Pandemia

Óbitos por Covid-19 superam homicídios dolosos na Grande Ilha

São 623 mortes decorrentes do coronavírus na Ilha; em 2019, houve 251 assassinatos; nos primeiros cinco meses deste ano, foram 122

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Adolescente vítima de morte violenta em agosto do ano passado, na Cidade Olímpica; em 2019, ocorreram 251 assassinatos na Grande Ilha
Adolescente vítima de morte violenta em agosto do ano passado, na Cidade Olímpica; em 2019, ocorreram 251 assassinatos na Grande Ilha (morte violenta 2019)

São Luís - Os óbitos decorrentes da Covid-19, que ocorreram do dia 29 março deste ano até o último dia 2 de junho na Ilha, já superaram a quantidade de casos de homicídio doloso registrados durante todo o ano passado e no decorrer dos cinco primeiros meses deste ano na Grande São Luís. Segundo os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), até a noite do dia 2 de junho, 623 infectados pelo novo coronavírus, foram a óbitos, na Região Metropolitana de São Luís. Enquanto, no ano de 2019, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ocorreram 251 assassinatos e de janeiro deste ano até o dia 31 de maio houve o registro de 122 homicídios dolosos.

A maior parte dos óbitos da Covid-19 está ocorrendo na capital maranhense. De acordo com a SES, 535 mortes. Em seguida, a cidade balneária de São José de Ribamar, com 45 casos. Ainda há o registro de 36 mortes, em Paço do Lumiar e sete casos fatais no município de Raposa. Em todo o Maranhão, o total era de 1.028 óbitos, até o fechamento desta edição.

Os dados da SES ainda mostram que somente no dia 19 de maio ocorreram 25 óbitos na Grande Ilha. Apenas, em São Luís, foram 20 mortes; em São José de Ribamar, três casos e dois casos, em Paço do Lumiar. Este dia superou a quantidade de homicídio doloso ocorrido durante todo o mês de abril deste ano na Ilha, que contou com 21 casos.

Também os casos de morte em decorrência da Covid-19, ocorridos no dia 14 de maio na região metropolitana, superaram o número de assassinatos registrados no decorrer de dezembro do ano passado. Neste mês houve 18 assassinatos, enquanto, no dia 14 de maio, morreram 19 infectados do novo coronavírus. Apenas, na capital maranhense foram 17 óbitos.

No último dia 2, ocorreram oito mortes em decorrência dessa enfermidade na Ilha, o que também superou a quantidade de mortes violentas registradas em toda a última semana do mês de maio, que teve seis casos. No primeiro dia deste mês, a polícia não registrou casos de homicídios dolosos, enquanto houve cinco casos de óbitos por Covid-19.

Primeiro óbito
O primeiro óbito por Covid-19 no Maranhão foi confirmado pela SES no dia 29 de março. O órgão informou que a vítima era do sexo masculino, de 49 anos. tinha quadro de hipertensão e estava internada em uma unidade de saúde de São Luís.

Uma das primeiras profissionais da área de saúde a falecer vítima da doença no Maranhão, foi a auxiliar de enfermagem Maria Madalena Barbosa, de 61 anos. Ela deu entrada no Hospital Carlos Macieira, no Calhau, após o agravamento do seu quadro de saúde, precisou ser entubada e morreu no dia 12 de abril. A paciente tinha um quadro de comorbidades.

A auxiliar de enfermagem trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vinhais e no Hospital Municipal Djalma Marques em São Luís. Ela estava afastada desde o dia 20 de março do trabalho após apresentar sintomas da Covid-19.

Morte
Somente quadros mais graves da Covid-19 que resultam em morte. Neste caso, a enfermidade gera sintomas respiratórios sérios que prejudicam os brônquios e os pulmões. Com isso, o infectado desenvolve um quadro de pneumonia que pode evoluir e levar à morte.

Tendo como base nos casos de óbitos já confirmados do novo coronavírus pelo mundo, o que acontece é que a pneumonia piora progressivamente até causar insuficiência respiratória, sendo necessária a internação do paciente na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Na UTI, com dependência de oxigênio, pode acontecer a piora do quadro, em que o infectado com Covid-19 desenvolve Síndrome Respiratória Aguda Grave e insuficiência renal, o que pode ser fatal.

O geriatra Herbeth Vera Cruz informou que essa doença costuma ser mais agressiva e letal em pessoas que fazem parte do grupo de risco, como idosos e aqueles que possuem doenças cardiovasculares, diabetes, pulmonar crônica.

Ele ainda frisou que nos pacientes idosos, os sintomas da Covid-19 se manifestam como um quadro gripal, ou seja, apresentam tosse, febre, faltam de ar e cansaço, e pode haver quadro de sonolência excessiva. Neste caso é necessário ter uma abordagem imediata do profissional da área de saúde.

Números

623 óbitos ocasionados por Covid-19 ocorreram do dia 29 de março deste ano até o último dia 2, na Grande Ilha
251 assassinatos ocorreram durante o ano de2019, na Grande Ilha
122 homicídios dolosos foram registrados no decorrer dos cinco primeiros meses deste ano na Ilha

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