Editorial

O apoio ao lockdown

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

O lockdown imediato pode ser a forma mais eficaz, no momento, para poupar vidas e também evitar o colapso no sistema de saúde. Pelo menos é o que revela Pesquisa Datafolha divulgada ontem que indica que os brasileiros são favoráveis a essa medida, como meio para prevenir e combater a transmissão da Covid-19. Mas na prática esse apoio ainda não se reflete na adesão às medidas que têm sido tomadas por prefeitos e governadores do país. É o caso da Região Metropolitana de São Luís, onde as medidas de prevenção contra o vírus estão sendo relaxadas a cada dia pela população, que insiste em não manter o isolamento social.

O levantamento realizado instituto mostra que 60% dos brasileiros são favoráveis ao bloqueio total, enquanto outros 36% são contrários, 2% não souberam responder e 1% se dizem indiferentes. Foram ouvidos 2.069 adultos por telefone. Não custa lembrar que o Maranhão foi o estado pioneiro em implantar o lockdown, depois adotado por cidades do Norte de Nordeste e está sendo discutido pelo governo de São Paulo.

O apoio ao confinamento radical é maior no Nordeste, com 69% a favor. O lockdown obtém 54% de apoio da região Sul. Na faixa das pessoas que ganham acima de 10 salários mínimos, 50% são contra, e 47% a favor. Porém, a pesquisa mostra que, apesar de apoiar o lockdown, na prática a população adere cada vez menos ao isolamento social.

A pesquisa aponta ainda que 65% se dizem favoráveis que as pessoas fiquem em casa, o que é mais importante do que retomar a economia com a volta às ruas e reabertura do comércio não essencial. Enquanto isso, os empresários são os mais contrários a manter as pessoas em casas: 51%, enquanto 39% deles acham que a prioridade é o isolamento. O lockdown é rejeitado por 55% dos empresários, ante 38% que o aprovam. Já 83% dos estudantes apoiam a ideia de ficar em casa, enquanto 16% deles querem o relaxamento das regras de quarentena.

A pesquisa mostra também que o brasileiro está pessimista com a duração da crise. A maior fatia entre os ouvidos, 40%, crê que o país só voltará à normalidade num prazo de quatro meses a um ano.

Desde que a pandemia chegou, o país tem tido intensos debates sobre as medidas de isolamento social. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro defende a volta da população ao trabalho, como forma de reestruturar a economia brasileira, alguns estados e municípios adotam medidas mais restritivas na tentativa de conter o avanço do novo coronavírus, porém, os resultados não têm sido satisfatórios como demonstram os números divulgados pelo Ministério da Saúde com base em informações das secretarias estaduais e municipais de saúde.

E para não esquecer, Bolsonaro é radicalmente contra o lockdown amparado em uma fantasia: a Suécia é modelo a ser seguido, por não impor isolamento duro contra o novo coronavírus e manter aberto boa parte do comércio. Só que a Suécia está ainda entre os países com as mais elevadas taxas de mortalidade pela Covid per capita do mundo. O levantamento mais recente da universidade americana Johns Hopkins aponta que o país ocupa o sexto lugar no ranking mundial, com uma taxa de mortalidade de 39.57 por 100 mil habitantes - quase quatro vezes superior à registrada pelo Brasil (11.21 por 100 mil habitantes).

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