Editorial

À beira do colapso

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Com o relaxamento do isolamento social, não chega a ser surpresa o aumento do número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na Região Metropolitana de São Luís - que envolve a capital e as cidades de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar -, conforme boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). E o resultado disso é a ameaça de colapso na oferta de leitos de UTI exclusivos para pacientes testados com a Covid-19.

Não faltam alertas das autoridades do setor de Saúde sobre o crescimento de casos da doença no país e, principalmente, no Norte e Nordeste - incluindo o Maranhão - contribuindo infelizmente para a negra estatística divulgada pelo Ministério da Saúde. Por conta disso, fica difícil de ser feita uma previsão da redução de diagnósticos, já que as condições econômicas piores significam assistências médicas piores, o que resulta em condições piores de atendimento.

Com base em informação da SES, na noite da última quarta-feira, 27, dos 230 leitos de UTI da rede um total de 224 estavam ocupados. Ou seja, apenas seis leitos podiam receber pacientes destes quatro municípios e também até de cidade vizinhas sem acesso a esse tipo de leitos. Em relação a ocupação dos leitos clínicos na chamada Grande Ilha a taxa era de 62,10%. Eram 467 leitos ocupados dos 752 que a rede estadual possui na Região Metropolitana.

Mesmo com todos os esforços, está claro que sem o apoio da população em atender as recomendações para evitar a disseminação da Covid o sistema de saúde do Maranhão vai à lona, nocauteado pelos crescentes índices de contaminação. As pessoas voltaram às ruas sem demonstrar qualquer preocupação com a doença, que continua matando muito.

E por falta de bons resultados em estudos clínicos e a percepção de que a cloroquina e a hidroxicloroquina não trazem resultados positivos no tratamento contra a Covid-19 - ainda causa efeitos colaterais - já não se fala mais sobre o uso dessas drogas. Até mesmo os hospitais do país já descartam o medicamento de seus protocolos médicos. A decisão desses hospitais contraria o novo protocolo do Ministério da Saúde, que na semana passada expandiu, sem nenhuma comprovação científica, o uso da medicação para pacientes na fase inicial da doença, como defende o presidente Jair Bolsonaro.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de ajuda financeira aos estados e municípios. Aprovado pelo Congresso Nacional no início do mês, o projeto permite o repasse, pela União, de R$ 60 bilhões aos estados e municípios em decorrência da queda na arrecadação causada pela crise do novo coronavírus.

Como prometido, Bolsonaro vetou, a pedido da equipe econômica, a possibilidade de reajuste aos servidores civis ou militares. Com isso, ficam congelados, até o final de 2021, os salários do funcionalismo público dos estados e municípios, incluindo os profissionais de saúde. Na justificativa ao veto, os Ministérios da Economia e o da Defesa argumentaram que a possibilidade de reajuste viola o interesse público ao reduzir a economia estimada com o congelamento dos salários, retirando dois terços do impacto fiscal esperado.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.