Música solidária

Zeca Baleiro solta a voz em live para ajudar rede de saúde do Maranhão

Transmissão será hoje, às 20h, simultaneamente pelas redes do artista e pelo Imirante.com; ação tem patrocínio do Grupo Mirante e Equatorial Energia; valor arrecadado será destinado à compra de EPIs

Carla Melo/ Do Alternativo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Zeca Baleiro faz live nesta sexta-feira
Zeca Baleiro faz live nesta sexta-feira (zeca baleiro)

SÃO LUÍS- "O Amor no Caos" é o nome da live que o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro apresenta hoje, às 20h, com transmissão por seu canal no YouTube, suas redes sociais e pelo Imirante.com. A live tem patrocínio da Equatorial Energia Maranhão e do Grupo Mirante de Comunicação, com realização da Universidade Federal do Maranhão, da Universidade Ceuma, do Observatório Cultural do Maranhão e da Associação Médica Brasileira. O valor arrecadado no evento será todo destinado à compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que serão destinados à rede de saúde do Maranhão.

Artistas como Chico César, Cynthia Luz, Erasmo Dibell, Fagner, Nosly, Rita Benneditto, Targino Gondim, Zé Geraldo e Zélia Duncan farão participações. A live também terá as participações internacionais de Dany Lopez (Uruguai), Susana Travassos (Portugal) e Tony Canto (Itália). Em entrevista exclusiva a O Estado, o artista fala sobre o momento atual, carreira e, claro, o show.

"O amor no caos" parece bem apropriado para tempos de pandemia. Fale sobre o conceito deste trabalho.

"O Amor no Caos" é o título do meu disco mais recente, que saiu em 2 volumes no ano passado. Ele é bem apropriado pra esse momento de pandemia, mas já era apropriado antes disso também. Já vivíamos uma situação de caos social e político antes, que se agravou agora com a crise do coronavírus.

Você fará uma live com o intuito de ajudar hospitais do Maranhão. Como surgiu a ideia, foi um convite?

Em uma conversa com o amigo e produtor cultural Celso Brandão, ele me falou que começava a faltar EPIs nos hospitais do Maranhão (equipamentos profissionais de proteção). Daí surgiu a ideia da live, para angariar recursos para a compra desse material. Todos devem tentar colaborar com o que têm, o momento é crítico. Estou doando a minha música. Esta crise pede a participação da sociedade. Os governos estaduais estão trabalhando, mas não basta. É hora de cooperação e solidariedade, estamos numa guerra.

Alguns artistas têm feitos lives super produzidas e outros, ao contrário, algo mais singelo. Como será a sua? terá banda, será voz e violão?

Será de voz e violão, mas com estrutura profissional: terá um sistema de som e duas câmeras. A ideia é ter uma equipe bem reduzida, quatro pessoas no máximo, pra não estimularmos a desobediência ao isolamento, que é fundamental neste momento para conter o contágio. Importante lembrar que a live tem apoio da Equatorial, que custeará a transmissão, e do Grupo Mirante de Comunicação.

E sobre as participações, o que podes adiantar? teremos outros maranhenses?

Sim, teremos. Convidei os amigos Nosly, Rita Benneditto e Erasmo Dibell. Convidei alguns amigos/parceiros do Brasil inteiro e também músicos de Portugal, Itália e Uruguai. O secretário de saúde Carlos Lula também gravou um depoimento bastante simpático, enfatizando a necessidade do isolamento social.

A indústria do entretenimento tem sido uma das mais prejudicadas com a pandemia, mas tem mostrado formas de se reinventar. Como você vê este cenário e o que esperar para além da crise sanitária?

Talvez as lives se imponham como opção possível, mesmo depois da volta dos shows. Mas o cenário é terrível para o mercado da música. Há toda uma cadeia profissional amargando o desemprego - músicos, roadies, técnicos de som e luz, produtores, carregadores, bilheteiros, seguranças... Isso vai demorar a se restabelecer. O medo das ruas e de aglomerações pode durar mais que o previsto. E tem a questão financeira também. Todos estaremos mais pobres, exceção feita a banqueiros e agiotas.

Como você tem vivido a quarentena? fale um pouco sobre sua rotina, do que sente falta, o que tem descoberto de novo...

Eu tenho aproveitado pra compor bastante, retomar projetos perdidos, organizar arquivos, arrumar gavetas... Estou produzindo trilhas para dois filmes no meu estúdio em casa. Criei nova disciplina com os trabalhos domésticos, voltei a cozinhar, converso mais com meus filhos... Coisas boas tem acontecido na minha rotina pessoal, pena que o preço disso seja tão alto para o mundo.

Fale sobre as próximas lives, já tem outra marcadas?

Por ora não. Parece mentira, mas fazer lives dá mais trabalho e tensão que fazer shows (rs).

Tem planos pós-pandemia? podes falar sobre?

Muitos. Estou finalizando a mixagem de um CD em que canto apenas compositores portugueses, chamado "Canções d'Além-mar", a ser lançado no Brasil e em Portugal. Graças à tecnologia, posso acompanhar a mixagem online e interferir, sugerir, modificar. Estão em fase final três discos que eu co-produzi (da paraense Liah Soares, do parceiro Erasmo Dibell e o CD comemorativo de 80 anos de Anastácia, "A rainha do forró", com vários convidados - Alceu Valença, Flavio José, Chico César, Mestrinho, Mariana Aydar). Naturalmente, após a pandemia, vou estar saudoso dos palcos. E pretendo cumprir a agenda dos shows que foram cancelados. Mas antes de tudo, o que peço aos céus é saúde e coragem pra todos nós podermos atravessar essa tempestade.

Saiba Mais - Como doar

As doações podem ser realizadas por meio de depósito bancário

Agência: 3846-6

Conta Corrente: 8819-6

Fundação UFMA Lives

CNPJ: 07.060.718/0001-12 (Banco do Brasil)

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