Queda de preços

IPCA registra deflação de -0,44% em São Luís

Após dois meses de alta, índice teve queda na capital maranhense

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
(IPCA)

Após dois meses de inflação, fevereiro (+0,18%) e março (+0,37%), São Luís apresentou quadro deflacionário no mês de abril, com uma taxa de -0,44%, conforme o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).

A capital maranhense seguiu o comportamento geral dos preços de quase todas as 16 regiões pesquisadas. Em 14 delas, houve deflação. As duas únicas regiões investigadas pelo IBGE, por meio do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC), que apresentaram alta de preços foram Rio de Janeiro, +0,18%, e Aracaju, +0,15%.

No caso de São Luís, dentre os nove grupos de produtos e serviços investigados pelo IBGE, em seis deles foram detectados recuos de preços em relação ao mês anterior. As maiores taxas de deflação foram observadas nos grupos artigos de residência, - 2,12%, transporte, -1,76%, e habitação, -1,69%. Os grupos saúde e cuidados pessoais, vestuário e educação também apresentaram movimento de decréscimo de preços no mês de abril: -1,08%, -0,42% e -0,25%, respectivamente. Como transporte e habitação têm pesos muito mais altos no orçamento das famílias, esses grupos tiveram maior impacto no quadro deflacionário de São Luís no mês de abril. Transporte, inclusive, teve impacto maior que habitação: -0,32 pontos percentuais (p.p.) e -0,25 p.p., respectivamente.

Dos três grupos de despesas que tiveram quadro de avanço de preços, destacou-se alimentação e bebidas, com taxa de +1,65%, sendo essa taxa superior à detectada no mês de março: +1,45%. Aliás, desde o início do ano que os preços nesse grupo de despesas vêm apresentando contínuo aumento, com o início desse processo em dezembro de 2019, quando a inflação desse grupo foi de 4,74%.

Os outros dois grupos de despesas que tiveram aumento de preços foram comunicação, +0,30%, e despesas pessoais, +0,04%, porém sem força para impactar o comportamento geral do IPCA. Apenas o grupo de alimentação e bebidas, com peso mais significativo nas despesas das famílias em São Luís, teve alguma força para tentar puxar o aumento do IPCA. No entanto, o avanço de preços nesse grupo não foi suficiente para suplantar o recuo de preços nos outros grupos de despesas, como transporte, habitação e saúde e cuidados pessoais, principalmente.

Observando detalhadamente os subitens que compõem cada um dos grupos de despesas, percebe-se que, no caso do transporte, queda de preços de gasolina, -7,07%, e óleo diesel, - 4,16%, com efeito, tiveram influência no quadro de deflação do referido grupo. Aliás, gasolina (-0,3628 p.p.) foi o subitem que teve maior impacto no comportamento geral do IPCA de São Luís, em abril. Gasolina é o segundo subitem de despesa com maior peso nas despesas das famílias em São Luís.

Em relação ao grupo habitação, que é o terceiro grupo que mais pesa no orçamento doméstico, queda de preços da energia elétrica residencial, -2,76%, artigos de limpeza, -5,33%, e gás de botijão, - 0,58%, tiveram forte influência para o índice negativo de preços. A energia elétrica residencial é o subitem de despesa com maior peso no orçamento doméstico e gás de botijão, o sétimo, dentre os cerca de 225 subitens de bens e serviços que compõem a cesta de consumo das famílias ludovicenses.

O decréscimo de preços no grupo saúde e cuidados pessoais, -1,08%, foi causado fundamentalmente pelo recuo de preços em subitens como produto para cabelos (-2,69% de variação e -0,0252 p.p. de impacto), produto para pele (-3,10% de variação e -0,0178 p.p. de impacto), medicações para pressão e colesterol (-3,60% de variação e -0,0238 p.p. de impacto), analgésicos e antitérmicos (-1,59% de variação e -0,0114 p.p. de impacto) e vitaminas e fortificantes (-2,65% de variação e -0,0091 p.p. de impacto). É o quarto mês consecutivo em que esse grupo de despesa tem quadro de deflação, valendo informar que em abril houve uma aceleração da queda de preços em relação ao mês de março, quando se detectou -0,15% de recuo.

Vale destacar que o grupo educação, com taxa deflacionária em abril de -0,25%, quebrou a série de três meses consecutivos de aumento de preços.

No caso do grupo de alimentação e bebidas, que possui o maior peso nas despesas das famílias, e que teve IPCA inflacionário no mês de abril, + 1,65%, tal comportamento se deu pelo aumento de preços em subitens como cebola (+ 32,3%), peixe tainha (+ 29,9%), batata inglesa (+26,6%), feijão mulatinho (+ 19,2%), cheiro verde (+ 14,4%), laranja pera (+ 10,9%) e alho (+ 10,7%). Aumentos menores que os apontados acima, mas com impactos altos nesse grupo de despesas, foram observados para arroz (+ 3,4%) e leite em pó (4,4%). Depois da batata inglesa (0,829 p.p. de impacto na formatação do IPCA), arroz (0,0615 p.p.) e leite em pó (0,0339 p.p.) foram os subitens de alimentação no domicílio que mais puxaram o IPCA desse grupo de despesas para cima.

O aumento de preços do grupo de despesa comunicação se deu em função da elevação de preços dos aparelhos telefônicos: +0,82%.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange, ao todo, 16 regiões: dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês de abril/2020 foram comparados os preços coletados no período de 31 de março de 2020 a 29 de abril de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 3 de março de 2020 a 30 de março de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de abril varia 0,41% em São Luís

O Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), após dois meses consecutivos de movimento positivo de preços, teve queda de 0,41%, em abril. É o segundo mês do ano de 2020 em que o INPC apresenta taxa negativa. A primeira foi em janeiro, com -0,28%.

O acumulado do INPC, no ano, em São Luís, está na casa de 0,02%, bem abaixo do INPC Brasil, que tem acumulado no ano de 2020, janeiro a abril, uma inflação de 0,31%. Dentre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, o INPC de São Luís só não foi menor que o de Brasília e de Rio Branco, ambas as regiões com -0,68%, e de Curitiba, -1,21%.

O INPC, 0,41%, foi um pouco menor que o IPCA, -0,44%, muito em função de que o grupo de despesa alimentação e bebidas do primeiro índice ter apresentado elevação de preços menor que o detectado no segundo índice: + 1,56% contra + 1,65%. Esse grupo de despesas tem peso maior no INPC que no IPCA, por isso mesmo, o impacto dele tem forte tendência de influenciar no cômputo geral do índice.

No mês de abril, além de alimentação e bebidas, dentre os nove grupos de despesas, apenas comunicação teve alta de preços: 0,34%. Os outros grupos tiveram quadro deflacionário: artigos de residência, -2,21%, habitação, -1,72%, transporte, -1,62%, saúde e cuidados pessoais, -1,06%, vestuário, -0,39%, educação, -0,29%, e despesas pessoais, -0,11%.

O INPC mede uma cesta de bens e serviços para famílias que auferem de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. É um índice de preços voltado a famílias de menor poder aquisitivo, pois a cesta de bens e serviços dele têm subitens mais essenciais e menos sofisticados que a cesta do IPCA.

Para o cálculo do INPC do mês de abril/2020, foram comparados os preços coletados no período de 31 de março a 29 de abril de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 3 de março de 2020 a 31 de março de 2020 (base).

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