Lembrança

Obra de Papete celebrado em forma de poesia

O cantor, compositor e percussionista maranhense faleceu no dia 26 de maio de 2016, mas sua obra continua viva e uma referência para o São João do estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Papete faleceu em 2016
Papete faleceu em 2016 (Papete)

SÃO LUÍS- Há exatamente quatro anos, morria um dos mais emblemáticos cantores e compositores do Maranhão. José de Ribamar Viana, o “Papete”, faleceu em 26 de maio de 2016, em São Paulo, de insuficiência cardiorrespiratória. O corpo foi transladado até São Luís, velado na Casa do Maranhão, no Centro Histórico, e logo após, cremado.

O artista era uma das principais referências do São João do Maranhão, pois foi responsável por canções e composições que marcaram gerações, como “Bela Mocidade”, “Boi da Lua” e “Coxinho”. Seu trabalho mais destacado é “Bandeira de Aço”. Papete chegou a ser reconhecido como um dos melhores percussionistas do mundo, nos anos de 1982, 1984 e 1987, quando participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça.

Antes de partir, havia deixado o trabalho intitulado “Os Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba Meu Boi do Maranhão”, que resgata a história dos cantadores de bumbe meu boi de seu estado. Para a arte-educadora Tereza Moraes Rêgo, que recentemente escreveu uma poesia em homenagem a Papete, a figura do artista sempre será lembrada, principalmente em época junina.

“Este ano, provavelmente não teremos São João, mas ficam na memória aquelas canções atemporais que marcaram a nossa infância e continuam tocando as novas gerações de maranhenses que gostam dessa festa maravilhosa”, diz a arte-educadora, que escreveu “Ode a Papete”.

Ode a Papete

As águas de março se foram, as chuvas mil de abril. E quando no mês de maio tá todo o povo ensaiando, como diz certa melodia, Papete dedilhou seus últimos acordes.

Pandeiros choram, cuícas lamentam, chocalhos entristecem, matracas se calam. A percussão está de luto. Eulália chorou, rosa amarela desbotou.

O boi urrou num lamento triiiiiste. Não tenho tintas de cor na bagagem para pintar a saudade e nem a afinidade e identidade com suas canções que me tornaram junina.

Por isso escrevo em negrito:

O céu foi cenário da sua obra e agora o recebe para nova morada.

Que Santo Antônio, São Pedro, São João e São Marçal o recebam com sinfonia e harmonia. Que as estrelas, que ele tanto exaltou, seja no lombo do boi, agora lhe deem guarida.

Por que estrela na terra? Nuuuunca!

Estrela brilha é no céu!

Teresa Moraes Rêgo

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