Comércio

Pessimismo de clientes é desafio para o comércio

Reabertura gradual das lojas, iniciada no dia 25 de maio e reforçada no dia 1º de junho, acontece em meio à falta de confiança do consumidor ludovicense

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Movimento na Rua Grande começou a se ampliar com a reabertura de lojas comerciais
Movimento na Rua Grande começou a se ampliar com a reabertura de lojas comerciais (Rua Grande)

São Luís - O nível de intenção de consumo das famílias de São Luís, medido mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), apresentou um recuo de 25,3% no mês de maio em comparação ao mesmo período do ano passado. Na passagem mensal de abril para maio, a queda no otimismo dos consumidores ludovicenses foi de 12,7%.

Com 74,9 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200 pontos, a intenção de consumo na capital maranhense apresentou o menor resultado da série histórica do índice que começou em janeiro 2010.

Todos os subcomponentes que formam o indicador apresentaram variação mensal negativa, com destaque para a avaliação do consumidor quanto ao momento para aquisição de bens duráveis (-23,8%), o nível de consumo atual (-18,8%), a perspectiva profissional (-17,6%) e as perspectivas de consumo (-16,4%).

“Os setores de eletrodomésticos, móveis, veículos e produtos de valor agregado mais elevado terão um grande desafio pela frente, apesar de já estarem com autorização para reabertura. A deterioração do mercado de trabalho e da renda do consumidor vai criar um cenário de bastante pessimismo para o consumo”, avalia o presidente da Fecomércio-MA, José Arteiro da Silva.

Empregos

Um dos fatores que agravaram o pessimismo dos consumidores ludovicenses foi a movimentação negativa do mercado de trabalho no mês de abril. A capital maranhense registrou um saldo negativo de -1.982 postos formais de trabalho, com destaque para o comércio e a construção civil, que eliminaram -918 e -747 empregos com carteira assinada, respectivamente.
No mês de março, quando foram registrados os primeiros casos da Covid-19 em São Luís, esses dois setores já haviam registrado a redução de -760 vagas de emprego, sendo -440 postos no comércio e -320 na construção civil.

“As incertezas do cenário econômico, influenciadas pela crise de saúde pública fizeram com que as empresas demitissem para reduzir suas despesas. Este é o momento do Governo, durante o processo de retomada das atividades, oferecer segurança para os investimentos privados, com protocolos claros, prazos definidos e previsibilidade em suas ações”, enfatiza o empresário José Arteiro.

Para a Federação do Comércio, uma das entidades que tem participado ativamente da construção dos protocolos sanitárias que estão possibilitando a retomada das atividades econômicas na Ilha de São Luís, este é um momento de empresas, trabalhadores e a sociedade civil como um todo estarem organizados e engajados para cumprir as regras de segurança sanitária. “Se todos cumprirem os protocolos, se todos estiverem conscientes do seu papel social, teremos uma retomada econômica mais rápida, sem interrupções, gerando confiança para os investimentos, recuperação do mercado de trabalho e reativação da renda da população”, finaliza o presidente da Fecomércio (MA).

Queda nacional

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou retração mensal de 13,1% em maio – a queda mais intensa desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010. Influenciado pelos impactos econômicos do novo coronavírus, o indicador chegou ao segundo resultado mensal negativo consecutivo. O índice caiu para 81,7 pontos e atingiu o menor patamar desde novembro de 2017, permanecendo abaixo do nível de satisfação (100 pontos), onde se encontra desde 2015. Em relação a maio de 2019, a retração foi ainda maior: -13,7%, a queda mais acentuada desde agosto de 2016.

O indicador referente ao acesso ao crédito foi o único entre os subíndices que apresentou variação anual positiva (+5,4%). Com 93,5 pontos, porém, o item registrou queda no comparativo mensal (-1,8%), após quatro meses seguidos de alta. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que, apesar de a percepção das famílias em relação ao mercado de crédito continuar melhor do que no ano passado, os brasileiros já demonstram preocupação no curto prazo.

“As taxas de juros cada vez mais baixas, com um nível inflacionário controlado, impactaram favoravelmente a percepção de acesso ao crédito. Contudo, o risco de maior inadimplência em virtude da crise provocada pela pandemia de covid-19 contribuiu para a desaceleração do consumo”, afirma Tadros.

Perspectiva

Os brasileiros nunca estiveram tão pessimistas com relação à perspectiva profissional. Com 88,1 pontos, o indicador atingiu em maio seu menor nível na série histórica, com queda mensal de 15,6% e anual de 18,2%. Pela primeira vez desde janeiro de 2018, a maior parte das famílias demonstrou uma perspectiva profissional negativa.

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