial do filme. “Essa cidade tem que ter algumas características para facilitar a direção de arte da série, já que a história se passa na década de 1970. Além disso, levaremos em conta o apoio que essa cidade por ventura possa dar em nível de apoio e patrocínio, pois a série gerará emprego e marketing para a cidade e movimentará a economia da cidade por volta de três meses”, diz o cineasta que busca apoios de prefeituras que podem entrar em contato com a produção do filme pelo e-mail frederico@lumefilmes.art.br.

Elenco

O cineasta já divulgou o elenco que reúne atores conhecidos no Brasil e também maranhenses. Bruno Goya, Zezita Matos, Veronica Cavalcanti, Buda Lira e ainda atores maranhenses como Breno Nina e Aurea Maranhão, Auro Juricie, Rosa Ewerton, Hilhter Frazão, Walter Sá, são alguns dos nomes já confirmados para a produção.

A trilha sonora e as canções caberão a Bruno Batista, compositor e cantor maranhense. “Traçamos argumentos para as canções que terão temas sociais e políticos pungentes, instrumental que lembrará Morricone mas muitas reminiscências com tambor de crioula, bumba meu boi, folk, rock, MPB e temas musicais aqui do Maranhão. Embalado pela poesia de Bruno Batista”, observa o cineasta.

O filme terá na produção Mônica Mello e som direto de Ricardo Mansur. A direção de fotografia será do próprio Frederico Machado. “A equipe será bem pequena. Será um retorno à produção mais de guerrilha e simples, suja, radical”, adianta o cineasta.

Simultâneo à série “O Baldio Som de Deus”, o cineasta filmará “A Vigésima Jaula”. Este último será uma história paralela dos personagens. “Então, como criação, mais uma vez tento ousar e fazer dois trabalhos simultâneos. Acredito muito nessa possibilidade, na dinâmica de cinema. Na criação espontânea. Sem regras”, diz Frederico Machado.

Filho do poeta Nauro Machado, Frederico conta que a poesia - “O Baldio Som de Deus” é o título de um dos livros do poeta - está presente no seu trabalho em áreas como a fotografia e a dinâmica da história. “‘O Baldio Som de Deus’ é um título de livro de meu pai, que escolhia sempre nomes belos para o seus livros, na minha opinião. Seus livros são muito visuais”.

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