Coronavírus

Óbitos de homens por Covid-19 é quase o dobro de mulheres

Entre as pessoas que morreram no estado pelo novo coronavírus, 414 são homens e 220 são mulheres

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Unidades de internação recebem pessoas acometidas pela Covid-19
Unidades de internação recebem pessoas acometidas pela Covid-19 (coronavírus)

A primeira morte decorrente do novo coronavírus no Maranhão aconteceu no dia 29 de março deste ano. Desde então, a quantidade de óbitos aumentou de forma impressionante, assim como o número de casos confirmados. Atualmente, 634 pessoas faleceram após terem sido infectadas no estado, o que dá uma média diária de 21, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Desse total, 65% são homens e 35% são mulheres. Ou seja, a estatística referente ao sexo masculino é quase o dobro da concernente ao sexo feminino.

De acordo com o levantamento feito pela SES e divulgado na noite de terça-feira, 19, com relação ao sexo das vítimas que morreram devido ao novo coronavírus no Maranhão, 414 são homens e 220 são mulheres, o que pode representado por aquele percentual. Por outro lado, as estatísticas alusivas aos casos confirmados mostram que o sexo feminino é um pouco mais afetado, com 7.767 contaminações, contra 7.347 do sexo masculino. Respectivamente, fica em 51% e 49%.

Outros dados
Também segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES), já são 15.114 casos confirmados da Covid-19 no Maranhão. A faixa etária mais afetada é a de 30 a 39 anos, com 3.492 situações. Na sequência, aparecem as pessoas que têm entre 40 a 49 anos. O número de idosos infectados é de 2.801, sendo 1.391 de 60 a 70 anos, e 1.410 com mais de 70 anos.

Com relação aos profissionais de saúde, que estão na “linha de frente” no combate à doença, 831 foram ou estão infectados, mas 725 já se recuperaram. Porém, 15 morreram. Essas pessoas ficam vulneráveis à contaminação, apesar dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), pois trabalham em unidades hospitalares, para onde vai quem sente algum sintoma característico da Covid-19 ou onde estão internados, em enfermaria ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI), os pacientes em estado grave.

Outro dado mencionado pela SES é que, atualmente, 201 municípios possuem pessoas contaminadas. Ou seja, falta pouco para que todas as cidades maranhenses tenham casos confirmados. São Luís é o epicentro da doença, com 6.479 infectados.

As primeiras mortes
No dia 29 de março, aconteceu a primeira morte pelo novo coronavírus no Maranhão, como foi amplamente divulgado pelo Jornal O Estado. A notícia pegou muita gente de surpresa. A vítima tinha histórico de hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, que se enquadra no denominado grupo de risco, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O óbito ocorreu nove dias após a comprovação do primeiro caso da Covid-19 no estado, fato registrado em 20 de março.

A primeira morte teve como vítima um homem, que tinha 49 anos, segundo a SES. Ele chegou com graves sinais de insuficiência respiratória na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Operária, em São Luís. Como o quadro clínico dele estava crítico, as equipes médicas nada puderam fazer para aliviar os sintomas. Então, o paciente morreu lá mesmo.

No dia 4 de abril, houve a segunda morte no estado. A vítima era uma idosa de 89 anos, que já estava internada em hospital particular. Ela sofria de problemas de saúde, como cardiopatia e câncer de mama. Naquele dia, o Maranhão registrava 96 casos positivos da Covid-19. O terceiro óbito aconteceu dois dias depois. Era um homem de 70 anos, que estava internado há três dias na UTI do Hospital Doutor Carlos Macieira, em São Luís. Ele era hipertenso, obeso e diabético.

De lá para cá, o número de óbitos diários surpreendeu. Na terça-feira, 19, foram registradas mais 30 mortes em oito municípios maranhenses: Lago da Pedra, Pirapemas, Imperatriz, Itinga do Maranhão, Pedreiras, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e São Luís.


SAIBA MAIS

Sintomas do coronavírus

De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais do coronavírus são, principalmente, respiratórios, semelhantes a um resfriado. A Covid-19 também pode causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o SARS-CoV-2 ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sintomas da doença. Os principais conhecidos até o momento são: febre, coriza, tosse seca e dificuldade para respirar.

Por isso, é importante o isolamento social, uma vez que impede a concentração de pessoas em um ambiente público ou privado. Medidas de distanciamento, como o lockdown, são eficazes para desacelerar a curva de contágio. Recentemente, houve bloqueio total na região metropolitana de São Luís, que foi encerrado no domingo, 17, após ter sido prorrogado em reunião envolvendo a Vara de Interesses Difusos e Coletivos.

Tratamento contra coronavírus

Até o momento, não existe uma medicação específica para o vírus. O tratamento é feito com base nos sintomas de cada paciente. De acordo com infectologistas e pesquisadores, existe a cura espontânea, mas ainda não há um tratamento medicamentoso definido. Nesse contato, há drogas que provavelmente funcionam, como a hidroxicloroquina, mas sem confirmação científica. Por este motivo, são utilizados medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos).

Sendo assim, o Ministério da Saúde recomenda repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, em casos leves e moderados da Covid-19. Quando a situação se agrava, a internação é necessária para impedir complicações mais sérias. Importante dizer que o diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios com potencial de aerossolização (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro).

Grupos de riscos

Segundo a OMS, algumas pessoas são mais suscetíveis ou vulneráveis ao coronavírus. Esse grupo de risco inclui idosos, diabéticos e hipertensos, além de quem possui doença insuficiência renal crônica, respiratória crônica e doença cardiovascular. Quem tem acima de 60 anos também está entre aqueles afetados pelos maiores índices de letalidade quando atingidos. Isso aconteceu porque, conforme infectologistas, o sistema imunológico dos mais velhos costuma ser deficiente por causa da idade.

Além disso, os pulmões e mucosas tornam-se mais frágeis e vulneráveis a doenças virais. No organismo dos idosos, há menos anticorpos, pois as vacinas tomadas na juventude já não são tão eficazes. Segundo o infectologista Kleber Luz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, essa deterioração do sistema imunológico pela idade é chamada de imunossenescência.

Já com relação aos hipertensos, uma série de fatores colabora para que esse grupo seja mais afetado que a população em geral. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o vírus pode afetar o músculo cardíaco dos pacientes, que já têm o coração sobrecarregado e causar miocardite (inflamação do miocárdio). Também pode gerar necrose pulmonar, com acúmulo de líquido no pulmão.

Por este motivo, é importante que o hipertenso esteja com a pressão arterial controlada, com as vacinas em dia e procurar ajuda médica imediatamente após o aparecimento do primeiro sintoma.

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