Editorial

Teste de vacina: uma luz de esperança

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

A semana começa recheada de diversos assuntos relacionados à Covid-19, que continua fazendo milhares de vítimas no país - a exemplo do que ocorreu ontem em São Luís com a morte do padre Bráulio, que durante anos esteve à frente do Santuário de São José de Ribamar e, atualmente, dirigia a Paróquia Santíssima Trindade, na Cidade Olímpica. Em nota, a Arquidiocese de São Luís diz que padre Bráulio teve atuação destacada na formação de novos presbíteros não só para a capital, mas para todo o Maranhão.

São tantos atropelos nos últimos dias relacionados ao coronavírus sobre o uso ou não da cloroquina - defendido abertamente pelo presidente Jair Bolsonaro e visto com ressalvas por renomados médicos do país. Portanto, esse assunto deverá render ainda árduas discussões por autoridades e entidades médicas sobre quais situações o medicamento deve ser ministrado aos pacientes. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reafirmou ontem que o uso da cloroquina para pacientes com quadro leve do novo coronavírus pode levar a pressão por vagas nos hospitais e até gerar mortes por arritmia em casa. Pelo que se vê, o caso é muito grave.

Com o respaldo de quem fez parte do atual governo, Mandetta diz que a pressão de Bolsonaro pela cloroquina é uma tentativa de estimular o retorno das pessoas ao trabalho. O que diz o ex-ministro: "A ideia de dar a cloroquina é que, se tiver um remédio para a Covid-19, as pessoas voltam ao trabalho. É uma coisa para tranquilizar, para fazer voltar sem tanto peso na consciência. Se tivesse lógica de assistência, isso teria partido das sociedades de especialidades [não de Bolsonaro]. Por isso não tem gente séria que defenda um medicamento agora como panaceia".

Enfim uma notícia neste início de semana: a primeira vacina contra o coronavírus testada em pessoas parece ser segura e capaz de estimular uma resposta imunológica contra o vírus, anunciou o fabricante, a empresa de biotecnologia e farmacêutica americana Moderna. Os resultados são baseados na reação das oito primeiras pessoas que receberam, cada uma, duas doses da vacina, a partir de março. Essas pessoas, voluntários saudáveis, produziram anticorpos que foram testados em células humanas no laboratório e que impediram a replicação do vírus - o principal requisito para uma vacina eficaz. Os níveis dos chamados anticorpos neutralizantes correspondiam aos encontrados em pacientes que se recuperaram após contrair o vírus em suas cidades.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que, com dados até sexta-feira, 15, atualmente há 118 vacinas contra o coronavírus sendo desenvolvidas. Entre elas, 8 estão em fase clínica (entre elas, a da empresa Moderna) e 110 em fase pré-clínica. Isso sugere que, embora não seja a prova final, a vacina desencadeia uma resposta imune. Para a empresa, a vacina "tem potencial para prevenir o Covid-19". A Moderna informou que está seguindo um cronograma acelerado, com a segunda fase dos testes da vacina, que envolverá 600 pessoas, marcada para começar em breve. Uma terceira fase, em julho, contará com a participação de milhares de pessoas saudáveis. A Food and Drug Administration (FDA), o equivalente à Anvisa no Brasil, já deu sinal verde para a segunda fase dos testes.

Antes malvistos pelo governo Bolsonaro, os médicos cubanos estão de volta ao Mais Médicos. Ontem foi publicada portaria no Diário Oficial da União sobre a reintegração dos profissionais de saúde ao programa. Conforme a Portaria nº 31, por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, será concedido registro único para o exercício da medicina, no âmbito do projeto. Em março, o Ministério da Saúde informou que 7.167 médicos já haviam se inscrito no edital do Mais Médico aberto para reforçar as equipes de saúde em função da epidemia do novo coronavírus.

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