Aglomeração

Em 5º lugar no ranking nacional de aglomerados, Ilha tem 178 comunidades

Dados de mapeamento feito pelo IBGE apontam existência de 137.318 residências aglomeradas em toda área metropolitana de São Luís

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira, 19, de mapeamento de aglomerados subnormais, também conhecidos como favelas, foram identificadas 221 comunidades dentro do estado do Maranhão. A Grande São Luís - composta pelos municípios de São Luís, Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar - abarca o maior número de invasões em todo o estado, 178 no total, somando 137.318 residências aglomeradas em toda área metropolitana. A capital maranhense está em 5º lugar no ranking nacional de cidades com aglomerados subnormais. A região contém o maior número de casos da Covid-19 do Maranhão. Até o dia 19 de maio, foram 7.361 registros confirmados.

As informações foram anunciadas visando auxiliar no combate à Covid-19, tendo em vista que uma das principais orientações da Organização Mundial da Saúde é evitar aglomerações. Muitas vezes isso se torna impossível dentro das comunidades pois as residências foram construídas de forma irregular, em terrenos invadidos, sem acesso a serviços públicos básicos e muito próximas umas das outras, ou seja, aglomeradas. Até o momento, apenas o Coroadinho já possuí 62 casos do novo coronavírus confirmados.

[e-s001]O IBGE considera aglomerados subnormais ocupações irregulares de terrenos públicos ou privados em áreas urbanas e, em geral, caracterizados por um padrão urbanístico irregular, carência de serviços públicos essenciais e localização em áreas que apresentam restrições à ocupação.

Uma dessas comunidades, o Coroadinho, localizado no município de São Luís, está em décimo lugar no ranking de números de domicílios localizados em aglomerações subnormais (14.243). A primeira da lista é a favela da Rocinha (25.742) no Rio de Janeiro.

O Estado entrou em contado com o Governo do Estado do Maranhão para saber se há medidas específicas de prevenção voltadas a essas áreas, porém não houve resposta até o fechamento desta edição.

Outros perigos de contaminação
Além das aglomerações nessas comunidades, o risco de contaminação aumenta devido às condições do lugar e falta de serviços básicos, como saneamento, tratamento de esgoto e água encanada.

Em pesquisa realizada pela Fiocruz para mapear casos da Covid-19, foi identificada a presença do vírus em esgotos, o que se torna um perigo para áreas em que não há tratamento adequado.

A higienização correta também é um fator pontual para evitar a contaminação. Contudo, ela deve ser feita com água encanada e corrente. A infectologista Maria dos Remédios Castelo Branco explicou através de vídeo em seu site que para a higienização adequada das mãos é importante o uso de água corrente, pois há perigo da contaminação daquela que está em um recipiente. Ao fazer a coleta da água dentro de baldes e outros recipientes há a contaminação daquela água que permanece no local.

Em relatório divulgado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) em 2018, o Maranhão ocupava o 27º lugar no ranking de saneamento básico, e estava na faixa de 10% a 20% de distribuição dos níveis de atendimento urbano por rede coletora de esgotos.

Casos em Aglomerados Subnormais da região metropolitana de São Luís
ComunidadesCasos de Covi-19
Coroadinho62 casos
Cidade Olímpica36 casos
Alemanha32 casos
Jardim Tropical25 casos
Coroado20 casos
Sá Viana19 casos
Camboa12 casos
Tibiri12 casos
Vila Bacanga12 casos
Vila Brasil12 casos
Jaracaty10 caso

Cinco Municípios com maior porcentagem de domicílios aglomerados no Maranhão
MunicípioPorcentagem
Raposa37,35%
São Luís32,42%
São José de Ribamar32,25%
Paço do Lumiar25,97%
Turilândia5,07%

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