Desigualdade no MA

Renda do 1% rico é 26 vezes maior que o da metade dos mais pobres

Os números constam na PNAD Contínua 2019, do IBGE, que apura o rendimento proveniente tanto do trabalho como do não trabalho

PNAD/ IBGE

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
(desigualdade )

Em 2019, o rendimento do trabalho do 1% da população que auferiu renda mais elevada, no Maranhão, foi 26,8 vezes maior que o rendimento dos 50% da população que tem menores rendas. No Nordeste, esse número foi de 35,8 vezes maior, enquanto, no Brasil, foi de 33,7 vezes.

O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, em 2019, foi de R$ 1.325 no estado. Número menor que a média para Brasil (R$ 2.308) e Nordeste (R$ 1.588).

Essas e outras informações fazem parte do módulo Rendimento de Todas as Fontes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019. Os números foram divulgados na última quarta-feira, 6, pelo IBGE.

Nesse módulo, é investigado o rendimento proveniente tanto do trabalho como do não trabalho (aposentadorias, pensões, aluguel, arrendamento, pensão alimentícia, mesada recebida de não morador e outros rendimentos, a exemplo de rendimento de aplicações financeiras e rendimento de programas sociais de governo, como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Seguro-Desemprego etc.)

52% da população do Maranhão possuem renda

Em 2019, 52,1% da população residente no Maranhão possuíam algum tipo de rendimento, o que corresponde a cerca de 3.668.000 pessoas. No Brasil, 62,6% da população, cerca de 131.144.000 pessoas, recebiam algum rendimento.

Do total de pessoas com algum tipo de rendimento no Maranhão, há maior percentual de indivíduos com renda proveniente do trabalho (31,2%) que de outras fontes (26,8%). No entanto, na comparação com Brasil (trabalho: 44,1%; outras fontes: 25,1%), o estado tem percentual bem menor de renda proveniente do trabalho.

Quanto ao quantitativo de pessoas com rendimento proveniente de outras fontes (rendimento de não trabalho) no Maranhão, observa-se o alto percentual da categoria outros rendimentos, que inclui várias rendas oriundas de programas de proteção social, como seguro-desemprego, seguro-defeso, bolsa-família, BPC etc.. Essa constatação pode ser observada na região Nordeste como um todo.

População Ocupada

No Maranhão, a população ocupada decresceu na passagem de 2015 (2,414 milhões) para 2016 (2,353 milhões) e de 2016 para 2018 (2,172 milhões), voltando a crescer em 2019 (2,199 milhões).

Do total da população ocupada no Maranhão, 58,8% são do sexo masculino e 41,2%, do sexo feminino.

Comparando 2012 a 2019, no Maranhão, o aumento em pontos percentuais da população ocupada feminina em relação à população ocupada masculina se deu num patamar mais elevado que a média para Brasil e Nordeste.

O rendimento médio mensal das mulheres ocupadas no Maranhão, em 2019, era de R$ 1.269, enquanto o dos homens ocupados era de R$ 1.365. A diferença de ganho proveniente de trabalho entre homens e mulheres era menor que no Nordeste e no Brasil. No Maranhão, as mulheres auferiam, na média, renda de trabalho menor que os homens, na casa dos 7,6%. No Nordeste, essa diferença era de 15,6% e, no Brasil, de 28,7%. O ganho real do rendimento do trabalho das mulheres, entre 2012 e 2019, foi maior no Maranhão que no Brasil e no Nordeste: 21,2%, 8,5% e 9,3%. Em 2019, no Maranhão, uma pessoa de nível superior auferia 507,7% a mais que uma pessoa sem instrução. No Nordeste, esse percentual foi de 583,8%, e no Brasil foi de 456,4%. Essas diferenças percentuais a favor de quem possuía nível superior em 2012 eram respectivamente de 549,4%, 646% e 538,5%.

Rendimento mensal domiciliar per capita no Maranhão é de R$ 637

A massa do rendimento mensal real, em 2019, foi de aproximadamente R$ 2,9 bilhões no Maranhão, com variação percentual em relação a 2018 de 4,2%. No Brasil, a massa do rendimento foi de aproximadamente 213,4 bilhões, e apresentou variação em relação a 2018 de 6%.

O Índice de Gini – que mede a concentração de renda - para o rendimento de todos os trabalhos, no Maranhão, foi de 0,497 em 2019, enquanto, no Brasil, foi de 0,509. Percebe-se, portanto, que o Maranhão, do ponto de vista da renda proveniente do trabalho, tem uma distribuição mais igualitária que a média Brasil.

O Maranhão continuava apresentando o menor rendimento mensal real domiciliar per capita, dentre as Unidades da Federação, em 2019: R$ 637. Para Brasil, esse valor era de R$ 1.406. Contudo, o estado vem acompanhando os ganhos reais da média brasileira, sendo que, na passagem de 2012 (R$ 581 para Maranhão e R$ 1.304 para Brasil) para 2019, o ganho foi maior que a média Brasil: 9,6% contra 7,8%, respectivamente.

35,2% dos domicílios no Maranhão recebem Bolsa Família

Em 2019, no Maranhão, 35,2% dos domicílios receberam dinheiro do programa social Bolsa Família. No Nordeste, foram 27,6% dos domicílios e, no Brasil, 13,5% dos domicílios.

O Maranhão é a UF com maior percentual de domicílios em que algum morador recebe dinheiro do programa Bolsa Família. Esses 35,2% correspondem a 738.000 domicílios de um total de 2.097.000 domicílios.

No estado, em 2019, o rendimento médio mensal domiciliar per capita nos domicílios em que algum morador era beneficiado pelo Bolsa Família era 3 vezes menor que nos domicílios em que não havia beneficiário. Essa diferença, no Brasil, era de 4,7 vezes e, no Nordeste, de quase 4 vezes.

No caso do Maranhão, mantêm-se, de 2012 a 2015, regularidade na casa dos 42% dos domicílios em que algum morador recebia dinheiro do Bolsa Família. Observando-se os dados do Brasil, percebe-se uma queda sucessiva ao longo da série 2012-2019. Porém, entre 2012 e 2016, o percentual foi sempre mantido acima dos 14% e, desde 2017, vem-se reduzindo continuamente o percentual de domicílios que recebem rendimento do programa Bolsa Família.

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