Estado Maior

A culpa vem de Brasília?

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Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

A curva de contaminação e morte pela novo coronavírus no Maranhão não demonstra em nada que está com tendência de queda. Pelo contrário! Os números do boletim diário da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que o Maranhão aparece como o sétimo estado brasileiro com maior números de casos confirmados e também de morte. São Luís, a capital maranhense, é a sétima cidade com maior número de mortes do Brasil devido a Covid-19.

A situação é grave e o sistema de saúde tanto público quanto privado não tem mais capacidade de atendimento. Apenas nas propagandas e nos anúncios em redes sociais, os hospitais estaduais tem todo o controle da situação.

Diante dos números da Covid-19 subindo e avançando para o interior do estado e ainda a pressão de empresários para reabertura das atividades na ilha de São Luís duas estratégias estão em vigor no Palácio dos Leões: a primeira é uma previsão de redução de casos na capital devido ao lockdown – “que foi um sucesso” desde o primeiro dia, segundo os palacianos – e a segunda é um canhão apontado diretamente para o presidente da República, Jair Bolsonaro, para que ele seja o culpado pelos dados preocupantes do Maranhão.

Claro que as palavras do presidente Bolsonaro contra o isolamento social contribuem para a dificuldades de manter as pessoas em casa, afinal, o que diz o chefe maior da nação não se dissipa no vento. Há consequências!

Mas daí, apontar as declarações sem base científica alguma do presidente como o fator principal para os problemas do Maranhão ou de qualquer outro estado é, no mínimo, uma real fuga da responsabilidade ou tentar passar a ideia de que tudo estaria sob controle se Bolsonaro não dissesse que as pessoas precisam sair para trabalhar.

Diante do cenário péssimo do Maranhão, não tem como se prevê se as estratégias dos Leões surtirá efeito de fato. Afinal, contra dados não há argumentos.

Ajuda

O mais importante – até o momento – é que tem chegado ao Maranhão e outros estados recursos, insumos, EPIs e testes. Tudo enviado pelo Governo Federal.

Pode até não ser por livre vontade do presidente da República, mas a atuação dos dois ministros da Saúde até a semana passada, era de cooperação com os estados.

Por isso, o único prejuízo de fato do governo Bolsonaro com o Maranhão é a verborragia do presidente.

Estratégia

Sobre a estratégia de culpar o presidente Jair Bolsonaro pelos números preocupantes do Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) vem colocando em prática nas suas redes sociais e nas entrevistas que concede.

Enquanto outros governadores concentram suas falas em ações que estão sendo desenvolvidas, Dino prefere dizer que as atitudes do presidente prejudicam a população.

Sobre os números ruins no estado, o governador maranhense quando os cita, faz questão de dizer que a realidade do Maranhão é igual a do Brasil e do mundo.

Boletim

No boletim diário da SES, algumas estratégias também estão sendo feitas na divulgação para passar a ideia de que os ritmo de crescimentos de contaminação está com tendência de queda.

A primeira foi a que o governo federal e o presidente da República (com seus seguidores e robôs das redes sociais) gostam de fazer que é mostrar o número de curados.

Depois concentrou nos dados de testados – mas os números começaram a ser contestados – e mudaram agora para os casos na Ilha de São Luís, que continuam altos.

Documentos estranhos

Ainda sobre o combate a Covid-19, o governador Flávio Dino respondeu a solicitação de associação de médicos sobre uso de novo protocolo com a medicação cloroquina.

O segmento maranhense da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Sindicato dos Médicos do Estado do Maranhão (Sindmed-MA) enviaram pedido ao governador para que no estado seja usado o coquetel de hidroxicloroquina e azitromicina logo na chamada 1ª fase da doença.

Dino disse que recebeu estranhos documentos, mas que, neste momento, não vai ultrapassar seus conhecimentos médicos e receitar remédios.

Parece sem sentido

A denúncia do vereador Umbelino Júnior (PRTB) contra a Prefeitura de São Luís parece não ter o fundamento que ele tentou passar.

O parlamentar mostrou fotos de um galpão ocupados com caixas de EPIs. Ainda segundo Umbelino, o material está guardado enquanto os profissionais de saúde do município trabalham sem.

Nas redes sociais, o secretário de Saúde, Lula Fylho, garantiu ser mentira a falta de equipamentos e afirmou que no fim de abril, a Prefeitura mostrou, em fotos, o galpão com os materiais que haviam chegados.

De olho

13 mil é o número de contaminados pelo novo cornavírus no Maranhão. O número de óbitos é de 549 pessoas.

A Assembleia Legislativa do Maranhão realizará hoje, às 10h, nova sessão por videoconferência.

Entre as matérias a serem apreciadas estão novas medidas de enfrentamento à Covid-19 no estado, como o Projeto de Lei 125/2020, de autoria do presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PC do B).

A proposta dispõe sobre normas de concursos públicos para profissionais da área de saúde que atuaram no combate à doença no âmbito da administração pública estadual.

E mais:

Outra proposição, também de Othelino Neto, é a prevê punição para quem divulgar “fake news” sobre pandemias.

A matéria é polêmica já que envolve a questão de liberdade de expressão, ponto básico de qualquer democracia.

Será apreciado ainda o Projeto de Lei 086/2020, de autoria dos deputados Neto Evangelista (DEM) e Adriano Sarney (PV), que estabelece medidas de proteção aos maranhenses durante o plano de contingência do Governo do Estado referente ao novo coronavírus.

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