RIO DE JANEIRO- Antes das mudanças na programação em virtude da paralisação das gravações devido à pandemia do novo coronavírus, algumas chamadas de Nos Temos do Imperador, trama que iria substituir Éramos Seis, foram ao ar. Caio Castro ficou feliz ao ver seu Dom Pedro de novo em cena, ajudando a contar a história do filho. Mas, nessa espécie de passagem de bastão, o que realmente o surpreendeu foi um gesto de Selton Mello, que vai interpretar Dom Pedro II.

"A mensagem mais surpreendente de todas foi uma que ele me mandou perguntando se eu tinha algo para passar pra ele, se eu poderia dizer alguma coisa para ajudar na construção do personagem", conta. "Isso pra mim, como artista, tendo o Selton como uma das minhas referências, foi muito especial. Ele ter essa preocupação e essa vontade de querer saber mais do 'pai' dele foi muito legal" , relata.

Além ser o Príncipe Regente e primeiro Imperador do Brasil, o personagem de Caio na novela Novo Mundo vai do drama à comédia, com cenas de romance e aventura. Caio lembrou a preparação intensa para o papel e a repercussão do carismático monarca:

"Tive desde aula de luta com espada até uma viagem para Portugal, que até foi um pedido meu para que eu pudesse aprimorar o sotaque de Dom Pedro. A novela retratava um pouco da história do nosso país, então também tive que me aprofundar, estudar e tudo mais que envolve a construção de um personagem. Vale ressaltar que não era o protagonista da trama inicialmente, mas o personagem acabou ganhando esse status e isso me deixou muito feliz", lembra.

De tudo que precisou aprender para dar vida a Dom Pedro, algumas coisas ele nunca esqueceu. As aulas de violino, por exemplo: "Eu ainda sei tocar algumas músicas, também aprendi um pouco mais sobre cavalos, a montar, e consegui me relacionar melhor com eles depois da novela". O contato com os colegas de elenco também seguiu, por meio do grupo de mensagens que se manteve durante todo esse tempo.

Pedro e Leopoldina

O casal Pedro e Leopoldina protagonizou cenas memoráveis que o público — e agora também o elenco — tem a oportunidade de rever na edição especial. Caio conta que ele e Letícia Colin já tinham se conhecido, através de amigos em comum, antes de se tornarem par romântico na novela, e essa intimidade que criaram previamente contribuiu para o êxito no trabalho. Mas admite também que se inspirou na amiga.

"Vi o empenho dela, a dedicação durante a preparação. Ela é uma artista muito focada e concentrada no que faz e isso, de certa forma, me inspirou e me fez me cobrar muito mais para que eu trabalhasse um nível acima do meu limite para que eu estivesse no nível de entrega dela".

O ator revela que Dom Pedro, apesar de ser um dos personagens mais marcantes de sua carreira, foi um dos únicos que teve poucas características "emprestadas" dele próprio. "Eu digo que tive uma permissão ancestral, uma conexão difícil de explicar, sabe?", comenta. E faz questão de ressaltar que o resultado alcançado com o papel é fruto da já falada intensa preparação, a parte teórica com muitos estudos e o trabalho da equipe, que envolve direção, figurinista, maquiador... "Sou muito grato", completa.

Mesmo sendo uma obra de ficção, Novo Mundo contribuiu muito para despertar interesse do público pela história do Brasil, e para o ator isso tem a ver com a dinâmica da novela, que cativa as pessoas. "Com uma pincelada de poesia, de amor, isso torna a história mais agradável e interessante de ser vista", analisa. E acrescenta: "De alguma forma, você está interagindo, se identificando com algumas histórias e, ao mesmo tempo, inconscientemente você está adquirindo conhecimento da história do Brasil".

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