Editorial

Os atropelos do auxílio emergencial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

Mesmo com todos os esforços despendidos pela Caixa Econômica Federal para evitar aglomerações em frente das agências para o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00 - fato que ocorre no Maranhão e em todo o país - muitos beneficiários têm relatado problemas para conseguir se cadastrar ou movimentar os valores. A Caixa reconhece o problema e diz que as filas são inevitáveis. Mas fica a pergunta: por que não usar outras instituições financeiras?

Em meio à pandemia de coronavírus, é preciso atenção redobrada para evitar a disseminação, mesmo com o lockdown determinado pelo Justiça na Ilha de São Luís - compreendendo a capital e os municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. No momento, é impossível prever quando as filas serão reduzidas, embora a Caixa tenha aumentado o horário de funcionamento de todas as agências em duas horas e reforçado o número de funcionários de atendimento e vigilância. Uma coisa é certa: as filas chegam a colocar em risco parte do grande do esforço que tem sido empreendido para manter o isolamento social.

Além disso, há orientações para os cidadãos que fizeram a solicitação do auxílio emergencial do governo federal possam consultar a situação dos seus requerimentos e, caso não tenham sido selecionados, para saber o motivo da negativa. Além do portal e do aplicativo da Caixa, as pessoas poderão acompanhar, desde terça-feira, 5, os seus pedidos por meio dos sites do Ministério da Cidadania e da Dataprev. A medida visa dar transparência aos procedimentos de análise, processamento, homologação e pagamento do benefício.

Com o início do calendário de saque em dinheiro direto da poupança digital, filas e aglomerações em agências da Caixa Econômica Federal foram registradas em diversas partes do país. Para quem não recebe Bolsa Família ou não está no Cadastro Único, o auxílio só pode ser pedido por meio do aplicativo Caixa Auxílio Emergencial, ou site. No caso de quem optou receber por meio da poupança digital, a movimentação dos valores também depende do uso de um aplicativo, o Caixa Tem.

Para especialistas, o uso de meios digitais para o cadastro e pagamento do auxílio faz sentido, mas acreditam que algumas medidas poderiam ter sido tomadas para facilitar o acesso da população aos valores e evitar aglomerações. A prioridade do governo pelo sistema online é correta neste momento, mas, infelizmente, restringe bastante a população capaz de receber esse benefício imediatamente. Portanto, é necessária uma política que consiga distribuir recursos de maneira adequada, sem promover aglomerações.

Léa Melo, superintendente de epidemiologia e controle de doenças da Secretaria de Saúde do Maranhão, diz que essas aglomerações podem resultar em risco, inclusive, às pessoas que estão em casa e acabam sendo contaminadas pelo familiar que vai até à agência. A transmissão do novo coronavírus é rápida, e as aglomerações advindas destas filas vão favorecê-la. Com isso, novos casos poderão atingir direta ou indiretamente pessoas de grupos de risco. Ou seja, não só haverá um aumento da incidência de contaminação pelo vírus, como também da letalidade. Ela ainda lembra que uma das características do novo coronavírus é a fácil proliferação. E as aglomerações propiciam uma disseminação mais rápida. Por sua vez, a Caixa diz que está ocorrendo o maior pagamento da história do Brasil e que em menos de 20 dias mais de 50 milhões de brasileiros já receberam o auxílio, ou seja, um em cada três adultos recebeu dinheiro pela instituição.

Problemas acontecem, mas têm que ser resolvidos. A diferença é que, no caso atual, o benefício precisa chegar com eficiência aos destinatários em questão de dias, porque muitos dependem desse dinheiro para sua subsistência e de suas famílias. No próximo sábado (9), mais de 2 mil agências em todo o país vão abrir suas portas para atendimento do auxílio emergencial.



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