Orientações

CRM/MA estabelece recomendações para tratamento da Covid-19

Entre as recomendações, o Conselho sugere que o início do tratamento seja feito logo na fase infecciosa, pois a condição do paciente se deteriora rapidamente

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Segundo o CRM, o objetivo do início do tratamento na fase infecciosa é evitar que o Sistema de Saúde Pública e Suplementar fique sobrecarregado
Segundo o CRM, o objetivo do início do tratamento na fase infecciosa é evitar que o Sistema de Saúde Pública e Suplementar fique sobrecarregado (CRM)

A Covid-19 é uma doença causada pelo SARS-CoV-2, que apresenta um quadro clínico diversificado, incluindo problemas respiratórios graves. A vacina ainda não foi criada, apesar dos esforços conjuntos de vários países, como Estados Unidos, Bélgica, Rússia, Brasil, China e Israel. De acordo Protocolo de Atendimento emitido pelo Conselho Regional de Medicina no Maranhão (CRM/MA), o ideal é que o tratamento seja iniciado o mais precocemente possível, ainda na fase infecciosa, uma vez que, na fase inflamatória, a condição do paciente se deteriora rapidamente.

De acordo com as recomendações do CRM/MA, o objetivo do início do tratamento na fase infecciosa é evitar que o Sistema de Saúde Pública e Suplementar fique sobrecarregado, pois a demanda por leitos aumenta em Hospitais de Referência e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A entidade frisa que, caso a unidade de saúde não atenda somente pacientes com suspeita do novo coronavírus, deve ser providenciado acesso exclusivo para quem apresenta síndrome gripal, com equipes de profissionais usando os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Além disso, recomenda-se a disponibilidade de oxímetro digital para que a equipe médica estabeleça em qual fase da doença os pacientes se encontram.

Terapia recomendada
Para a Fase 1 da Covid-19, as medicações recomendadas são hidroxicloroquina, azitromicina e zinco. A posologia para a primeira substância é a seguinte: no 1º dia, 400mg via oral de 12 horas em 12 horas. Do 2º ao 7º dia, 400mg via oral ao dia. Convém ressaltar que o tempo de uso pode variar segundo avaliação médica, podendo durar de 5 até 10 dias, conforme o caso, de acordo com o protocolo do Conselho Regional de Medicina no Maranhão.

Com relação a azitromicina, devem ser administrados 500mg via oral, em dose única diária poro cinco dias. Nessa situação, o esquema pode ser somente de 3 dias nos casos leves. No que tange ao zinco, a posologia é a ingestão de 66mg do sulfato diariamente após a refeição, que pode ser o almoço ou jantar, durante 14 dias. A população-alvo, segundo o CRM/MA, são todas as pessoas idosas ou portadoras de doenças crônicas que apresentem sintomas gripais. A entidade frisa que os melhores resultados ocorrem com tratamento o mais precoce possível, bem como qualquer paciente, em qualquer faixa etária, que esteja sintomático.

Fases da Covid-19
No protocolo, o Conselho destaca que na Fase 1, denominada Replicação Viral ou Infecciosa, começa no contágio e vai até o 10º dia. Os sintomas frequentes são tosse seca, febre, cefaleia persistente, desconforto na garganta, sensação de “bolo” ao engolir, dor torácica, náuseas, vômitos, diarreia, perda do olfato (anosmia) e perda do paladar (ageusia), além de astenia, termo médico para ausência de força ou vigor e sensação de fadiga e fraqueza corporal.

“Além da cefaleia persistente, anosmia e ageusia, outros sintomas menos frequentes foram relatados, como tontura, sonolência, comprometimento da consciência, neuropatia periférica, epilepsia, entre outros”, observa o Conselho. De acordo com a entidade, os sintomas da fase de replicação viral são ausentes ou autolimitados em cerca de 85% dos casos, e quando sintomáticos, desaparecem entre 7 a 10 dias, momento em que o paciente entra na fase da inflamação, que ocorre em 15% dos contaminados e requer atenção redobrada.

Nessa segunda fase, ainda pode ocorrer a replicação viral, mas já acontece a inflamação pulmonar. Também são notadas alterações clínicas como piora da tosse. A terceira fase é chamada de Tempestade de Citocinas, que são substâncias naturalmente produzidas pelas células do sistema imunológico para favorecer a reação inflamatória, que é uma resposta de defesa de um organismo acometido por uma agressão. Os sinais de alerta são dificuldades para respirar, sensação de ter os pulmões esmagados e lábios azulados.

“De um modo geral, os pacientes idosos e portadores de doenças crônicas como obesidade, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus são considerados grupos de risco para evoluir para as fases 2 e 3, mas deve-se estar atento para quaisquer pacientes que permaneçam sintomáticos por mais de 7 dias”, esclareceu o Conselho Regional de Medicina.

Coronavírus no Maranhão
O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) na noite de domingo, 3, mostra a confirmação de 4.227 casos do novo coronavírus no Maranhão. Desse total, 2.292 estão em isolamento domiciliar, 445 em internação em enfermaria e 236 em internação em UTI. Já aconteceram 249 mortes decorrentes da doença. O órgão declarou que o número de profissionais de saúde contaminados é de 525, mas 420 já estão recuperados.

Sintomas do coronavírus
De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais do coronavírus são, principalmente, respiratórios, semelhantes a um resfriado. A Covid-19 também pode causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o SARS-CoV-2 ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sintomas da doença. Os principais sintomas conhecidos até o momento são: febre, coriza, tosse seca e dificuldade para respirar.

Por isso, é importante o isolamento social, uma vez que impede a concentração de pessoas em um ambiente público ou privado.

SAIBA MAIS

Grupos de risco

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), algumas pessoas são mais suscetíveis ou vulneráveis ao coronavírus. Esse grupo de risco inclui idosos, diabéticos e hipertensos, além de quem possui doença insuficiência renal crônica, respiratória crônica e doença cardiovascular. Quem tem acima de 60 anos também está entre aqueles afetados pelos maiores índices de letalidade quando atingidos. Isso aconteceu porque, conforme infectologistas, o sistema imunológico dos mais velhos costuma ser deficiente por causa da idade. Além disso, os pulmões e mucosas tornam-se mais frágeis e vulneráveis a doenças virais. No organismo dos idosos, há menos anticorpos, pois as vacinas tomadas na juventude já não são tão eficazes. Segundo o infectologista Kleber Luz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, deterioração do sistema imunológico pela idade é chamada de imunossenescência. Já com relação aos hipertensos, uma série de fatores colabora para que esse grupo seja mais afetado que a população em geral. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o vírus pode afetar o músculo cardíaco dos pacientes, que já têm o coração sobrecarregado e causar miocardite (inflamação do miocárdio). Também pode gerar necrose pulmonar, com acúmulo de líquido no pulmão. Por este motivo, é importante que o hipertenso esteja com a pressão arterial controlada, com as vacinas em dia e procurar ajuda médica imediatamente após o aparecimento do primeiro sintoma.

Números

4.427 casos confirmados em todo o Maranhão (até o fechamento desta edição)

3.329 casos confirmados na Região Metropolitana de São Luís (até o fechamento desta edição)

1.005 pacientes se recuperaram (até o fechamento desta edição)

249 pacientes morreram em decorrência da doença (até o fechamento desta edição)

98,14% dos leitos de UTI estão ocupados na capital (até o fechamento desta edição)

83,48% dos leitos clínicos estão ocupados na capital (até o fechamento desta edição)

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