Covid-19

Ministro planeja a retomada da economia pós-pandemia

Técnicos do ministério estão indo atrás dos protocolos de saída de "lockdown" em diversos países, para conhecer melhor as diferentes estratégias de retomada

Agência Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
(Paulo Guedes)

Diante da pandemia do novo coronavírus, do número crescente de mortes e da discussão sobre a adoção de "lockdown" (bloqueio total) em grandes cidades do País, o Ministério da Economia diz que ainda não é o momento de discutir a retomada. Mas, nos bastidores, a equipe econômica já está traçando os cenários e fazendo estimativas preliminares para o "day after".

Segundo o Estadão apurou, os técnicos do ministério estão indo atrás dos protocolos de saída de "lockdown" em diversos países, para conhecer melhor as diferentes estratégias de retomada adotadas pelo mundo, avaliar as melhores práticas e selecionar aquelas que podem ser replicadas no Brasil.

A equipe econômica continua a apostar numa retomada em "V", com uma queda de no máximo 4% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e uma recuperação forte em 2021, com alta de cerca de 5% do PIB. De acordo com as previsões do ministério, a retomada em "V" é a que parece ter hoje a maior chance de acontecer, com 50% de probabilidade. Neste cenário mais favorável, dentro do que se pode considerar como tal no contexto atual, a crise na saúde começaria a diminuir dentro de três meses e a economia voltaria a crescer de forma acelerada.

Previsões sombrias - Nas projeções oficiais, há, também, uma grande chance de acontecer uma retomada em "U", com 40% de probabilidade, caso a pandemia se agrave. Isso ampliaria um pouco a recessão e retardaria o reaquecimento da economia. Para o ministério, a retomada em "L", que seria o cenário mais grave, com a pasmaceira da economia se prolongando ainda mais e a retomada ocorrendo lentamente, é a que tem menor chance de ocorrer, com apenas 10% de probabilidade.

Caso as previsões mais sombrias se confirmem e a taxa básica de juro caia para zero, para impulsionar a atividade econômica, o governo poderá recomprar títulos da dívida pública e emitir moeda, como já afirmou o ministro Paulo Guedes, seguindo estratégia adotada pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. A lógica por trás deste movimento é a de que, com os títulos públicos rendendo zero, não faria sentido mantê-los no mercado, porque os indivíduos e as empresas vão preferir dinheiro vivo.

Acusado de "insensível" às demandas dos mais pobres e de "radical" por seus opositores, por insistir no equilíbrio fiscal e na contenção dos gastos públicos, Guedes tem dito que implementou "o maior programa social do mundo em três meses".

Interrompeu a agenda de reformas estruturantes, de caráter permanente, inspirada nos ensinamentos da Universidade de Chicago, templo global do liberalismo, e adotou um programa de perfil keynesiano, com medidas emergenciais e temporárias destinadas a amparar a população mais carente e as empresas na pandemia.

Segundo o Ministério da Economia, o governo já liberou o equivalente a 4,6% do PIB para combater os efeitos da crise, enquanto os países avançados liberaram, em média, 4,5% do PIB e os emergentes, 2,3%. Ao mesmo tempo, o País registrou uma alta no desemprego formal de cerca de um milhão de trabalhadores, enquanto nos Estados Unidos o desemprego alcançou 26 milhões de pessoas.

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