Bloqueio Total

1º dia de lockdown: apesar de barreiras e policiamento, grande movimentação é registrada

Barreiras foram instaladas em avenidas e motoristas foram parados para informar motivo do deslocamento; em agências bancárias, casas lotéricas e nas avenidas, ainda foi possível ver um grande número de pessoa

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20

[e-s001]O lockdown, ou bloqueio total, se iniciou nesta terça-feira, 5, nos municípios de São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar, contudo, ao contrário do que se esperava, pela manhã, as ruas permaneceram com grande movimento de veículos, e alguns locais da cidade, como agências bancárias e casas lotéricas, continuaram apresentando pontos de aglomeração. No período da tarde, porém a movimentação nas avenidas, bancos e lotéricas foi mais reduzido.

Os pontos de fiscalização de bloqueio são móveis e podem ser alterados de acordo com a movimentação da cidade. No primeiro dia de lockdown, algumas das barreiras foram instaladas nas pontes do São Francisco, Bandeira Tribuzi e no Ipase.

Também houve pontos de bloqueio na Barragem do Bacanga, Rua do Egito, Anel Viário, na Avenida Gomes de Castro, Canto de Fabril e alameda Silva Maia, e também nas avenidas Kennedy, São Marçal, Africanos, Getúlio Vargas, Jerônimo de Albuquerque, Daniel de La Touche e Guajajaras. As agências bancárias que funcionam nesses locais estavam disponíveis apenas para o saque do Auxílio Emergencial, e proibida a lotação máxima.

A Avenida Litorânea estava fechada e proibida a passagem de pessoas. No total, 50 pontos foram monitorados na Grande São Luís; 35 policiais fizeram este trabalho no período da manhã e 35 à tarde. A entradas e saída da ilha também foram fechadas, e a frota de ônibus foi reduzida pela metade.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) informou que a Guarda Municipal está atuando em rondas nas feiras e mercados públicos, na região central da capital, incluindo as praças, Centro Histórico e o Terminal de Integração da Praia Grande, a fim de evitar aglomerações e garantir o distanciamento social entre as pessoas.

Mas, mesmo com o policiamento reforçado, ainda houve grande fluxo de carros e pessoas em alguns desses pontos, principalmente em frente a agências e casas lotéricas.

Vias e Transportes
As principais reclamações, do início do dia de ontem, foram sobre o grande fluxo de carros, principalmente na área do Bacanga. No local havia barreiras nos dois sentidos, o que acabou formando um congestionamento pela necessidade de parada dos veículos para checagem.

Na Estrada da Maioba também foi possível ver muitos veículos trafegando. Todos estavam sendo parados para a fiscalização do documento que permitia seu deslocamento. Em um programa da Mirante AM, veiculado pela manhã, foi informado que muitos motoristas ainda não possuíam o documento para permitir a locomoção.

Em contraste com esses locais, na Avenida Daniel De La Touche, na entrada da Via Expressa, já era possível perceber a redução da movimentação de pessoas. A polícia Militar estava no local, tanto na entrada da via, quanto na saída, verificando as declarações de quem trabalha com serviços essenciais e orientado a ida para casa daqueles que não tinham os documentos adequados.

A frota de ônibus foi reduzida pela metade e há um limite de pessoas por coletivo, para evitar aglomerações. Júlio Pinheiro, técnico de enfermagem, depende do transporte público para chegar ao hospital em que trabalha, porém teve dificuldade de acesso ao ônibus no primeiro dia do lockdown. “Passei horas na parada, aí acabei pegando uma van. Quando chegamos depois do retorno da Forquilha, no sentido Estrada de Ribamar, estava um engarrafamento em que passei 30 minutos, por causa da fiscalização da polícia”, disse.

Ele também comentou que não houve fiscalização na van em que estava ou nos ônibus a frente. “Nem van e nem ônibus, pelo menos a que eu estava, tiveram fiscalização. E dois ônibus a frente também não pararam. Só mesmo carros e motos, tanto de um lado como do outro da avenida”, frisou.

A Rua do Egito também foi fechada para a passagem de carros, no intuito de ajudar na organização da agência da Caixa Econômica, naquela via. O corpo de Bombeiros estava presente, ajudando na organização das filas e evitando aglomerações no estabelecimento bancário.

As vias que dão acesso à entrada e saída da Ilha também foram fechadas por barreiras. A passagem foi liberada apenas para caminhões, ambulâncias, profissionais da saúde e automóveis vinculados a serviços essências. Transportes particulares só passavam com apresentação de documentos que permitem a saída da cidade. Ônibus de viagens interestaduais e intermunicipais também foram proibidos de entrar ou sair da região.

Na noite anterior do início ao lockdown, dia 4, foi registrada uma intensa movimentação na BR-135, no sentido de saída da Ilha de São Luís, por pessoas que estavam ‘fugindo’ do bloqueio. A maior parte teria viajado para o interior do estado, o que foi muito criticado nas redes sociais, onde viralizaram vídeos que mostravam os carros deixando a Ilha.

[e-s001]Agências bancárias e lotéricas
As agências bancárias e casas lotéricas continuaram com o mesmo fluxo intenso de pessoas no primeiro dia do lockdown. Policiais Militares e Bombeiros estiveram em alguns desses estabelecimentos para organizar as filas e evitar aglomerações. Durante o lockdown, as agências e lotéricas estão liberadas apenas para o saque do Auxílio Emergencial.

Nas agências da Caixa do Anjo da Guarda e do São Cristovão, pessoas levavam cadeiras para se sentar na porta do estabelecimento, enquanto esperavam sua vez. Mesmo com as orientações de no mínimo um metro de distância, muitos ignoravam e permaneciam juntos nas filas.

Em nota, a Caixa Econômica informou que durante o lockdown a agências da Ilha de São Luís funcionarão com horário estendido, das 8h às 14h, e que não é necessário madrugar nas filas, pois todos que chegarem entre esse horário serão atendidos.

A Caixa também informou que intensificou o atendimento às pessoas que estão nas filas, de forma a dar celeridade com prestação de informações e geração de códigos (tokens) para a realização de saques, conforme o calendário de pagamento e da necessidade de se manter o distanciamento.

O Sindicato dos Lotéricos do Estado do Maranhão (Seloma) emitiu uma nota pedindo compreensão da sociedade caso as unidades fechem, pois não estão tendo como manter a rentabilidade, e não estão recebendo valores suficientes da Caixa.

“Devido a principal remuneração recebida pelas loterias ser da realização de jogos e pagamento de boletos, a rentabilidade despencou. Para efetuar o pagamento de tantos auxílios, as unidades precisam de apoio da Caixa Econômica Federal, para que forneça o dinheiro necessário para efetuar os pagamentos. Ocorre que a Caixa Econômica Federal não está entregando valores suficientes para que as loterias operem. Além disto existe uma demora excessiva na entrega dos valores, na capital de pelo menos 24 horas e no interior há uma demora contada em dias. Sem cédulas de dinheiro não há pagamentos de auxílios e benefícios”, frisou o Sindicato. Até o momento, as Casas Lotéricas ainda estão funcionando. “Estamos aguardando o pronunciamento das autoridades governamentais assim como o contato com a superintendência da Caixa”, reforçou o presidente do Seloma, Júnior Martins.

Comércio e Farmácias
A venda de alimentos e medicamentos é considerada serviço essencial e mantido o mesmo fluxo de pessoas em seus estabelecimentos no primeiro dia do Bloqueio Total.

Na feira do Mangueirão, no bairro da Divinéia, o fluxo de pessoas não só continuou intenso, como também não havia fiscalização. “Eu observei que o fluxo de gente continua grande, inclusive as pessoas não respeitam as orientações de sair apenas uma pessoa por família e continua a mesma aglomeração de sempre”, informou Ana Luzia, comerciante e moradora do bairro.

SAIBA MAIS

Meios de hospedagem da Ilha são inclusos como atividades essenciais

Atendendo a um pedido do secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior, o governador do Maranhão, Flávio Dino, determinou nesta segunda-feira, 4, a inclusão dos serviços de hospedagens no rol de atividades essenciais no decreto estadual durante o período de lockdown, na grande Ilha de São Luís.

Apesar do setor hoteleiro ter sido um dos mais afetados pelo novo corona vírus, atualmente em São Luís, oito hotéis e cinco pousadas estão em funcionamento atendo apenas profissionais da área da saúde e hospedando trabalhadores de empresas privadas que estão prestando serviços temporários e não dispõem de moradia no estado.

“O governador Flávio Dino atendeu prontamente ao nosso pedido para que esses poucos setores de hospedagens, que ainda estão em funcionamento em São Luís, possam continuar operando para atender esses profissionais que estão trabalhando”, revelou Catulé Júnior.

O decreto estadual Nº 35.7849, que atende a uma determinação judicial, está vigorando desde ontem, terça-feira, 5, com prazo de 10 dias e abrange os municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

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