Covid-19

Comerciantes são orientados a fechar lojas durante o lockdown

Equipes da Blitz Urbana, com o apoio da Guarda Municipal e Polícia Militar, conversaram com donos de lojas que não são consideradas essenciais no bloqueio total, orientando para a necessidade de mantê-las fechadas

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]O bloqueio total continua vigorando na Região Metropolitana de São Luís, após determinação da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, que foi acolhida pelo Governo do Estado por meio do Decreto nº 35.784, publicado no último dia 3 de maio. No segundo dia de validação do lockdown, houve uma operação da Prefeitura de São Luís na região da Cidade Operária. Durante a ação, realizada pela Blitz Urbana, os comerciantes foram orientados a fecharem suas lojas por não ter permissão de funcionamento.

A operação foi registrada durante o turno matutino desta quarta-feira, 6, quando os fiscais estiveram na Cidade Operária, onde há muitos estabelecimentos comerciais. O objetivo foi o disciplinamento dos comerciantes que insistiam em descumprir o decreto do lockdown, que tem validade até o próximo dia 14, e também outros da esfera municipal. A ação, que teve um aspecto educativo, abrangeu vários segmentos, como o de roupas e calçados, que não são considerados essenciais. Portanto, não deveriam abrir.

Após conversa com os fiscais da tz Urbana, os comerciantes concordaram em suspender suas atividades. Na Cidade Operária, as equipes se surpreenderam com a quantidade de estabelecimentos que estavam abertos, sem autorização de funcionamento. Essa conduta é uma das variáveis que podem influenciar na elevada curva de contágio do novo coronavírus, uma vez que aglomerações favorecem a Covid-19 devido à forma de transmissão da doença, considerada rápida.

As equipes da Blitz Urbana, quando faziam o disciplinamento dos comércios, foram acompanhadas por policiais militares e guardas municipais para situações de resistência, fato que não aconteceu. A operação deve ocorrer em outros locais onde há muitos estabelecimentos, como o João Paulo, Bairro de Fátima e Anjo da Guarda. Nas feiras dessas comunidades, muitos lojistas continuam abrindo, sem que o empreendimento seja considerado essencial.

[e-s001]Nas feiras do BF e do João Paulo, por exemplo, muitos comerciantes estão tentando burlar o lockdown por meio de estratégias simples, como a abertura de somente uma parte da grade do estabelecimento. Quando a equipe de fiscalização se aproxima, esses microempresários fecham rapidamente a outra parte, mesmo quando clientes estão dentro.l

SAIBA MAIS

Perigo das aglomerações

O fechamento de comércios não essenciais é uma medida de distanciamento social. O lockdown tem esse objetivo de afastar as pessoas o máximo que puder nos locais públicos e privados. Estabelecimentos abertos significam presença de clientes dentro escolhendo os produtos. Em grupos, o contágio do novo coronavírus tem mais chances de acontecer. Isso ocorre porque as formas de disseminação são variadas, incluindo as gotículas respiratórias e o próprio contato, por meio de aperto de mão ou toques.

Qualquer pessoa que tenha contato próximo com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção. Nas lojas, alguém pode manusear superfícies contaminadas e depois colocar a mão no nariz, olhos e boca. Infectado, esse cliente pode passar o vírus para familiares, vizinhos e amigos, aumentando a curva de contágio da Covid-19, o que dificulta o combate. No isolamento domiciliar, esse risco é menor, pois os cuidados domésticos impedem a disseminação.

O lockdown neutraliza essa forma de contágio porque o fluxo de pessoas nas ruas diminui drasticamente. Por este motivo, as barreiras são montadas nas principais avenidas da região metropolitana de São Luís. Onde há aglomeração, o coronavírus pode estar presente. É uma forma de controle da doença que apresentou resultados positivos na China, onde a pandemia começou em dezembro do ano passado e se espalhou para o mundo.

A cidade de Wuhan, epicentro do novo coronavírus, passou mais de três meses em lockdown, que foi encerrado somente no dia 8 de abril. Na China, não estão sendo mais registrados casos de transmissão comunitária. Os dados oficiais mostram apenas poucos casos importados.

Decreto
O Decreto nº 35.784, do último dia 3 de maio, estabelece as medidas preventivas e restritivas que serão aplicadas na Ilha do Maranhão, que engloba os municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. As ações do bloqueio total terão como base uma determinação da Vara de Interesses Difusos e Coletivos e a própria pandemia do novo coronavírus. Por meio disso, fica proibida qualquer aglomeração de pessoas em local público ou privado, como realização de shows, congressos, plenárias, torneios, jogos, apresentações teatrais, sessões de cinema, festas em casas noturnas e similares.

Ademais, em todos os locais públicos e de uso coletivo, ainda que privados, é obrigatório o uso de máscaras de proteção, que podem ser descartáveis, caseiras ou reutilizáveis. Pelo decreto do lockdown, somente serão admitidas entrada e saída da Grande Ilha para ambulâncias, viaturas policiais, profissionais de saúde em deslocamento (exclusivamente para desempenho de suas atividades), veículos destinados ao transporte de pacientes que fazem ou farão tratamento de saúde fora do seu domicílio e caminhões.

Além disso, também estão incluídos veículos a serviço das atividades essenciais. Foi reduzido para quatro o número de trajetos diários do transporte aquaviário intermunicipal de passageiros e veículos por meio de ferry-boat. Serão duas rotas São Luís-Cujupe e outras duas Cujupe-São Luís. Mas isso será destinado, exclusivamente, ao transporte de ambulâncias, viaturas policiais, caminhões, dentre outros.

Pelo bloqueio total, fica permitido o tráfego de veículos da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famen), bem como das prefeituras municipais, quando destinados ao transporte de insumos de saúde. Também foi determinada a suspensão do trânsito nas rodovias MA-201, MA-202, MA-203 e MA-204. Poderão circular, porém, ambulâncias, viaturas policiais, profissionais de saúde em deslocamento e veículos que levam pacientes que realizam tratamento de saúde fora do seu domicílio.

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